Desde a infância, o ser humano começa a demonstrar determinadas tendências trazidas de existências passadas e a sofrer as influências dos ambientes em que convive. Inicialmente dos pais, no núcleo familiar, depois dos professores, nas escolas que frequenta, dos amigos e conhecidos, nos núcleos sociais de que participa, e assim por diante, formando aos poucos a personalidade na atual existência.
Os pais têm a obrigação indeclinável de exercer seu papel educador ao coibirem as características impróprias e enaltecer as qualidades positivas trazidas pelos filhos de seus mundos de estágio, enquanto os professores têm o papel fundamental de transmitir conhecimentos intelectuais e culturais aos seus alunos.
As vivências de que participam crianças e jovens na formação do caráter geram experiências agradáveis e desagradáveis. Em função principalmente das não agradáveis, pode o ser humano já adulto exercer certa censura sobre si mesmo e, dessa forma, camuflar, mesmo que inconscientemente, características impróprias da personalidade, como são os vícios, por exemplo. Certos indivíduos, conscientes das imperfeições que trazem no âmago e não aceitas pela sociedade, transparecem no dia a dia ser o que de fato não são.
Todavia, à medida que as pessoas convivem de maneira mais próxima, todas as imperfeições do caráter vêm à tona. Portanto, é necessário observar suas características individuais, a forma como tratam os semelhantes, como agem diante dos acontecimentos e reagem diante das adversidades. Enfim, é preciso atentar para as particularidades genuínas que demonstram no convívio diário.
Tudo que acontece de bom ou de ruim na vida dos seres humanos é considerado pelo Racionalismo Cristão um aprendizado espiritual intransferível. Exemplos construtivos e procedimentos inadequados que os semelhantes oferecem e demonstram são experiências positivas e negativas que devem deixar alerta os cultores da espiritualidade.
Logo, é preciso observar o comportamento humano com cautela. Não queremos dizer que devam julgar os semelhantes, mas observar suas atitudes como fontes de experiência e aprendizado. Os assistentes de reuniões públicas das casas racionalistas cristãs aprendem os ensinamentos de nossa filosofia espiritualista e são potenciais multiplicadores desse aprendizado quando ele é transmitido aos mais próximos.
Portanto, é importante observar as atitudes das pessoas e não apenas ouvir o que elas falam de si mesmas. É mediante seus procedimentos que irão conhecer, realmente, o que elas trazem no âmago e, assim, interagir de forma salutar, sem se decepcionar ou desiludir diante de comportamentos que não esperavam. A vida tem de ser encarada com naturalidade, pois ninguém é perfeito neste mundo, todos estão nele para aprimorar o caráter, para evoluir espiritual e materialmente. Aproveitem esse inter-relacionamento humano sem sofrimentos exagerados, pois eles fazem parte do viver terreno.