Nossos três temas anteriores sobre a aura humana não ficariam completos se deixássemos de tratar das cores da aura. Embora haja um forte consenso sobre a existência da aura, interpretar as suas cores não é tarefa fácil, dada a multiplicidade de formas, cores e nuances. O que as causam e o que significam têm sido um assunto polêmico tanto cientificamente como espiritualmente, mesmo nos dias de hoje.
É fora de dúvidas que as primeiras descrições dos significados das formas de pensamento, percebidas espiritualmente, são devidas à médium Annie Besant, que juntamente com Charles Webster Leadbeater, são autores da obra Formas do pensamento, publicado pela Editora O Pensamento. Nesse livro, seus autores descreveram uma grande variedade de cores e formas do pensamento, representadas por 57 pranchas corroboradas nas correntes fluídicas do Racionalismo Cristão, conforme descrito por Luiz de Mattos no capítulo sobre Formas e cores do pensamento, em sua obra Cientistas sem ciência, 2ª edição, 1939, p. 383-385. Com a simples intenção de tornar conhecidas estas valiosas informações, sumarizamos quase todo o conteúdo de suas conclusões. Muito do que aqui se diz também pode ser observado nas 180 gravuras contidas na obra A vida fora da matéria – 3ª edição, 1939. Com o título Expliquemos, Antonio Cottas, sucessor de Luiz de Mattos na presidência do Racionalismo Cristão, narrou naquela edição a epopeia da criação dessa majestosa obra, iniciada em 1924, cuja edição original só ocorreu por volta de 1930. Atualmente a obra encontra-se na sua 24ª edição com o mesmo título e apresenta 48 ilustrações, além dos textos explicativos.
Dificuldade. Dada a grande complexidade das cores e as numerosas nuances que a aura pode apresentar, torna-se uma tarefa quase impossível mesmo para um médium vidente com a disciplina do Racionalismo Cristão interpretar corretamente as auras humanas. Somente aos espíritos do Astral Superior compete esse incrível conhecimento. Quer isto dizer que cada pensamento tem a sua forma regular, harmônica, ou irregular e suas cores firmes ou matizadas de cinzento e escuro conforme o sentir de cada ser. Assim também cumpre-nos destacar que o brilho e a intensidade das cores denotam, em geral, a medida da força e a atividade do sentimento que lhes deu causa, que os originou.
Há na literatura esotérica-espírita uma exagerada exposição do significado da aura e nossa busca na internet, consultando uma dezena das melhores fontes, inclusive em Inglês, nos levou a uma grande disparidade e desencontros de informações. Isso nos motivou a desistir de fazer uma comparação que apresentasse ou mesmo apontasse similaridades entre elas e tivesse foro de verdade ou próximo dela. Nossa intenção era comparar com as informações contidas na obra já mencionada Cientistas sem ciência. É baseado nessa obra que apresentamos resumidamente as conclusões a que chegou Luiz de Mattos ao mencioná-las. Seguiremos a ordem alfabética das cores e suas nuances.
Amarelo: Toda a escala fina do amarelo revela intelectualidade; o amarelo com fios na cor cinzenta escura indica inteligência egoística e o amarelo claro indica personalidade intelectual elevada. O amarelo-primavera, pálido e luminoso, indica o mais elevado grau de inteligência, desinteressada, pura razão dirigida a fins espirituais.
Azul: De modo geral a cor azul indica sentimentos de grande valor. Na cor intensa e brilhante representa o ato da irradiação pura e de elevado valor espiritual. Já o azul escuro representa a irradiação egoísta e o azul cinzento indica misticismo matizado pelo medo. O esplêndido azul pálido demonstra a renúncia do eu pessoal e a união com o Grande Foco. Um pensamento repleto de amor, produzido por um sentimento de compaixão, dá origem a uma série de tonalidades maravilhosas, semelhantes ao azul profundo da atmosfera da Terra no verão. Algumas vezes, através dessas auras de um azul esplêndido, resplandecem com todo esplendor um conjunto de deslumbrantes estrelinhas prateadas ou douradas e fugidias.
Cinzento: O cinzento escuro indica a presença do egoísmo que, infelizmente, se encontra nas auras da grande maioria das pessoas. O mesmo cinzento escuro e sombrio é sinal de depressão, enquanto o cinzento claro e lindo indica medo.
Escarlate: A cor escarlate representa estado de indignação justa, muito viva, que apesar de não ser feia é, todavia, desagradável pelo seu brilho.
Laranja: O alaranjado escuro significa orgulho ou ambição.
Moreno-clara: A cor moreno-clara (como de terra siena queimada) indica avareza, ganância.
Negra: Os sentimentos de ódio e maldade são representados pela cor negra intensa, bem mais do que o cinza-escuro, esta representando o egoísmo.
Rosa: Essa cor representa a afeição pura, a amizade desinteressada. Se esses sentimentos forem pouco definidos, sem fundamentar-se em uma vontade forte, enérgica e ardente a nuvem rósea terá forma irregular. Ao contrário ocorre quando fundamentada em uma vontade e afeição forte e poderosa, produzindo uma forma regular e a cor é rosa intensa e brilhante, bem definida, verdadeira. Note-se que a afeição se manifesta por intermédio de toda a escala fina, desde o carmesim à rosa. Assim, uma cor acarminada, clara e limpa, significa afeição moral, forte e sã; se esta cor rosa se torna escura, com um moreno cinzento, opaco, indica sentimento manifestamente egoísta, enquanto a cor rosa pálida e pura corresponde ao amor absolutamente desinteressado, de que estão dotadas as almas elevadas.
Roxo: A cor roxa, em toda a sua escala, desde o roxo de amarronzado ao escarlate brilhante, indica a cólera brutal que se manifesta por meio de relâmpagos de um roxo escuro, atravessando densas nuvens de cor parda; no limite da escala, um roxo escuro e repugnante, quase exatamente o que se chama roxo sangue de dragão, é indicio das paixões animalizadas e de todos os desejos sensuais e desordenados.
Vermelho (carmim): Quando essa afeição é egoísta, pouco definida, é uma nuvem mais irregular ainda e matizada de um sentimento menos puro, e assim, de uma névoa de egoísmo, que se mostra claramente no meio da cor carmim, que é a cor dos pensamentos de amor. Esta forma e esta cor pertencem a seres inferiores em espiritualidade e em educação, pois é o egoísmo a prova real da inferioridade do ser humano.
Violeta: Os fortes matizes dessa cor representam uma mescla de afeição e adoração com forte poder de concepção de ideais elevados, poder criador voltado para o bem.
Do que foi exposto neste tema torna-se intuitivo concluir que a aura humana reúne as condições energéticas de nossos pensamentos, sentimentos e emoções, refletindo nela, através de suas cores e formas, o estado dinâmico de nosso ambiente astral e portanto de nossas atitudes e conduta. Aos que podem ler a nossa aura, como os espíritos do Astral Superior, espíritos do astral inferior e médiuns videntes em geral, nada passa despercebido. Tudo se sabe, nada se oculta. Vale notar, também, que uma aura saudável, coerente e luminosa nos garante um suprimento de energia vital e nos protege de campos energéticos desintegrantes e intrusos de espíritos obsessores.