No Universo não há lugar para o acaso. Atribuir à casualidade um fenômeno observado é assinar um atestado de ignorância de alguma lei natural. “Deus não joga com dados”, afirmou Einstein, com razão e sabedoria, referindo-se à interpretação probabilística da Mecânica Quântica.
Tudo que acontece, física e espiritualmente, é resultado da ação de forças regulamentada por leis naturais. Nada escapa a essas leis. Nada impede que elas se imponham, nem permite que se alterem. Não existe, portanto, o imprevisto. Se algo acontece, sempre há uma explicação determinista.
O conhecimento dessas leis é essencial para podermos compreender o Universo e conduzir nossas vidas com mais sabedoria e melhor aproveitamento da encarnação.
De uma forma descomprometida, e para evitar complicações desnecessárias, vamos classificar as leis naturais em dois grupos: as que atuam no plano físico e as que operam no plano espiritual.
A ciência humana já identificou algumas do primeiro grupo; as leis de Newton são um exemplo. Não vamos tratar delas. Neste artigo, estamos interessados em algumas das leis do segundo grupo, embora todas determinem, em sua forma de atuar, os acontecimentos que ocorrem em nossa vida e em nossa volta.
Lei de atração. Esta lei é acionada pelo pensamento. De forma bastante simplificada, podemos dar-lhe o seguinte enunciado: “Você atrai o que pensa”.
Como corolário, segue que pensamentos positivos atraem coisas positivas e pensamentos negativos atraem coisas negativas.
Esta lei explica as situações que nos atingem, o que estamos obtendo. Ela reflete e materializa o nosso pensamento. Por exemplo, quem vive pensando em doenças, não tem boa saúde.
É importante, portanto, vigiar nossos pensamentos, para não dar guarida àqueles que nos trazem infelicidade.
“É praticamente impossível evitar pensamentos negativos o tempo todo”, alguns podem afirmar, e com razão, pois não somos perfeitos. Em momentos de descuido, podemos ver-nos envolvidos por maus pensamentos. O que fazer? Uma ideia que funciona é dizer a nós mesmos, com respeito ao pensamento que nos acometeu, “Chegou, mas não fica”, e pensar em outra coisa não lhe dando acolhida.
A pessoa que busca felicidade não deve procurá-la em algum lugar distante. Está junto a ela, pois em sua volta há uma campo fluídico magnetizado com os valores dos pensamentos que gerou e alimentou.
Em conclusão, esta lei nos mostra que tudo que atraímos em nossa vida tem a qualidade do nosso padrão de pensamento. Merece, portanto, atenção especial.
Lei de causa e efeito. Esta lei é acionada por nossas ações. Também é conhecida como “lei do retorno”. Em poucas palavras, esta lei nos diz que colhemos o que plantamos. Podemos dar-lhe este enunciado simples: “A toda ação corresponde uma reação de idêntica qualidade”.
Uma ação visando ao bem produz efeito retroativo positivo sobre a pessoa que praticou o ato. O outro lado da moeda nos diz que a prática de um mal reverterá em prejuízo à pessoa maldosa.
O resultado dessa lei pode tardar, mas não falha. A consequência de um ato pode manifestar-se na encarnação atual ou em uma vindoura, mas não deixa de ser cumprida, pois é uma lei imutável. Ingênua é a pessoa que acha que pode livrar-se da ação dela por meio de oferendas de qualquer tipo, ou por clemência de um suposto ser superior.
Se há tanto sofrimento no mundo, podemos creditá-lo ao desconhecimento desta lei. Este já é um bom motivo para dar-lhe, também, especial atenção. Lembremos esta frase atribuída a Jesus: “Quem semeia vento, colhe tempestade”.
Alguns costumam pensar que a lei do retorno é um castigo imputado a quem procedeu mau, uma pena de talião do tipo “olho por olho, dente por dente”. Não é um castigo, seu resultado deve ser visto como um alerta, um sacudimento para despertar. As dores que ela pode causar são inevitáveis e purificadoras, necessárias mesmo, e úteis para que o espírito, confrontando-se com seus próprios atos, se conscientize do que deve ser feito para o seu aprimoramento.
Lei da finalidade. Essa lei está relacionada com o papel que cada força tem a cumprir na dinâmica, nos fenômenos que ocorrem no Espaço.
As forças estão em um contínuo processo que visa a fazer aflorar atributos, que trazem intrinsecamente prontos para serem manifestados e aperfeiçoados. A esse processo está associado um caminho a ser percorrido, próprio de cada força, uma trajetória evolutiva individual, adequada a cada finalidade. Essas trajetórias estão relacionadas entre si em um emaranhamento, ou entrelaçamento, sinérgico, cada força com sua finalidade, seu propósito, seu papel com funções específicas a desempenhar no conjunto. Esse papel é atribuído pela Inteligência Universal, e não pode ser substituído por outro.
No mundo terreno, não é raro ver um pai forçando o filho para que siga uma carreira profissional. A vida tem mostrado que, se a profissão preferida pelo pai não se adequar à “vocação” do filho, o resultado não tem sido bom.
Lei do esquecimento. Esta lei permite que o espírito encarnado trabalhe pelo seu aperfeiçoamento sem encontrar dificuldades desnecessárias. Ele precisa ter condições que lhe deem oportunidades para promover sua evolução, e não prejudiquem seu progresso.
Reconhecer desafetos de vidas anteriores ou sentir remorsos de más ações praticadas são circunstâncias que poderiam negar ao espírito a possibilidade de exercer seu livre-arbítrio sem interferência do que ocorreu em vidas anteriores. O espírito deve encontrar situações novas para enfrentar. Para que isto aconteça, é necessário que o passado permaneça no passado.
Considerando tudo isso, o esquecimento das vidas anteriores é importante para o espírito ter uma vida sem indesejáveis obstáculos que possam perturbá-lo, como os do tipo mencionado. Não reconhecer desafetos, possibilitando reconciliações; não ver aflorados durante sua nova vida erros do passado, que podem ser humilhantes ou vergonhosos. A lei do esquecimento é uma lei sábia. O que poderíamos esperar de seu autor, a Inteligência Universal?
Embora o espírito não se lembre de vidas passadas, retém em seu subconsciente as experiências que adquiriu ao passar pelas diversas situações a que esteve sujeito. Traz, também, tendências resultantes das atitudes que tomou em sua jornada evolutiva. Essas experiências e tendências vão apresentar-se em suas vidas futuras e influenciá-las. É a lei de causa e efeito, de que tratamos anteriormente.
Lei do amor. É esta lei que harmoniza e dinamiza todo o Universo. É por amor que respeitamos o livre-arbítrio de nossos irmãos em essência. Sabemos que eles necessitam fazer suas escolhas, pois este é o caminho que leva a acumular experiência e conhecimento e, desta forma, progredir em sua caminhada evolutiva.
Em momentos de dificuldade, ou desacertos, é a lei do amor que nos leva a colocarmo-nos na situação do outro e, desta forma, fazermos melhor avaliação do que está acontecendo.
É a lei do amor que nos leva a prestar, desprendidamente, ajuda a quem dela necessitar. Se esperamos uma retribuição ou compensação, nossa ajuda passa a ser um negócio.
Lei da evolução. Esta é a lei maior, à qual todas as demais estão subordinadas. É ela que preside todas as transformações que ocorrem no Universo, seja na componente material deste (sistemas planetários, solares, galáticos etc.), seja em sua componente espiritual (características vibratórias das forças). Esses processos são contínuos, ininterruptos. Nada é estático no Universo.
A evolução das forças é mandatória. Cada uma tem seu lugar no Espaço com um papel que lhe foi conferido no mero momento em que emanou do Grande Foco. Essa atribuição não é aleatória, pois, como sabemos, nada acontece por acaso. Contudo, as trajetórias evolutivas a serem percorridas pelas forças não estão prévia e rigidamente estabelecidas em seus detalhes. Na condição de espírito, as trajetórias podem ser mais longas do que precisariam ser. Isto porque há o fator livre-arbítrio, faculdade conquistada por ele.
Outras leis naturais. É bastante provável que existam outras leis ainda por serem descobertas e de natureza sequer imaginável por nós, em nosso atual e pouco avançado estado evolutivo.