Há dias, um leitor de A Razão, amigo de longa data, me falou em advertência. Como ainda não soubesse do que se tratava, fiquei aguardando a sentença, temendo que certamente seria desfavorável. Não foi ríspido nem maleável, sem carranca e sem sorriso, num comentário totalmente descolorido, mas intrigante.
Meu amigo desarmou-se, me deu chance de respirar aliviado e mandou, seco, sem dó nem piedade: você está convidando os leitores para uma “boa leitura” de parte do jornal, porque as duas primeiras páginas já estão lidas quando recebem a sugestão. Melhor seria que esse agradável convite fosse feito na abertura do jornal, na primeira página. Agradeci a sugestão e veio aquela despedida cordial de sempre. “Foi bom bater esse papo!” “Foi sim!”. “Suas ponderações são sempre bem postas!”
Teria sido bom mesmo? Na verdade me impôs um enigma. Hora de analisar. Pesa daqui, pesa dali, e veio a conclusão, mas não anunciei a decisão sem, antes, consultar leitores. A aprovação foi quase unânime. Se algum não era favorável, absteve-se de opinar. Então, a partir desta edição, A Razão inclui junto a seu logotipo a expressão “Boa leitura!”, um chamamento ao leitor para acompanhar, com isenção e serenidade, os artigos e reportagens, o noticiário, os comentários, as lições e os aconselhamentos.
Boa leitura!