Celebrar a espiritualidade é exercitar a esperança

No último dia 25 de janeiro comemoramos em todas as casas racionalistas cristãs, presencial ou a distância, o Dia da Espiritualidade e o 111º aniversário de fundação do Racionalismo Cristão, acontecido em 26 de janeiro de 1910. Em reunião pública a distância da Sede Mundial e também em nosso programa Conversa com o presidente, transmitido em nosso canal no Youtube e em nossa página do Facebook, assim nos manifestamos sobre da data:

Solenidade completa. “O Dia da Espiritualidade e o aniversário de fundação do Racionalismo Cristão são duas datas que guardam estreita e sublime relação de reciprocidade, emoldurada pela beleza e pela espontaneidade. A celebração desses dois eventos em um mesmo dia enseja estabelecer unidade de vistas quanto à identidade substancial que ambos encerram. Nesse contexto, essa data traz o selo de uma solenidade completa.

Pontos convergentes. Dos inúmeros pontos de intercessão existentes entre o Dia da Espiritualidade e a filosofia racionalista cristã, convém destacar que ambos desempenham uma função legitimadora quanto à necessidade de pôr em relevo, sobretudo na época atual, os sublimes valores da transcendência, a fim de que os seres humanos desorientados e sequiosos de explicações racionais concernentes à vida possam cotejar a superioridade dos princípios e da vivência espiritualista com a frivolidade própria da superficial experiência materialista, que bloqueia o aprimoramento do espírito e o impede de manifestar, favoravelmente, suas potencialidades.

Patrimônio da humanidade. Decorrido mais de um século de fundação o Racionalismo Cristão mantém, embora adaptado às circunstâncias históricas, como, aliás, determinaram seus fundadores, o sentido principal de sua existência: esclarecer a humanidade acerca de sua essência espiritual e do valor dos atributos espirituais que cada indivíduo possui em seu interior. Na perspectiva delineada, os princípios de nossa Instituição abarcam o que há de individual, próprio e pessoal, e o que há de coletivo, comum e impessoal no conjunto dos seres humanos. Tais princípios, há décadas divulgados e postos ao alcance de todos, passaram a ser patrimônio da humanidade: estão à disposição de quem deles queira apropriar-se para se aprimorar.

Atualidade. Na época atual, especialmente propícia para a reflexão e para a revisão de conceitos, em que os problemas sociais e psíquicos se aguçaram pelas inevitáveis transformações introduzidas pela pandemia, comemorar o Dia da Espiritualidade é, de certa forma, celebrar a humanidade de maneira integradora, ou seja, no que ela tem de mais elevado e substancial.

Perniciosa exclusão. As diversas dimensões da cultura – o teatro, a pintura, a literatura, a sociologia, a filosofia etc. –, quando dissociadas do transcendente, ressentem-se de conteúdo e de importância. Tenha-se em mente que os perniciosos influxos materialistas que promovem uma relação de exclusão entre as dimensões do humano e da experiência espiritualista têm prejudicado o processo que conduz à maturidade emocional e, a bem da verdade, à saúde integral.

Inconfundível valor. Mais do que a tolerância às manifestações ou conceitos espiritualistas, queremos ressaltar neste dia o inconfundível e magno valor da Espiritualidade, que redunda no reconhecimento e no cuidado da dignidade e igualdade essencial de todos os membros do tecido social.

Poderosa síntese. Situando-nos no horizonte da reflexão transcendente, proporcionada por este encontro, vemo-la ser alçada a seu ponto culminante no momento em que a ética e a moral se articulam em uma poderosa síntese espiritualista capaz de ressignificar todos os atos humanos, desde os mais comuns até os mais extraordinários.

Gratidão. Celebrar a Espiritualidade, amigos, é exercitar a esperança, é iluminar a consciência, é valorizar a dignidade humana, é exteriorizar um profundo senso de compromisso com o bem comum. Nesse contexto, expressamos nossa gratidão a tantos quantos nos honraram com sua presença no dia de hoje, que, por fortalecer, a um só tempo, laços de autêntica amizade e convicções espiritualistas da mais alta significação, será certamente inesquecível.”

Esperança. Nesta coluna, mês passado, falamos sobre a esperança, pois é assim que todos os seres do planeta Terra estão vendo a chegada da vacina contra a covid 19, mas, como dissemos anteriormente, é preciso que a esperança seja iluminada pela espiritualidade que o Racionalismo Cristão explana, e alimentada por pensamentos e sentimentos de valor, pois assim irá impulsionar atitudes que revigoram e dignificam os seres humanos. Pois, infelizmente, há pessoas que interpretam a esperança de maneira muito reduzida, pensando consistir em uma atitude de espera passiva de benefícios.

Solidariedade. Mas, não! A esperança deve traduzir-se em atitude e protagonismo para aqueles que aprenderam a fundamentar a vida a partir dos ensinamentos divulgados e defendidos pelo Racionalismo Cristão, imprescindíveis para a superação do dramático e doloroso momento que ora vivenciamos. A esperança, amigos, considerada em seu sentido abrangente, relaciona-se diretamente com a solidariedade. Com ela, converte-se em um poderoso instrumento para que se possa restabelecer o equilíbrio e o discernimento. Ela é abertura para o futuro, para o novo, com base na convicção de que a realidade sempre se altera positivamente, como estamos vendo agora com a chegada da vacina. Então sejamos solidários.

Portanto, sejamos racionalmente esperançosos e

Boa leitura!