Para facilitar o entendimento, vamos retratar o ciclo da trajetória evolutiva da parcela da Força entre o mundo de estágio e o mundo-escola Terra, em quatro fases: planejamento astral; expressão na forma humana; rompimento do entrelaçamento fluídico e avaliação. Em todas essas fases o espírito tem direitos e deveres em conformidade ao seu planejamento astral e às leis evolutivas.
Planejamento astral. Trata-se da primeira fase. Diz respeito ao espírito, em seu mundo de estágio, na preparação para se expressar na forma humana. Ele faz uma planificação geral e específica (projeto pessoal, familiar, profissional, humanitário) de toda sua próxima jornada no plano físico Terra e retorno ao mundo de estágio.
Com a consciência expandida, estado psíquico que possibilita a percepção através da clarividência, o espírito realiza seu planejamento astral com suporte das Forças Superiores. Essa interação garante que suas metas sejam bem mensuradas, dimensionadas, de acordo com sua capacidade de realização, não havendo nessa fase possibilidade de falhas, privilégios, incertezas, castigo, perdão, predestinação e exceções a regras e leis. Essas anomalias são típicas de mundo-escola como a Terra, elas não acontecem em mundos de estágio. Convicto dessas verdades, não deve o espírito, na condição de humano, como muitos fazem, ficar reclamando de carregar “fardo” maior do que sua capacidade de aguentar. Se o espírito desrespeita leis naturais, sobrecarregando seu corpo fluídico de vibrações inferiores, ele passa a responder à lei de causa e efeito, neste caso, realmente, o fardo se torna pesado, pois terá que dar conta de cumprir suas metas planejadas em mundo de estágio, somadas às metas, atividades e experiências típicas do plano terra, e ainda terá que enfrentar os efeitos gerados pela aplicação incorreta de seu livre-arbítrio. Mesmo com o fardo pesado, o espírito, se quiser, com determinação, consegue carregá-lo, superar as alternâncias de eventos indesejáveis que os místicos chamam de “azar, má sorte” e os esclarecidos, apoiados no significado de leis evolutivas, compreendem como “oportunidades de aprendizado”, pois essas leis são educadoras.
O leitor deve estar se perguntando: por que o espírito necessita vir ao mundo-escola para dar sequência a sua evolução e não pode processá-la em seu mundo de estágio? A resposta é: para poder aflorar e expressar seu potencial positivo para desenvolvê-lo ainda mais em meio às adversidades típicas do mundo-escola e aplicá-lo em prol da humanidade; para aflorar e expressar suas inclinações negativas para poder desenergizá-las; e construir seu corpo físico. Para tudo isso necessita manusear densidades específicas de matéria que somente se encontram nas atmosferas fluídica e física de mundos-escolas como a Terra, que são a matéria fluídica (etérica) e a estruturada (atômica), pois cada densidade de matéria tem uma finalidade, um propósito específico, fornecendo os meios, os recursos, para o espírito processar sua evolução no plano onde estiver.
Em mundo de estágio as negatividades armazenadas no corpo fluídico do espírito jamais irão aflorar, para que ele possa sobrepujá-las, desenergizá-las, devido ao seu espontâneo estado de expansão de consciência e lucidez alinhados às leis evolutivas e, também, pelo fato de as variedades de densidades de matéria fluídica necessárias para aflorar e expressar inferioridades não fazerem parte da constituição da atmosfera fluídica dos mundos de estágio.
O estado de lucidez do espírito e a falta de matéria fluídica não permitem aflorar e expressar inferioridades em mundos de estágio. Por isto, o espírito precisa vivenciar experiência em mundo-escola onde encontrará variedades de densidades de matéria fluídica e atômica, em abundância, de que ele necessita para bem cumprir suas metas estabelecidas em planejamento astral.
Após concluir seu planejamento astral, o espírito aguarda uma oportunidade para se expressar em forma humana. Alheio à sua vontade, acontece em plano Terra o fenômeno da fecundação, no útero da mulher dá-se início a uma vida, que vibra. Essas vibrações, imediatamente, são sentidas nos planos astrais superiores e, a partir desse fenômeno, cumprindo determinações de leis evolutivas, um espírito inicia sua jornada rumo ao mundo-escola.
O espírito em seu mundo de estágio, enquanto aguarda determinações de leis evolutivas para encarnar, não fica intuindo, através de suas vibrações, homem e mulher para se aproximarem e acontecer o fenômeno da fecundação e, também, não vibram aos bancos de embriões, na expectativa de esses serem implantados no útero da mulher, pois espíritos em seu mundo de estágio não ficam na dependência do livre-arbítrio de terceiros e das possibilidades dos acontecimentos no mundo-escola, mundo de relatividade, para poder elaborar e executar seu planejamento astral. Em mundo de estágio, fora do Referencial Espaço-Tempo característico de mundos físicos, a visão do espírito é como se passado e futuro coexistissem numa espécie de “presente eterno”.
Não estando o espírito submetido às grandezas tempo e espaço não tem a sensação de demora e de distância sentida quando está em mundo físico, por isto ele sabe aguardar, pacientemente, a oportunidade de poder expressar-se na forma humana.
Expressão na forma humana. Compreende a segunda fase. O espírito tem o poder de se expressar de diversas formas, uma delas é a forma humana. Nesta fase é feita a execução das metas que traçou em mundo de estágio que são determinantes para seu êxito na forma humana. Nessa fase acontece a visão física (mundo-escola), levando-se em conta o espírito em um mundo de limitações, incertezas e relatividades como é o planeta Terra.
Dúvida recorrente é: como o espírito agrega matéria fluídica de variadas densidades ao seu corpo fluídico durante sua trajetória para o plano físico Terra? O planejamento astral, contendo as metas, após concluído, fica armazenado no corpo fluídico do espírito, de forma ativa, sendo refletido em seu campo áurico em forma de vibrações. Tudo que vibra aciona a lei de atração e repulsão que, em cadeia, aciona a lei de agregação e desagregação, e através dessa sequência de eventos o espírito, organizando, incitando e movimentando seu corpo fluídico ao atravessar campos de manifestação da Força rumo ao plano Terra, automaticamente atrai para seu campo áurico toda matéria fluídica de variadas densidades necessária e compatível com seu planejamento astral e essa matéria permanece agregada (adicionada, anexada, associada) ao seu corpo fluídico.
O espírito, sempre, orientando-se pelo planejamento astral armazenado em seu corpo fluídico, utilizando-se dos recursos que são a matéria etérica que foi agregada ao seu corpo fluídico mais a matéria estruturada – atômica – disponível na atmosfera física do planeta Terra, passa a modelar, compor a contraparte etérica e desta seu corpo físico com suporte de Forças Superiores devido à complexidade dessa montagem. Como este processo acontece? Todo corpo de matéria física (agregado de matéria estruturada, atômica) é envolvido e interpenetrado por uma contraparte etérica (matéria da atmosfera fluídica do mundo onde se encontra o corpo de matéria física).
É a partir da contraparte etérica que se constrói a tessitura do corpo de matéria física. Os laços entre eles são tão estreitos que tudo que acontece na contraparte etérica reflete-se, imediatamente, no corpo de matéria física e vice-versa.
É exatamente assim que se processa também a mecânica entre a contraparte etérica e o corpo físico de nós, humanos.
No momento exato do fenômeno da concepção, o núcleo do espermatozoide (gameta ou célula reprodutora masculina) se une ao núcleo do óvulo (gameta ou célula reprodutora feminina). Como os gametas masculino e feminino são transmissores de matéria etérica, a contraparte etérica (matriz etérica doada pelo homem) que envolve e interpenetra o espermatozoide e carrega as características físicas do pai, e a contraparte etérica (matriz etérica doada pela mulher) que envolve e interpenetra o óvulo e carrega as características físicas da mãe, ambas matrizes, se fundem numa única matriz etérica, contendo o somatório das combinações das características “físicas” do pai e da mãe.
Essa única matriz etérica irá envolver e interpenetrar o agregado de matéria física, formado pela união dos núcleos das células reprodutoras masculina e feminina, que se desenvolverá desde a fase embrionária até a fase final de feto para a formação do corpo físico do espírito (filho), este passa a irradiar vibratoriamente a contraparte etérica (matriz etérica) transferindo a esta todas as informações contidas em seu planejamento astral necessárias à modelagem da própria matriz etérica e a partir desta modelar e construir o corpo físico.
A modelagem dos componentes – contraparte etérica e corpo físico – é contínua e acontece em paralelo durante todo o processo de gestação e continua após o nascimento por todas as etapas de permanência do espírito em mundo-escola (infância, mocidade, madureza e velhice). Essa modelagem é necessária para que esses componentes possam se desenvolver de forma compatível com as características e necessidades de expressão relativas ao grau de intelectualidade e espiritualidade próprias do espírito e ao cumprimento das metas, permeadas pela lei de causa e efeito, traçadas em seu planejamento astral para a execução de seus projetos pessoal, profissional, familiar e humanitário. Após o nascimento e durante toda sua permanência no mundo-escola, seu êxito, sua produtividade e a maioria das situações que o espírito conquista e vivencia depende apenas dele, de mais ninguém. São elas resultado da maneira como ele gerencia sua conduta, forma de pensar, sentir e agir.
Rompimento do entrelaçamento fluídico. Processa-se a terceira fase, em que ocorre o fenômeno de rompimento total do entrelaçamento fluídico formado entre os agregados de matéria, que são o corpo fluídico e o corpo físico do espírito, fenômeno que acontece de acordo com leis naturais quando o corpo físico não mais responde o mínimo necessário para o espírito produzir e expressar-se na forma humana. Podem ocorrer duas possibilidades: uma é enquanto, perturbado, o espírito permanecer no astral inferior oscilando entre o plano físico e seu mundo de estágio até ser arrebatado em trabalhos de diafanização da atmosfera fluídica da Terra pelo Astral Superior; a outra, com mínimo necessário de lucidez, opera-se o translado do espírito rumo ao seu mundo de estágio com suporte de Forças Superiores, se necessário. Não mais podendo expressar-se na forma humana, o espírito continua organizando, incitando e movimentando seu corpo fluídico por toda sua eterna trajetória evolutiva. A contraparte etérica se desagrega e o corpo físico se decompõe, fenômenos esses que acontecem impulsionados pelas leis de atração e repulsão, agregação e desagregação e físicas. Essas matérias etéricas e atômicas serão depositadas nos respectivos repositórios de onde foram extraídas e ficarão disponíveis como recursos (insumos) para a modelagem e construção de outros agregados de matéria etérica e física por ação de outras parcelas-Força para se expressarem em plano físico. Devemos apenas irradiar! Parece pouco, mas não é! Irradiar é a forma mais eficaz de se auxiliar os espíritos em estado de transição do mundo físico para o mundo de estágio, formando base fluídica, polo de atração para que Forças Superiores apoiadas nos campos vibracionais gerados pelos seres que sabem “bem pensar” possam realizar o arrebatamento dos espíritos perturbados no astral inferior, conduzindo-os às dimensões que lhes são próprias e, assim, processando a diafanização da atmosfera fluídica do planeta-escola Terra.
Avaliação. Refere-se à quarta e última fase. Após o fenômeno de rompimento total do entrelaçamento fluídico entre os agregados de matéria que são o corpo fluídico e o corpo físico, ao receber suporte de Forças Superiores se necessário, o espírito desencarnado rapidamente recobra a consciência de si mesmo, e com mínimo de lucidez necessária reconhece seu estado de transição e retoma seu trabalho evolutivo. Desapega-se das emoções e dos sentimentos terrenos, de tudo que é material, e passa a operar seu translado rumo ao seu mundo de estágio, revendo nessa caminhada “progressiva”, através dos campos de manifestação da Força, todos os atos que praticou nas diversas anteriores existências no planeta-escola Terra. Fato interessante é que o espírito não espera chegar ao seu mundo de estágio para iniciar o processo de avaliação, este é feito durante todo seu translado até seu mundo de estágio onde acontece a consolidação, finalização, concretização da aferição e avaliação de seus resultados, realizada pelo próprio espírito, como subsídios para a realização de seu próximo planejamento astral, objetivando o cumprimento de novo ciclo da trajetória evolutiva entre mundo de estágio e planeta-escola Terra ou a constatação que não mais precisa expressar-se na forma humana caso tenha, por mérito, alcançado grau de evolução suficiente, ou seja, patamar mínimo de maturidade intelectual, moral e espiritual que lhe permita continuar sua trajetória evolutiva em campos elevados da espiritualidade. Na fase de avaliação, como acontece, também, na fase de planejamento, não existe possibilidades de falhas, privilégios, incertezas, castigo, perdão, predestinação e exceções a regras e leis. Somente há convicção e o cumprimento de metas e leis evolutivas.