Lá se foi o mês de julho, lá se foi agosto, em breve terão ido também setembro, outubro etc. O calendário não muda e não mudam as pessoas que mandam, continuam mandando e reprimindo, sem se darem conta de que algum dia os dominados poderão resgatar seus direitos, no entendimento, em um movimento de revolta ou no voto, eletrônico ou não.
Vivemos tempos de paz, suportando provocações, mas atentos, espreitando para que lado vai o vento e qual sua intensidade. Se há motivo para preocupações, estas não são de grande monta, suas causas determinantes não irão muito longe, as instituições hão de ser respeitadas e os Poderes mantidos conforme reza a Constituição da República. Trazendo para a linguagem mais popular, poderíamos dizer: cada qual no seu quadrado, sem eriçar as cristas. Os brasileiros estão tranquilos e confiantes em que terão eleições em 2022, com urna eletrônica. Só lhes falta o aparecimento de um líder em quem possam confiar e que no decorrer do mandato não os desaponte.
Não estamos acusando nem defendendo, porque este não é nosso papel, esta parte fica para, de um lado, a promotoria; do outro, os advogados de defesa. Óbvio! Cabe à imprensa informar e, com isto, sacudir as atenções e emoções para o que está acontecendo claramente ou debaixo dos panos, e desta forma levar o indivíduo a formar seu juízo da realidade política, social, esportiva, educacional… Neste mister inclui-se A Razão.
Desde que nos é dado pelo bom senso universal e por leis de cada país, Brasil inclusive, o direito de nos manifestarmos a respeito dos assuntos que se referem ao ser humano, suas atividades, aglomerações e relacionamentos, voltamos a julho, quando se realizou no Japão, principalmente em Tóquio, o maior encontro esportivo: a Olimpíada. Há que se destacar dois aspectos, ambos previsíveis: o brilhantismo de alguns atletas com a quebra de recordes e o avanço da covid.
Aos atletas que representaram o Brasil só nos resta prestar homenagem e agradecer por terem exibido a nossa Bandeira, no pódio ou fora dele. Foram corajosos, enfrentaram feras e “mataram” algumas delas. Lembremo-nos de que os que foram para as finais em suas modalidades e não ganharam medalha estiveram entre os melhores do mundo. Motivo de orgulho para eles e para nós, povo cujas autoridades não apoiam ou não estimulam jovens atletas, alguns até mal vistos, tidos quase como vagabundos porque preferem a academia à escola ou ao trabalho.
Neste ringue, octógono ou tatame de 8,5 milhões de quilômetros quadrados o esporte mais praticado é a luta – luta pela segurança, pela saúde, pelo transporte decente, por educação, enfim, luta pela vida.
Fora do esporte as lutas são pelo poder ou pela chance de avanço sobre dinheiros públicos. Acusações são lançadas a esmo como carapuças, obrigando muitas cabeças a abrigarem-se entre joelhos para não serem alcançadas. Não adianta a manobra porque o povo sabe a quem são endereçadas.
Depois que em países europeus foi liberada a presença de torcedores em jogos de futebol, mediante comprovação de cumprimento às exigências sanitárias contra a covid, já os dirigentes do esporte no Brasil, com anuência de prefeitos e governadores, avançam com o que pode ser imprudência: a liberação de parte da capacidade dos estádios nas partidas, primeiro internacionais, depois locais.