Não há muito que dizer ou escrever. Há muito, sim, por fazer. E por não fazer. Estas linhas brotam justamente no Dia Mundial do Meio Ambiente, data em que os povos reverenciam a natureza ao se lembrarem de que sua existência depende dela. Pena que no dia seguinte apenas uns abnegados, vistos como obcecados, prosseguem em sua luta pela qualidade da água e do ar, pelo respeito às áreas delimitadas de preservação. São cavaleiros em luta contra moinhos de vento tal a dificuldade que têm para dominar ora o desleixo irresponsável da maior parcela da população, ora a desmedida ganância dos que somente agem para auferir alguma vantagem com a destruição que promovem.
Instituído em 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, na Suécia, o Dia Mundial do Meio Ambiente era uma proposta de conscientizar a sociedade sobre os problemas ambientais e a necessidade da preservação dos recursos naturais. Quase 50 anos depois, o tema continua em discussão, levando a vertente ambiental da ONU a promover iniciativas com a temática poluição do ar. O grupo lançou um site especial, um mapa interativo de eventos e um desafio digital de comprometimento para chamar a atenção para esse problema, classificado como “evitável, mas que demanda ações urgentes e imediatas”.
Pena que o 5 de junho, data que deveria ser respeitada pelo que representa, está descambando para o insignificante e a galhofa. Ao mesmo tempo em que é lembrado para a promoção de eventos relativos à preservação do meio ambiente, um ou outro “brincalhão” aproveita para patrocinar shows e outras festas que proporcionem lucro financeiro.