Minha irmã mora comigo desde o falecimento de minha mãe, há oito anos. Ela sofre de depressão e isso tem me atingido muito. Embora eu procure sempre seguir a filosofia racionalista cristã, frequentar as reuniões, ler sobre o assunto e praticar a disciplina e o pensamento superior, estou percebendo que a influência de sua tristeza sobre mim tem sido mais forte. Cultivo a alegria, os bons pensamentos e a caridade, mas inicio todos os dias com o seu semblante pesado, estarrecido, triste. Passo o dia ouvindo suas queixas, suas reclamações sobre todos os assuntos; se está sol, está ruim por causa do calor, se chove é porque está frio e úmido. Se pintamos a casa, reclama que o pintor faz sujeira. É o dia inteiro convivendo com essa força negativa, principalmente agora nesse momento de afastamento social.
Sinto que estou rendendo-me a sua tristeza e que minhas forças para conviver com esse quadro estão acabando. Por vezes, quando a paciência se esvaiu, chego a maltratá-la verbalmente.
Resposta: Prezado, em primeiro lugar, confie em si mesmo. Nossa força espiritual nunca acaba, pois somos parcela da Inteligência Universal e trazemos essa força quando nascemos. Tenha certeza disso. Só esmorecemos quando perdemos a confiança no que somos enquanto ser humano.
Trazemos todos os atributos necessários para enfrentar e vencer as dificuldades próprias do viver terreno. E chegamos com a firme convicção de que saberemos aproveitar cada problema com galhardia e determinação para alcançarmos maior aprimoramento ao nosso espírito. Portanto, encontre em si a determinação que trouxe quando resolveu vir para este mundo-escola, onde as situações difíceis que surgem existem exatamente para colocarmos em ação nosso desejo de avançar em nossa trajetória evolutiva.
Se não encontrarmos sérias dificuldades, não teremos oportunidade de exercitar nossos atributos espirituais (que trazemos conosco, em nosso íntimo), lapidando-os, aprimorando-os e, em consequência, crescendo espiritualmente.
Lembre-se que foi para isso que viemos à Terra, onde todos nós encontramos sérios problemas a enfrentar para resolvê-los.
Como você mesmo afirma, sua paciência está acabando. Você já se perguntou se você não está desprezando sua força, seus atributos espirituais para desenvolver essa paciência?
Ter paciência, não perder o controle de si mesmo depende de quanto você aceita sua irmã e as dificuldades que ela está enfrentando e não sabe como resolver.
Fazer as irradiações deve fortalecê-lo desde que se disponha a compreender as reclamações de sua irmã, perceber que ela também está sofrendo. Não sentir que tudo acontece para fazê-lo sofrer. Você conseguirá a paz que deseja à medida que aceitar que sua irmã está precisando de ajuda. Sempre que ela reclamar, pense em algo que a anime. Por exemplo: ela reclamou da pintura da casa. Nesse momento você poderia dizer o quanto sua mãe ficaria feliz com a casa mais bonita.
Se está calor, lembre-a de momentos em que desfrutaram de momentos felizes em época de verão. E outras atitudes assim. Temos certeza de que você encontrará outras formas de associar algo positivo às atitudes negativas de sua irmã. Você a conhece melhor do que nós e sabe do que exatamente ela está sentindo falta com a perda da mãe. Se sua irmã perceber que lembranças de momentos felizes com a mãe são momentos que ela pode reconstruir agora, terá oferecido a ela um caminho novo a percorrer. Ela poderá sentir que recuperará momentos de convivência com a mãe à medida que realiza determinadas tarefas que a mãe realizava e que tornavam a vida mais aprazível. Poderá vislumbrar atividades que a aproximariam da mãe.
São sugestões que nos ocorrem. Fazendo a limpeza psíquica diariamente, você terá intuições sobre novas formas de agir. Tenha certeza disso. O mais importante é você perceber que está ao seu alcance trabalhar para que o ambiente em casa se modifique. Você não deve pensar que está sendo vencido pelas dificuldades, é esse tipo de pensamento que o está derrotando e não as ações de sua irmã.