Europeus querem mais atenção com a Amazônia

Choveu forte na Europa Central, temporais que impuseram situações de que os alemães, principalmente, só tomavam conhecimento pela imprensa e pela TV, graças às agências de notícias. Essa fatalidade meteorológica sacudiu sonolentas conversas e está estimulando velhos políticos que sempre deram palpite sobre a Amazônia sem revelar o que objetivavam com seus discursos, em resumo, sem deixar claro o motivo de sua verborreia, a verdadeira causa de suas provocações, se é que havia uma causa, ou o palavrório escondia os verdadeiros interesses: as riquezas minerais igualmente escondidas, hoje nem tanto, dada a evolução da tecnologia.

De longa data, diziam esses obcecados que as autoridades brasileiras precisavam zelar pelo pulmão do mundo. Derrubada essa cantilena, eis que cientistas comprovaram que o oxigênio que nos sustenta é produzido basicamente no mar, apontam suas espingardas mal cuidadas para a ecologia.

Apesar de as plantas produzirem oxigênio como resultado da fotossíntese, elas também respiram dia e noite. A Amazônia invalida quase todo o oxigênio que produz na fotossíntese, porque suas árvores são velhas e, por causa disso, a quantidade de carbono que elas assimilam durante a fotossíntese é muito baixa, liberando praticamente todo esse carbono de volta para a atmosfera no seu processo de respiração.

As algas, que formam o chamado fitoplâncton, agem de modo diferente. Acredita-se que o fitoplâncton produza cerca de 98% do oxigênio atmosférico. Isso não anula a importância ecológica das florestas. A utilidade maior da Amazônia é manter o equilíbrio climático no mundo. As plantas nela encontradas fazem muita fotossíntese. Como resultado, liberam moléculas de água na atmosfera, possibilitando a formação de grandes nuvens de chuva na região. Se, um dia, a floresta amazônica acabar, a temperatura global subirá muito. Além disso, grandes secas poderão acontecer.

É desta propriedade que os europeus falam agora. E aproveitam para enxertar na discussão climática questões comerciais, sugerindo a negativa em firmar acordos com o Brasil, responsabilizando nosso país pelos estragos causados pelos temporais, inclusive os cerca de 200 mortos. Declarações de dirigentes de países mais afetados pelas chuvas são ásperos no falar, como se insinuassem direito a uma indenização.

Diplomatas e membros de parlamentos europeus acham que o recente desastre climático em seus países implicará a ampliação da pressão popular sobre governantes da União Europeia para que coloquem os temas ambientais no centro do debate e para que se recusem a aceitar acordos ou aproximação com governos que não sigam a mesma linha.

A Amazônia internacional corresponde a uma área ao Norte da América do Sul, que abrange nove países: Brasil, Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. Aproximadamente 60% da Amazônia ocorrem no território brasileiro. Essa região compreende a maior floresta tropical do mundo e também a maior bacia hidrográfica, formada pelo Rio Amazonas e seus afluentes. Essa bacia abrange 7 milhões de quilômetros quadrados, dos quais 5,5 milhões são cobertos pela floresta tropical.

São nove países, mas a paranoia acusatória europeia só aponta o Brasil, sem tomar conhecimento de que os órgãos de fiscalização estão atuando e autuando infratores, ainda que recentes mudanças em regras internas do Ministério do Meio Ambiente e na legislação tenham dificultado o trabalho de campo dos fiscais e o andamento interno de processos ligados à apuração de infrações ambientais, como desmate e extração de madeira irregulares.