Evento-convívio, em que foram apresentadas as palestras O Intelectual, o político e o espiritualista – Subsídios para a história da extraordinária vida do patrono espiritual do Racionalismo Cristão, tratando da vida e obra de Antonio Vieira, e O tempo vestido de memória, a primeira por Antonio Lourenço, diretor da Filial Porto, e a segunda por Luís Barbosa, presidente da Filial São João da Madeira, realizou-se em 30 de abril, na Filial Porto do Racionalismo Cristão.
A reunião teve elevada presença de participantes, entre militantes, assistentes às reuniões públicas e seus parentes, nas filiais Porto, Seixal, Aveiro, São João da Madeira e Lisboa. Dessas filiais estiveram presentes também seus presidentes, com a exceção da Filial Lisboa, que foi representada pela militante Débora Ferrage. Todos dedicaram toda atenção as palestras.
Antonio Vieira. Antonio Lourenço descreveu alguns passos importantes da vida de Antonio Vieira, extraordinária figura da história de Portugal e do Brasil, pondo em destaque as vicissitudes que passou entre os seus próprios correligionários da Companhia de Jesus, tendo estado encarcerado durante dois anos, acusado de heresia.
O orador destacou também os dons incomuns de Antonio Vieira, como orador consagrado, tendo sido convidado pelo próprio Papa a deslocar-se a Roma, onde granjeou grande fama, chegou a ser convidado pela Rainha Cristina, da Suécia, para seu confessor.
Vieira nunca se deslumbrou com tais êxitos, vivendo de modo simples, tendo sempre em vista o cumprimento do dever para com a sua pátria e o seu Deus. O amor à cidade de Deus e o amor à cidade dos homens, como escreveu um de seus biógrafos.
Regressado ao Brasil, continuou a sua luta em defesa da Pátria e a defesa dos homens. Na defesa da Pátria, através dos seus famosos sermões, incitava o povo a lutar pela integridade da terra, combatendo as invasões dos holandeses e franceses, preservando, assim, um território integral, que veio a tornar o Brasil, um dos maiores países do mundo.
Na defesa dos homens, lutando contra a escravidão e a exploração humana, levada a cabo pelos poderosos que, tal como hoje, não percebem que todos somos irmãos em essência.
Antonio Lourenço leu um pequeno trecho do famoso Sermão aos Peixes, um dos mais conhecidos entre os cerca de 200 sermões proferidos pelo grande espiritualista.
O que somos. Em seguida, Luís Barbosa proferiu a palestra O Tempo vestido de memória, começando por analisar De onde viemos, em seguida O que estamos aqui a fazer e, finalmente, Para onde vamos.
Com um discurso fluente e muito vivo, Luís Barbosa desfiou um sem número de figuras de estilo, para tornar a palestra muito participativa, por parte da assistência, que seguiu com muito interesse toda a tese proposta pelo orador, que teve, em algumas passagens, momentos de bom humor.
Luís Barbosa abrilhantou a palestra, com projeções de figuras alusivas a certas passagens do discurso, o que tornou ainda mais agradável a exposição dos seus temas.
No final das palestras, os oradores foram longamente aplaudidos pelos assistentes, que se agradaram, para não dizer, se enlevaram, com os temas apresentados e o modo claro, simples, como foram expostos.
Seguiu-se uma pequena pausa, para convívio entre os participantes, sendo servido um pequeno lanche, momento de convívio e descontração entre todos os presentes.
Depois do pequeno intervalo, Luís Barbosa, fez a projeção de algumas imagens, com música de fundo, baseada no fado, canção de fundo sentimental, com origem em Portugal. Ao final os presentes, em coro, entoaram a célebre canção Eu tive um Sonho.
Terminou, assim, em apoteose esse encontro entre racionalistas cristãos da pátria dos mestres Luiz de Mattos, Luiz Thomaz, Antonio Cotas, Antonio Vieira e Maria de Oliveira.
O presidente da Filial Porto, Lino Santos, que coordenou o evento, encerrou os trabalhos com palavras de louvor aos oradores, agradecendo a presença de todos os participante do evento-convívio.
Colaboração de Antonio Lourenço