Fale menos e ouça mais
Humberto Rodrigues
Presidente Astral do Racionalismo Cristão
A maioria das pessoas sente necessidade de falar, de falar muito. Todo mundo quer falar, colocar seu ponto de vista à frente da opinião dos semelhantes. Todos querem ter razão, sentem-se os donos da verdade, como se ouve dizer comumente. Parece até epidemia! Como é difícil no tempo atual encontrar alguém que tenha paciência para ouvir o outro, o que ele tem para dizer, a fim de expor seu pensamento. Não é isso que se observa. As pessoas atropelam-se umas às outras quando conversam, muitas vezes não deixam que uma frase sequer seja concluída. São conversas entre aspas, podemos assim dizer.
Hoje em dia ninguém quer dialogar. Se um indivíduo não pensa igual a outro, a discussão entre eles logo começa. Infelizmente, tornou-se hábito as pessoas agirem dessa forma. Então, se queixam por estarem sempre sós, inclusive no meio familiar, porque seus componentes passam a maior parte do tempo livre na rua. Se estão em casa marido, esposa e filhos, ao invés de cultivarem o diálogo construtivo, prefere cada qual seu computador, seu celular, totalmente voltados para os assuntos que lhes chama a atenção na internet e nas mídias sociais, ou perdem tempo em telefonemas intermináveis sem qualquer conteúdo, atidos apenas ao disse que disse. Em ambientes pouco espiritualizados, como alguém pode reclamar que não o ouvem ou que não consegue falar, que os filhos não o entendem ou seguem as orientações que lhes dá?
É necessário que as pessoas exercitem a qualidade da paciência, para entenderem as diferenças de opinião e de comportamento existentes. Ouvir com paciência o que alguém tem para dizer, mesmo que não haja concordância com o que é dito, é manter diálogo sadio entre pessoas com opiniões divergentes, seja no seio familiar, no ambiente de trabalho ou no meio social. E quantas brigas seriam evitadas! Cada indivíduo tem sua forma de entender a vida e ela está intimamente ligada ao seu grau de espiritualidade. Então, por que discutir, para quê brigar? Ouçam mais e falem menos, sejam pacientes ao dialogarem.