Estou em busca de esclarecimento sobre a situação que estou vivendo. Meus pais são racionalistas cristãos, fui criada dentro desta filosofia. Recentemente tive dúvidas sobre qual caminho dar à minha vida, pois sempre fui muito focada em estudos e carreira. Nunca quis ou pensei em casamento ou em ter filhos. Gosto de estar sozinha e não tenho problemas com isso. Minha educação sempre foi voltada para estudos, formação. Minha mãe nunca me orientou a me casar, me criou para ser independente.

Quando me interessei por rapazes, sempre foi algo superficial. Nunca criei laço forte, nada disso. Sou uma pessoa que se interessa primeiro por quem a pessoa é de verdade, por dentro, e ninguém me despertou algo a mais, até que conheci alguém com quem eu realmente me conectei, com quem me importo, que me trata do jeito que mereço, alguém com quem fui aprendendo muitas coisas, inclusive sobre mim mesma. Alguém com quem me sinto em paz, que se encaixa comigo. Essa pessoa é uma mulher.

Nunca me interessei por outra mulher. Ela foi a única. Isso não me incomoda, mas para minha família eu não sei. Sempre tentei seguir o que é correto, seguir as orientações da minha mãe e tudo que ela me ensinou. Sou a filha mais velha, então me preocupo em ser um bom exemplo. Tenho medo de decepcionar e não dar orgulho aos meus pais se eu escolher viver com outra mulher.

Já li a respeito do que o Racionalismo Cristão fala sobre homossexualidade, mas me pergunto, se nada é por acaso, qual o motivo de eu ter encontrado a pessoa com quem eu sinto me encaixar para compartilhar a vida, e ela ser outra mulher? Se eu nasci mulher, por que não encontrei um homem assim?

Não quero jogar fora essa relação que para mim é especial. O que me incomoda é como seria isso para os meus pais. O certo seria eu formar família, como eles fizeram? Eu nunca senti que meu caminho era encontrar outra pessoa para formar família, eu sempre senti que meu caminho seria pela minha profissão. Sou uma pessoa muito sensitiva, tento racionalizar tudo antes de tomar decisões, sempre me baseando nos princípios que me ensinaram. Não vou me forçar a fazer o que não sinto que seja meu caminho. Mas também não sei como ter certeza de qual é esse caminho. Em resumo, me encontro em uma situação que nunca pensei estar. O que me prende a saber para onde ir é não saber o que os meus pais querem para mim ou de mim. Não consigo viver uma vida que não faça sentido para mim e também não consigo viver uma vida que os decepcione. Isso se eles forem decepcionar-se, o que eu não sei. Qualquer esclarecimento será bem-vindo.

Resposta: Prezada, a lealdade, a franqueza, a coragem, o uso da razão e do bom senso são características de caráter retilíneo, e pessoas assim raramente se arrependem das ações praticadas.

Como você sabe, pela faculdade espiritual do livre-arbítrio todos podem tomar qualquer decisão, que irá influenciar no futuro. Se for decisão sensata e bem planejada, irá redundar em paz, harmonia e felicidade pelo dever cumprido; quando for decisão impulsiva e irrefletida, poderá acarretar sofrimentos e dores morais. Sendo assim, qualquer ser humano tem o direito de conduzir sua jornada terrena como lhe aprouver, desde que haja lisura e honestidade nas ações praticadas, sem prejudicar ou ferir moralmente o semelhante.

Então, entendemos que esse assunto carece de conversa franca e objetiva com todos os envolvidos, para que tudo possa ser resolvido e não haja melindres de qualquer das partes. Não tenha pressa nesse relacionamento, tenha paciência, aja com naturalidade, dando tempo ao tempo, para que as pessoas à sua volta se familiarizem com sua decisão. Continue a cumprir a disciplina racionalista cristã inserida nas nossas obras. Pratique diariamente a limpeza psíquica no lar. Se possível, frequente as reuniões públicas em uma casa racionalista cristã.

Quanto mais fiel você for à disciplina racionalista cristã, mais claramente irá entender a vida na Terra e mais facilmente poderá tomar decisões importantes para sua evolução espiritual, principal razão de um espírito adquirir um corpo físico.