São inúmeras as evidências científicas que, paulatinamente, vêm estreitando a distância entre a ciência e a filosofia espiritualista. Vamos abordar uma das recentes e interessantes descobertas científicas: trata-se dos avanços em estudos, pesquisas e experimentos científicos na área do conhecimento denominada neurociência, chamando a atenção para a importância do “sono” na ativação e aceleração do processo de drenagem cerebral (limpeza do cérebro), quanto ao lixo tóxico eliminado por este, e a importância deste processo de drenagem na prevenção de patologias (doenças) neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson, que causam declínio cognitivo e outras comorbidades associadas. Primeiramente será abordado na ótica da filosofia racionalista cristã o fenômeno do sono, como ocorre, suas causas e efeitos.
Fenômeno do sono na ótica RC. Durante o sono acontece o processo de expansão da contraparte fluídica que envolve e interpenetra todo o corpo físico, possibilitando a ocorrência do fenômeno psíquico denominado “desdobramento”. O espírito permanece vibrando em seu corpo fluídico e através deste ao seu corpo físico da mesma forma como fazem estado de vigília (acordado). Tanto o sono natural quanto o induzido ocorrem através do fenômeno de desdobramento. Em síntese é o desdobramento a causa primária do sono, verdadeira, que acontece na esfera metafísica ou extracorpórea. Conforme seu estado psíquico e consequente frequência de vibrações, o espírito desloca-se para fora da atmosfera fluídica da Terra ou permanece nela, mantendo sem interrupção o entrelaçamento fluídico entre seu corpo fluídico e seu corpo físico, pois não há limite para a expansão fluídica.
O desempenho do espírito e a ocorrência de fenômenos associados durante todo o desenrolar do sono está na dependência direta de seu grau de evolução, estado de consciência, frequência de vibrações e em que campo (s) de força ele opera. Em conformidade ao seu estado vibratório o espírito passa a executar inúmeras atividades metafísicas no campo fluídico em que se encontra, dentro ou fora da atmosfera fluídica da Terra, atividades estas marcantes que influem no bom ou mau desempenho de suas atividades psíquicas e físicas, que fazem parte do processo do sono. O espírito vibra permanentemente organizando, incitando e movimentando seu corpo fluídico e por intermédio deste o seu corpo físico, desencadeando no fluídico a reposição anímica e no físico necessários processos fisiológicos de remoção, reposição e correção físico-celular.
O sono é uma necessidade psíquica e, também, física. Ele é fundamental para a saúde física e psíquica, pois revigora a vida anímica e possibilita ao corpo físico refazer-se, reparando suas perdas e trazendo inúmeros benefícios para a prevenção de enfermidades, inclusive as neurodegenerativas, que são destaque neste artigo. O sono natural ou induzido – provocado por indutores como técnicas de hipnose ou medicamentos – assim como os fenômenos de caráter psíquico correlacionados como sonho, pesadelo, sonambulismo, desdobramento nas formas inconsciente ou semiconsciente, nenhum desses fenômenos pode ser explicado de forma compreensível, consistente, racional e satisfatória apenas pelos processos fisiológicos comuns e ordinários tão bem explorados, aplicados e divulgados pela ciência experimental – materialista ou organicista. A ciência precisa compreender que a causa real do sono – o desdobramento – é de fundo psíquico, está localizada na esfera metafísica, fora do cérebro, fora do corpo físico, e que os processos fisiológicos que ocorrem no corpo físico e seus resultados são mais efeitos do que causa do fenômeno do sono.
Cérebro humano. O cérebro humano pesa cerca de 1,36 kg, ou cerca de 2% da massa corporal média de um adulto. No entanto, suas células consomem de 20% a 25% da energia total do corpo físico. No processo, são gerados resíduos potencialmente tóxicos de proteínas e restos biológicos. A cada dia, o cérebro adulto elimina aproximadamente 7 gramas de proteínas desgastadas, que precisam ser substituídas por outras recém-fabricadas, um número que se traduz na reposição de 0,217 kg de detritos por mês e 2,604 kg durante um ano, aproximadamente o dobro do peso do cérebro.
Lixo tóxico cerebral. Um sistema intrincado de vasos – o sistema glinfático –, representado na figura na cor azul, serpenteia pelo cérebro, carregando fluidos que limpam esse órgão de proteínas descartadas e de outros tipos de lixo, que podem aglomerar-se e tornar-se tóxicos, quando deixados ali.
Fragmentos de proteínas, conhecidos como peptídeos beta-amilóides, que estão presentes na doença de Alzheimer, são exemplos dos detritos celulares tirados do cérebro através do sistema de drenagem, em sua maioria durante o “sono”. Esse sistema de drenagem é, também, denominado de “sistema de esgoto do cérebro”. A neurociência afirma que o cérebro, como outros órgãos do corpo físico, necessita para sobreviver de descarregar o lixo tóxico que produz. Nos últimos anos, investigações científicas esclarecem e demonstram como o cérebro elimina proteínas e outros resíduos e, também, como a interferência nesse processo de drenagem (limpeza) do lixo tóxico pode causar problemas de cognição encontrados em doenças neurodegenerativas como Alzheimer, Parkinson e outras enfermidades.
Simulação em laboratório. Os agregados de proteínas se formam nos neurônios e na maioria das vezes estão associados a desordens neurodegenerativas. Esses agregados de proteínas ou lixos tóxicos cerebrais, quando não eliminados, impregnam o tecido cerebral impedindo a transmissão de sinais elétricos e químicos no cérebro e com isto causam danos irreparáveis. A figura maior em perspectiva de fundo ilustra a formação de placas – agregados de proteínas ou lixos tóxicos cerebrais – entre os neurônios e a figura menor em relevo mostra as células em pessoas saudáveis. A proteína beta-amilóide desencadeia um processo que degrada as estruturas que os neurônios utilizam para se comunicar, ou seja, favorece o enfraquecimento das sinapses – as estruturas de passagem dos impulsos nervosos de um neurônio para outro. Prova disto é realizada em testes de laboratório quando os cientistas conseguem reproduzir patologias como Alzheimer, Parkinson e outras doenças neurodegenerativas através da superprodução forçada desses agregados ou aglomerados de proteína em modelos animais.
Privação de sono. A privação de sono pode precipitar doenças neurodegenerativas. Experiências realizadas em laboratórios com modelos animais mostram que, durante o sono, o sistema glinfático realmente remove os fragmentos de proteínas do cérebro com notável eficiência. Constata-se que “o ritmo de limpeza mais do que dobra durante o sono”. Confirmando estes experimentos grupos de pesquisadores da Universidade de Washington em St. Louis, em trabalho de pesquisa colaborativo, demonstraram que a concentração de fragmentos de proteínas no espaço intersticial é mais alta no período de vigília (acordado) do que no sono, e que “a privação de sono pode precipitar doenças neurodegenerativas”, pois agrava a formação de placa-amilóide em modelos animais geneticamente modificados para acumulá-la em excesso.
Limpeza do cérebro. O sono ativa o sistema de limpeza do cérebro. Pesquisas científicas, além de descobrir que existe um sistema até então desconhecido para limpar as proteínas e outros resíduos do cérebro, provam, através de experimentos, que esse sistema fica “mais ativo durante o sono”. Cientistas estão delineando novas pesquisas que buscam investigar, com maior profundidade, a necessidade e como se processa a remoção de lixo tóxico do cérebro e, também, investigar com profundidade o processo do sono. Chamamos a atenção do leitor para uma “perspectiva interessante”: esses esforços estão trazendo subsídios para auxiliar a explicar o fenômeno do sono, o real motivo por que dormimos e, consequentemente saímos da vigília durante aproximadamente um terço ou um quarto de nossas vidas. Pesquisadores estão otimistas que o entendimento sobre o que acontece quando esse sistema de limpeza do cérebro não funciona corretamente nos leve tanto a novas técnicas de diagnóstico quanto a tratamentos para toda uma variedade de doenças neurológicas. Interessante é que nesse pacote de investigações científicas que está por vir o “processo ou fenômeno do sono” deverá, cada vez mais, ganhar destaque em fórum científico.
Investigação da verdade. A ciência na busca de investigar a verdade quanto ao processo do sono, suas causas, efeitos e como ele ocorre, acabará mergulhando nos estudos e observações do mundo metafísico, no “campo da espiritualidade”, e não apenas tratar o sono como um mecanismo de causa e efeito puramente físico. O sono é um fenômeno cuja causa primária, verdadeira, é metafísica, de cunho psíquico, e a ciência experimental tendo que caminhar pelo campo do psiquismo, ou seja, do conhecimento filosófico-espiritualista acabará se interessando, espontaneamente, ou por necessidade de investigação, em conhecer e prospectar conhecimentos junto à filosofia espiritualista. Existe entre a ciência experimental e a filosofia espiritualista uma lacuna que, gradativamente, deve ser preenchida por esforços de ambas as partes.