A criatura, quando bem-disposta e bem-humorada, aceita tudo com serenidade e tudo resolve com naturalidade. Mas se desnorteada, nada resolve, compreende tudo ao contrário, tornando-se, portanto, grandemente infeliz, e quantas vezes essa infelicidade é provocada pelo seu estado de ânimo que precisa ser modificado.
Conforme o ser humano se sente, assim ele produz, assim ele interpreta, assim ele sofre ou se sente satisfeito. Tudo depende da predisposição espiritual, e essa predisposição é fator importante na vida dos seres humanos. Quantos lares desfeitos por culpa única e exclusivamente do estado de alma dos cônjuges, quantas criaturas se tornam impacientes e intolerantes em virtude da sua má disposição de ânimo.
O Racionalismo Cristão, como Doutrina esclarecedora, procura justamente combater tudo que possa vir a perturbar o espírito e torná-lo, portanto, candidato, ao avassalamento, que se apodera das criaturas, pouco a pouco, e tem como veículo, no início, justamente essa disposição. Combater tudo isso é o dever de todos aqueles que desejam viver em paz, que desejam ter tranquilidade espiritual. Um espírito tranquilo é um espírito feliz, e todos podem viver tranquilos, desde que o queiram e a isso se disponham.
A disposição, portanto, é fator preponderante na vida das criaturas. Tudo pode acontecer, tudo se pode desenrolar de bem ou de mal, de acordo com o seu estado de alma. Tudo passará, tudo se amenizará, entretanto, e a criatura não se perturbará, desde que se disponha a bem pensar e a seguir os ensinamentos da Doutrina. O essencial é não se deixar perturbar. A perturbação do espírito traz o avassalamento, e evitar o avassalamento, deve ser a preocupação maior de quem pensa sempre no melhor e procura desviar a mente de ideias mórbidas, ideias infelizes, intuídas por espíritos obsessores que se apoderam delas, ao primeiro descuido, à primeira perturbação, ao primeiro estado de irritação.
A irritação é um mal que é preciso evitar: a fim de que os espíritos não se perturbem. Saibam, portanto, como interpretar as coisas sérias da vida, como vivê-las, como tornar sadia, como afugentar os maus pensamentos e como compreender a vida e a vivê-la como devem viver, a agir como devem agir e, sobretudo, a bem guiar os pensamentos, a bem guiar os pensamentos, a bem guiar as ações, interpretando bem a vida e os atos humanos.
Procurem, pois, elevar os seus pensamentos sempre para o bem, repelindo as ideias más e fugindo das interpretações erradas, por serem estas a causa de tantas injustiças no mundo.
Publicado em 19 de junho de 1985