É preciso controlar-se

Antonio Cottas
Consolidador do Racionalismo Cristão

O maior desafio com que os seres humanos em geral se deparam é o domínio de si mesmos. Saber controlar os pensamentos, os sentimentos e as emoções é uma luta a ser travada sem tréguas no dia a dia. Já é tempo de todos despertarem para essa necessidade.

A humanidade vive uma época em que tudo considerado ruim acontece mundo afora, exatamente porque as pessoas não sabem controlar o eu, a sua individualidade transcendente. É lamentável que, diante de tantos acontecimentos, cada um pior que outro, essa pobre humanidade continue indiferente perante a decisão de dominar a si mesma, uma exigência imperiosa da vida a ser posta em prática.

Os assistentes saem felizes com o que ouvem nas explanações das reuniões públicas realizadas nas casas racionalistas cristãs, mas no momento em que se deparam com uma situação difícil, com um problema qualquer mais sério, descontrolam-se, porque se esquecem do que ouviram. Continuam sem saber dominar-se, sem controlar as emoções. Atribuem ao temperamento forte próprio sua inoperosidade ante o enfrentamento das dificuldades cotidianas.

Em geral, os assistentes das reuniões públicas vêm buscar em nossas Casas orientações para solucionar problemas psíquicos. Todavia, é preciso saber que a solução está dentro deles mesmos. O Racionalismo Cristão indica os caminhos a seguir, mas cabe a cada assistente procurar e escolher, dentre os aconselhamentos ouvidos, a direção adequada a tomar que leve ao êxito. Para isso, é preciso pôr em prática o querer, que é a força de vontade voltada para o domínio dos pensamentos, dos sentimentos e das emoções. Não se ocupar com transtornos que não lhe diz respeito, não dar opinião sobre algo sem que tenha sido pedida, já é um bom começo no que tange à individualidade.

Nas casas racionalistas cristãs não se repreende ninguém, pois respeitar o livre-arbítrio do ser humano é um dos fundamentos da Doutrina. Contudo, as Forças Superiores querem que todas as pessoas sejam felizes em suas vidas. Mas, para isso, é necessário que procurem olhar para dentro de si mesmas na busca da solução de seus problemas, sem contar com a ajuda de quem quer que seja, salvo as normas de conduta e a disciplina recomendadas pelo Racionalismo Cristão, a serem convictamente seguidas.

Então, ponham mãos à obra. Sejam fortes e enérgicos consigo mesmos. Ao saírem das casas racionalistas cristãs pensem em tudo que foi falado, coloquem em prática tudo que foi ouvido.

Por que um planeta-escola

Humberto Rodrigues
Presidente Astral do Racionalismo Cristão

A Terra é um mundo de escolaridade em que bilhões de seres humanos de vários níveis de adiantamento espiritual fazem sua evolução. Os habitantes do planeta pensam de forma diferente, cada qual age de acordo com sua maneira de encarar a vida. Por isso, há tanta dificuldade nas relações humanas, sejam elas familiares, de trabalho ou de convívio no trato diário.

Muitas pessoas almejam um mundo de paz soberana, sem muitos problemas, sem maiores dificuldades. Mas se a Terra fosse assim tão tranquila, não seria um planeta-escola. Ninguém faz parte de uma família por acaso, a maioria dos seres humanos não escolhe a profissão fortuitamente, por exemplo. Todos estão sujeitos às leis evolutivas. Cada espírito que encarna planeja sua evolução em campo astral, sabe as dificuldades que enfrentará no plano físico.

Brigar com os semelhantes, inclusive com parentes e amigos, porque não pensam ou agem da mesma forma que o interlocutor é falta de espiritualidade. Todos precisam uns dos outros para crescer em evolução, daí ser a Terra um planeta-escola. O indivíduo que se irrita facilmente precisa do contato com quem é tolerante, mais compreensivo, para que não se torne ainda pior em razão do seu modo errado de pensar e agir. Essa falha de personalidade só pode ser eliminada do corpo fluídico ao se submeter às normas de convivência próprias do contexto social em que vive. A Terra é assim e assim são seus habitantes.

É preciso haver mútua compreensão e tolerância. Os fatos do dia a dia estão relacionados com a verdadeira vida, que é a espiritual. O que algumas pessoas sentem e põem em prática muitas vezes é incompreensível para outras. Num mundo com tamanha diversidade entre seus habitantes, uns espiritualmente mais adiantados e outros menos, é natural e previsível que cada qual faça sua caminhada evolutiva de acordo com o que se propôs fazer no mundo de estágio. No momento que a pessoa compreende o semelhante como um espírito encarnado com determinado grau evolutivo, ela, em tese, não mais precisa das lições que o planeta-escola Terra oferece.

Nos mundos superiores de evolução, onde os espíritos mantêm sua progressiva e eterna trajetória evolutiva, há um harmônico sentimento de solidariedade voltado para os espíritos encarnados nos mundos de escolaridade como a Terra, onde cada ser humano externa sua individualidade, o seu grau de evolução, quase sempre em distonia com os semelhantes.

Sendo assim, não adianta as pessoas se queixarem do mundo em que vivem. É importante compreender que são os diferentes graus de espiritualidade que diferenciam uma pessoa das outras, exclusivamente. Portanto, procurem compreender o semelhante, ser tolerantes com ele, entender que tudo faz parte da grande caminhada que é a evolução espiritual do ser humano na Terra.