Leitura de janeiro de 2015

Vaidade diminui o mérito

Luiz de Mattos
Codificador do Racionalismo Cristão

Nem tudo que brilha é ouro, diz o ditado popular. Há muita coisa que brilha, mas não tem valor. Muitas jóias são falsas, como são falsas muitas pessoas. Não é com brilho artificial que os seres humanos demonstram seu valor. O valor se revela na modéstia, na simplicidade, na naturalidade com que se apresentam no dia a dia. Os que fazem questão de aparecer, e se envaidecem com o que fazem, diminuem o mérito de suas obras, por melhores que sejam.

Temos afirmado repetidas vezes: as pessoas que fazem questão de que seus feitos apareçam escondem a vaidade no âmago, o que prejudica a evolução espiritual. Por maiores que pareçam seus feitos, por mais que tentem pôr em evidência um disfarçado desprendimento, a vaidade acaba por traí-las e aparece aos olhos dos seres que com elas convivem. Obras beneméritas feitas para satisfazer vaidades não têm valor algum para o acervo espiritual de seus autores.

Os seres humanos verdadeiramente desprendidos nada fazem por vaidade, nem esperam outra recompensa que não seja a satisfação de terem praticado o bem. Quantos assim procedem, a viver encobertos pela própria modéstia, despreocupados com a autoria de suas obras!

A vaidade é um grande mal a rondar a humanidade, porque torna as pessoas orgulhosas e prepotentes. As vaidosas são arrogantes e deixam transparecer esse sentimento inferior de um momento para outro. Desde que não sejam satisfeitas em sua vaidade, elas se revoltam, ao passo que as despidas de presunção agem espontaneamente, mantêm-se sempre da mesma forma, conduzindo-se de maneira simples e despretensiosa.

Fazer questão de brilhar, de aparecer, é prova de vaidade. Por isso, muitos homens e muitas mulheres que tiveram valor enquanto foram modestos perderam essa qualidade espiritual ao galgarem algum posto importante. Enquanto se mantiveram de forma modesta, produziram e se destacaram, mas, ao aparecerem, encheram-se de orgulho e vaidade, quiseram subir na vida a qualquer preço, meteram os pés pelas mãos, estragando tudo que conquistaram anteriormente. Inúmeros exemplos temos tido desses infelizes.

Haja, portanto, compreensão da vida, saibam viver sem ostentação e vaidade, de modo a serem sempre acatados no que fizerem. Todos devem ter a preocupação de agir bem, sem se preocupar com a opinião alheia. Infelizmente, sempre há indivíduos convencidos dispostos a julgar os outros por si mesmos.

Todos devem estar preparados para se manter neste mundo com equilíbrio e sensatez, agindo de acordo com a própria consciência. Se algo fizerem de bom, sintam-se felizes por isso, sem contar com elogios, porque, às vezes, uns são sinceros, mas outros não. Deve-se desconfiar dos indivíduos que elogiam ou ressaltam os feitos de outros apenas por interesse, e, portanto, sem sinceridade.

As pessoas que procedem de acordo com os princípios espiritualistas caminham com firmeza pela estrada da vida cumprindo seus deveres. São recompensadas por tal procedimento, porque nada há mais importante do que a consciência tranquila para fazê-las felizes.

Assim sendo, ajam como pessoas sensatas e simples, tendo atitudes corretas e honradas. Procurem dar à vida uma fisionomia diferente daquela que os indivíduos ignorantes dos valores espirituais estampam. Desprezem o mal e pratiquem o bem, para terem dias bonançosos, terminando a existência na Terra com a consciência tranquila do dever cumprido, sem orgulho e vaidade.


Não desanime diante das lutas

Humberto Rodrigues
Presidente Astral do Racionalismo Cristão

Nada de desânimo diante das lutas impostas pela vida! Desânimo mostra falta de confiança no potencial do ser humano para resolver seus problemas. Os reveses que se apresentam naturalmente no mundo físico são respostas das leis evolutivas quando contrariadas, visto que elas regem o Todo universal.

Desânimo enfraquece o espírito, detentor de valiosos atributos que facilitam a formação de ideias e imagens, possibilitam conclusões coerentes e indicam soluções adequadas, por meio da inteligência a impulsionar o raciocínio lógico e o bom senso, de modo que a pessoa paute sua vida com equilíbrio, sem excessos, tendo, para tanto, atitudes moderadas, ponderadas e justas.

Em contato com si mesmos, os seres humanos podem acessar as experiências individuais contidas na bagagem espiritual acumulada nas múltiplas existências do espírito, bem assim as da sabedoria universal por via intuitiva, desde que saibam religar-se aos campos superiores da espiritualidade. Para isso, é preciso dar importância ao que de fato é relevante, não se prendendo à mesquinhez de vida de muitos indivíduos, às inferioridades humanas.

Jamais reajam às atitudes negativas dos semelhantes com pensamentos ou sentimentos de mesma natureza, mas, sim, com procedimentos elevados, pois é a única forma de se resguardarem das más influências. Não esperem por milagres ou proteções divinas, porque isso não existe.

Os seres humanos são capazes de tudo enfrentar em suas vidas com valor, coragem e uso adequado do livre-arbítrio, colhendo os frutos que a semeadura da prática do bem produz, como a serenidade, a tranquilidade, a paz de espírito que todos almejam. Tudo é possível conquistar no viver terreno, desde que sejam perseverantes na luta por seus objetivos espirituais, que devem ter primazia sobre os valores materiais.

Logo, não há motivo para esmorecerem. Todos têm os recursos espirituais de que necessitam para caminhar na Terra. Estudem o espiritualismo, esclareçam-se, usem o conjunto de atributos já desenvolvidos em conformidade com o grau de espiritualidade de cada um, e estarão bem aproveitando a existência terrena ao fortalecerem as correntes vibratórias positivas. Agindo dessa forma, irão auxiliar a si próprios e aos semelhantes, conquistando a felicidade que advém da certeza do dever cumprido, que sempre satisfaz o espírito.