Luiz de Mattos
Codificador do Racionalismo Cristão
Os seres humanos devem progredir continuamente. O progresso não pode ficar limitado aos ganhos de natureza material, mas alcançar os amplos propósitos de ordem espiritual. Progredir espiritualmente é desenvolver a inteligência, aplicando-a ao raciocínio lúcido e à vontade forte, sempre voltados para a prática do bem. É distinguir o bem do mal, é ser justo, leal e honesto, é ter procedimento digno. A materialidade embota o raciocínio, escurece a razão, impede que o indivíduo veja a vida de forma clara, ainda que lhe seja apontado o que é correto e o que é errado, pois conserva os olhos fechados para as boas condutas, porém abertos para as más ações.
Ao entorpecer o raciocínio, a materialidade torna as pessoas displicentes no cumprimento dos deveres, e todas têm responsabilidades na vida. Se as crianças têm deveres a fazer quando passam a frequentar a escola, muito mais obrigações a cumprir têm os adultos, em razão de suas maiores responsabilidades.
Quando o indivíduo tem noção de seus deveres, ele os cumpre com lisura, mas, quando lhe falta essa qualidade moral, torna-se displicente, prefere entregar-se aos prazeres efêmeros da materialidade, descumprindo suas obrigações de natureza evolutiva. Infelizmente, são incontáveis os indivíduos que expressam ódio, inveja e malquerença nas relações humanas, que encaram os fatos sérios da vida com displicência, que encontram alegria e prazer na imoralidade e na desonestidade, para dar satisfação plena aos sentidos. São vítimas de pensamentos e modos de vida que degradam a alma, e que mais tarde lhes trarão consequências desagradáveis no processo evolutivo do espírito.
Tudo na vida tem explicação lógica e racional. Só não compreende a realidade espiritual quem não raciocina, não investiga, não compara fatos e acontecimentos. Quem mantém a mente limpa, o raciocínio lúcido, sabe separar o joio do trigo, enxerga com clareza, sendo moderado, ponderado e justo. Ser justo requer o exercício da consciência de forma elevada e não são todos os seres que têm competência para tanto. A maioria julga os fatos morais conforme sua conveniência, seu interesse – esse é o seu modo de viver.
No universo humano são bem poucos os indivíduos que realmente têm noção de justiça, que no seu simbolismo está com venda nos olhos, para ser imparcial. A justiça deveria ser cega em todas as circunstâncias, mas na Terra ela é falha, porque falhos são os seres humanos. Sempre há alguém que tenta burlar a justiça para defender seus interesses. É uma verdade dura que alcança os que vivem no mundo das falsas pretensões.
O Racionalismo Cristão encerra nos seus princípios espiritualistas alto grau de justiça, não a justiça terrena às vezes falha, mas a justiça das leis evolutivas, que nunca erra. Por isso, aconselhamos aos estudiosos da Doutrina que sejam valorosos, ponderados, moderados e justos, tenham pensamentos elevados, ajam com critério, cumprindo seus deveres com mente limpa e esclarecida, para que não tenham dissabores nos relacionamentos.
É assim que os racionalistas cristãos devem proceder: cumprir seus deveres dentro dos moldes da razão e do bom senso, agindo sempre com honestidade, valor e justiça. Se isso fizerem, podem ter certeza de que nada, absolutamente nada, ocorrerá que a consciência reprove.
Humberto Rodrigues
Presidente Astral do Racionalismo Cristão
A maioria das pessoas sente necessidade de falar, de falar muito. Todo mundo quer falar, colocar seu ponto de vista à frente da opinião dos semelhantes. Todos querem ter razão, sentem-se os donos da verdade, como se ouve dizer comumente. Parece até epidemia! Como é difícil no tempo atual encontrar alguém que tenha paciência para ouvir o outro, o que ele tem para dizer, a fim de expor seu pensamento. Não é isso que se observa. As pessoas atropelam-se umas às outras quando conversam, muitas vezes não deixam que uma frase sequer seja concluída. São conversas entre aspas, podemos assim dizer.
Hoje em dia ninguém quer dialogar. Se um indivíduo não pensa igual a outro, a discussão entre eles logo começa. Infelizmente, tornou-se hábito as pessoas agirem dessa forma. Então, se queixam por estarem sempre sós, inclusive no meio familiar, porque seus componentes passam a maior parte do tempo livre na rua. Se estão em casa marido, esposa e filhos, ao invés de cultivarem o diálogo construtivo, prefere cada qual seu computador, seu celular, totalmente voltados para os assuntos que lhes chama a atenção na internet e nas mídias sociais, ou perdem tempo em telefonemas intermináveis sem qualquer conteúdo, atidos apenas ao disse que disse. Em ambientes pouco espiritualizados, como alguém pode reclamar que não o ouvem ou que não consegue falar, que os filhos não o entendem ou seguem as orientações que lhes dá?
É necessário que as pessoas exercitem a qualidade da paciência, para entenderem as diferenças de opinião e de comportamento existentes. Ouvir com paciência o que alguém tem para dizer, mesmo que não haja concordância com o que é dito, é manter diálogo sadio entre pessoas com opiniões divergentes, seja no seio familiar, no ambiente de trabalho ou no meio social. E quantas brigas seriam evitadas! Cada indivíduo tem sua forma de entender a vida e ela está intimamente ligada ao seu grau de espiritualidade. Então, por que discutir, para quê brigar? Ouçam mais e falem menos, sejam pacientes ao dialogarem.