Leitura de setembro de 2017

Reaja e supere sua depressão

Luiz de Mattos
Codificador do Racionalismo Cristão

Certos estados de alma têm sua razão de ser. Quando a angústia ou a tristeza se apoderam de uma pessoa, muitas vezes sem qualquer razão aparente, essa forma sutil e branda de desequilíbrio psíquico revela, contudo, seu fundo real, que é o acabrunhamento do espírito, a tão conhecida depressão. E como levantar o ânimo desse espírito atormentado, se não há como observá-lo por ser imaterial? Muitos indivíduos custam a aceitar esses casos como sendo uma modalidade de perturbação psíquica. Sendo assim, só eles próprios podem reagir a esse estado de abatimento moral.

Se todos estudassem a vida fora da matéria física, muitos estados amenos de desequilíbrio psíquico, tanto periódicos como permanentes, seriam mais bem compreendidos, porque a maioria das pessoas desconhece a influência da má assistência de espíritos do astral inferior, que não consegue ver nem apalpar, mas que existem. O ser humano é um espírito encarnado que se ressente dos ambientes psiquicamente conturbados, que sofre as consequências às vezes imprevisíveis do que ocorre em volta de si. Caso não tenha energia anímica suficiente para enfrentar esse contexto desfavorável, sente-se fracassado e infeliz.

Há indivíduos para os quais tudo poderia ser mais fácil, mas que tornam as coisas difíceis em razão do temperamento, do modo particular de ver e sentir os fatos da vida, do uso inadequado do livre-arbítrio. Temperamento fraco contraria o que é racional, conduz ao desgaste psíquico.

Ninguém pode forçar uma pessoa a modificar seu temperamento, mas orientar, fazendo-lhe sentir a necessidade de imprimir na alma um novo modo de vida, porque é possível educar o espírito, mesmo depois de o corpo físico atingir a fase adulta. Quem é voluntarioso, irascível, indeciso ou indiferente deve reeducar a personalidade, porque só assim encontrará paz de espírito. O temperamental torna difícil a convivência diária, porque não sabe contemporizar, vivencia apenas o eu egoísta.

Os seres humanos possuem um eu, que existe escondido no fundo da alma. Esse eu, que todos defendem, externa-se pela boa vontade ou de forma intempestiva. O eu inoportuno é prejudicial, enquanto o eu conveniente é salutar ao espírito. Logo, a reeducação da vontade, o domínio do temperamento é uma necessidade. Há indivíduos que sofrem, e muito, por culpa do seu temperamento, porque veem tudo de forma difícil, porque tudo dramatizam, e dramatizar a vida é contraproducente. As pessoas que avolumam erros no corpo fluídico são infelizes. Por isso, é preciso amenizar as agruras da vida sabendo contemporizá-las por meio do raciocínio calmo e lúcido. O que não tem remédio, remediado está, diz conhecido provérbio. Assim, é aceitar as coisas como elas se apresentam. Esse é o dever da pessoa esclarecida pelos princípios racionalistas cristãos.

Ser feliz ou infeliz depende da própria pessoa, pois ela é capaz de conquistar a felicidade ou se deixar envolver pelo infortúnio, quando dá um pontapé no que poderia trazer bom êxito na vida. São fatos que se observam no dia a dia, são casos que devem ser analisados pelos estudiosos da espiritualidade.

O Racionalismo Cristão ensina aos seres humanos como resolver os problemas da existência. Uma das finalidades das casas racionalistas cristãs é o esclarecimento espiritual, porque a pessoa esclarecida está apta a enfrentar o viver terreno. Não adianta reclamar da vida, não adianta ver os defeitos dos outros sem olhar os próprios. Adianta, sim, dar o desconto que deve ser dado a certas pessoas e às coisas que fazem, pois cada uma tem seu grau de desenvolvimento espiritual. Ao desprezarem o malfeito delas, livram-se do que possa perturbar o próprio espírito.

Sempre dizemos que a pessoa que não sabe enfrentar a luta pela vida, que traz ganhos espirituais, é uma eterna infeliz. Nada do que venha a possuir de natureza material lhe trará alegria, pois ainda não encontrou o caminho da espiritualidade. Queremos que todos compreendam a vida no seu aspecto amplo e construtivo, que aceitem o que ela tem de bom e desprezem o que tem de ruim.


Como vai sua vida espiritual?

Humberto Rodrigues
Presidente Astral do Racionalismo Cristão

Para que as pessoas ajam com sensatez no cotidiano é preciso que estudem o próprio comportamento, principalmente o seu modo de pensar, e verifiquem se constroem algo bom em suas vidas ou apenas se deixam levar pelo senso comum, seguindo a rotina diária como faz a maioria, sem se preparar para a vida verdadeira, que é a vida espiritual.

É muito importante que todos avaliem cada momento do seu viver. É lógico, perceptível e esperado que a vida moderna seja corrida para a maioria das pessoas, principalmente para as mais jovens, que sentem o natural impulso de tudo fazer às pressas. Todavia, é preciso que em qualquer idade haja um momento diário voltado para a autorreflexão. A análise profunda dos fatos que ocorrem no dia a dia faz com que haja maior êxito nos empreendimentos, desde os pequenos aos grandes feitos. Pensamento bem elaborado, raciocínio lúcido e força de vontade usada como alavanca do triunfo tornam as chances de acerto bem maiores.

Autoanálise requer estudo da espiritualidade, sob o ponto de vista do Racionalismo Cristão. Sendo assim, estudem o máximo que puderem a Doutrina, a fim de que, fortalecidos espiritualmente, vivam com satisfação, fiquem alegres por realizar seus projetos com responsabilidade, porque serão maiores os resultados satisfatórios e menores as dificuldades encontradas. Caso não tenham o empenho de se envolverem com atenção no que fazem, as consequências podem ser ruins. Aí terão de arcar com o fracasso, e ninguém quer ser um fracassado.

Certas pessoas sentem-se fragilizadas muitas vezes, acham que não têm forças para superar suas dificuldades. Sentimentos de fraqueza espiritual devem ser trocados por sentimentos de valor. Se há dificuldades, procurem lidar com elas seguros e confiantes em seus elevados pensamentos e na inquebrantável força de vontade que todos têm latente no âmago. Assim agindo, irão encontrar a melhor solução para os problemas cotidianos.