O Universo é imenso. Infinito no espaço e no tempo. Nessa imensidão espaço-temporal não há um só lugar, por menor que seja, que não esteja ocupado por matéria. Já dizia Aristóteles: “A natureza abomina o vácuo”. Baseou sua afirmação na convicção que tinha de que todo espaço deve ser preenchido com algo, mesmo que esse algo não possa ser detectado pelos nossos sentidos ou instrumentos. Ele tinha razão.
A matéria que preenche todo o Universo se encontra em inumeráveis estados de densidade. Em cada um desses estados há forças atuantes. Forças, portanto, também se encontram em todos os recantos do Universo. Destarte, podemos atrever-nos a estender a afirmação do respeitável filósofo dizendo que “a natureza abomina o vácuo e a ausência de forças”.
As forças estão em constante e permanente evolução. Nesse processo utilizam-se de matéria formando corpos e realizando fenômenos, muitos dos quais a ciência terrena já tem conhecimento e os explica em termos de leis, também universais.
Matéria densa. variedade de densidades de matéria leva a classificá-la em categorias, que definem campos onde as forças se manifestam. Dentre esses campos, o que nos é familiar é o da matéria densa, onde as forças formam átomos e, com estes, moléculas e inumeráveis outros corpos mais complexos, em uma dinâmica vibratória contínua de composição e decomposição, agregação e desagregação. Devido a toda essa complexidade e riqueza de vibrações, podemos afirmar que os átomos e as estruturas construídas com eles têm vida.
A matéria, portanto, não é inerte, ao contrário, carrega uma quantidade extraordinária de energia. Já se sabe aproveitar parte dessa energia, seja para facilitar e dar novos rumos à vida terrena, seja para aniquilá-la, como a humanidade tristemente testemunhou em passado não muito distante.
A matéria densa oferece também meios e condições para o espírito desenvolver e aperfeiçoar atributos. Oferece recursos para os engenheiros construírem máquinas, os arquitetos projetarem edifícios, os biólogos entenderem a vida em sua manifestação em todos os domínios da natureza. E assim por diante.
Outras categorias, menos conhecidas da ciência humana nas condições em que se encontra atualmente, são a matéria etérica e a fluídica.
Matéria etérica. Em estado de densidade bastante sutil, a matéria etérica circunda e penetra os mundos físicos (planetas, estrelas etc.). A Terra, por exemplo, é envolvida e penetrada por essa categoria de matéria assim como os corpos físicos encontrados nos domínios da natureza (mineral, vegetal, animal e hominal). A matéria etérica serve de liame mediador da ação de forças sobre a matéria densa. Nela estão gravadas as leis que regem o crescimento e desenvolvimento de plantas, para citar um exemplo.
É nessa massa de matéria etérica que o espírito, durante a formação do feto, vai encontrar e recolher junto ao seu corpo fluídico a matéria adequada ao programa que estabeleceu em seu mundo de estágio antes de encarnar. Por exemplo, com ela é formado o modelo, ou arquétipo, que vai determinar a aparência física do corpo em que vai encarnar. Este poderá ser bonito ou feio, ter voz apropriada a um cantor ou a sensibilidade de um artista etc. Toda encarnação é assistida e administrada por espíritos do Astral Superior. Eles têm ciência da influência do fator genético na formação do corpo físico. Desta forma, um espírito não vai reencarnar em um corpo que pode impedir a realização do que foi programado no mundo de estágio.
Na matéria etérica encontram-se outros elementos adequados e necessários para o espírito desenvolver e aprimorar faculdades e atributos que lhe são próprios. Após a desencarnação, a matéria etérica permanece no meio do qual foi retirada.
Pelas razões acima mencionadas, na filosofia racionalista cristã essa matéria denomina-se “matriz etérica”.
Matéria fluídica. No Universo há muitos mundos onde o espírito estagia entre uma etapa e outra de seu processo evolutivo. A matéria disponível nesses mundos é chamada genericamente de fluídica. Ela compõe o corpo fluídico do espírito. Esse corpo sempre acompanha o espírito, mas a matéria fluídica de que é composto vai sendo substituída à medida que o espírito evolui e galga a mundos mais diáfanos.
Pouco se sabe a respeito dos recursos que a matéria fluídica põe à disposição do espírito. Sabe-se, contudo, que as forças que alcançaram um alto grau de evolução utilizam matéria fluídica para produzir fenômenos que sequer se podem imaginar.