História do racionalismo – 132
Filósofo, historiador e ensaísta, David Hume nasceu em 7 de maio de 1711, em Edimburgo, capital da Escócia, onde também findaria seus dias, em 25 de agosto de 1776, aos 65 anos.
Foi, na opinião de estudiosos, o mais importante pensador do chamado Iluminismo Escocês e um dos maiores da própria História da Filosofia.
Desde jovem, David Hume demostrou interesse pela filosofia e pelas artes, e sua precocidade intelectual favoreceria seu ingresso, em 1724, aos 13 anos, na Universidade de Edimburgo, para estudar Direito.
Todavia, depois de dois anos abandonou o curso e, em seguida, rumou para a Inglaterra. Lá passou a trabalhar numa empresa importadora de açúcar e a estudar matemática, ciências naturais, filosofia, história e literatura.
Foi, no entanto, em Paris, cidade em que viveu de 1734 a 1737, que David Hume realizou seu objetivo de se aprofundar em seus estudos e onde também escreveria grande parte de seu Tratado sobre a natureza humana.
Porém o ano de 1737 nem findara e David Hume já estava de volta à Inglaterra, tendo, então, nesse novo período de vários anos em que permaneceu no país, trabalhado como tutor de um jovem marquês e, posteriormente, como diplomata.
Em 1769, depois de três anos em Londres, David Hume deu um derradeiro e saudoso adeus à Inglaterra, pois resolvera voltar, agora definitivamente, à sua amada Escócia e à não menos querida Edimburgo, sua cidade-berço.
Restavam, então, ao filósofo sete anos de vida, durante os quais se dedicou a revisar seu elenco de dez obras e a escrever mais uma, não de índole filosófica, e sim autobiográfica, publicada após sua morte.
Principais ideias de David Hume:
Segundo um estudioso, o problema da indução seria uma das contribuições mais importantes de David Hume à filosofia. ”O raciocínio indutivo”, diz o filósofo, “assume que o futuro será semelhante ao passado.” No entanto, ele argumenta que “não temos base racional para fazer essa suposição”.
A experiência e a observação constituem os fundamentos sólidos para a ciência.
Deve ser descartada toda hipótese que não possa vir a ser comprovada por meio da experiência.
Segundo David Hume, os objetos da razão humana são classificados em dois tipos: “relações de ideias” e “questões de fato”. As relações de ideias são necessárias e nelas se incluem a matemática e a lógica. As questões de fato, por outro lado, são contingentes, pois dependem da “experiência do mundo”.
Para David Hume, que era conhecido também por sua filosofia moral, “os julgamentos morais se baseiam não na razão, e sim no sentimento; e nossa compreensão de causa e efeito se baseia no hábito e no costume, e não na lógica ou na racionalidade”.
Em sua teoria da oscilação, ele diz não ter havido evolução linear do politeísmo para o monoteísmo durante a história da humanidade. Houve, sim, uma oscilação irracional.
Principais obras: Investigação sobre o entendimento humano (seu “livro magno”); Tratado sobre a natureza humana; Ensaios morais, políticos e literários; As cartas Inglesas; Investigações sobre o princípio da moral; e História natural da religião.
Condenado em 1756 pelo catolicismo, por ateísmo e heresia, as obras de David Hume foram incluídas por essa seita no Índice dos Livros Proibidos.)