Criaturas há que passam pela vida sem gosto para nada, sem interesse por coisa alguma, sem empreenderem algo de útil para ou seus semelhantes. Vivem a esperar que tudo lhes venha às mãos, acomodando-se a qualquer situação, contanto que não tenham trabalho ou sejam obrigadas a dispender qualquer esforço.
Sempre atadas aos outros, têm prazer em estar como que encostadas a outrem, dependerem sempre de alguém, vivendo sem ação própria, sem opinião, com preguiça até de pensar, de desenvolver o raciocínio à espera de que os outros tudo resolvam por elas, façam tudo para elas…
Quem assim proceder, será sempre um fraco, vivendo acovardado e na dependência de terceiros. Mas só vence a vida nos dias de hoje quem for ativo, investigador e desejar ser independente pelo trabalho. Nos árduos tempos em que vivemos, é necessário que a criatura tenha personalidade, procure solucionar os seus problemas da melhor maneira que lhe for possível, confiando, antes de tudo, em si mesma, demonstrando ter vontade própria e devendo saber o que quer, para fazer o que deve ser feito.
Um homem de valor e capacidade para a luta pela vida é ativo, trabalhador e empreendedor, encontra sempre solução para os seus problemas, vencendo as dificuldades e tudo procurando facilitar na vida. À mulher inteligente age em seu lar, na sua vida de família, com discernimento e critério, desenvolvendo com bom senso os trabalhos domésticos, velando pelo bem-estar de todos e não se descurando dos problemas de educação e instrução das crianças.
Assim deveriam ser as criaturas: homens e mulheres esclarecidos, valorosos, de personalidade moral definida, enfrentando e vencendo as naturais dificuldades da vida, cooperando para o encaminhamento das gerações futuras.
Outra coisa, não vem explanando, há quarenta e três anos o Racionalismo Cristão. Ele não quer criaturas acovardadas, indolentes, sem força de vontade, chegando algumas à degradação da esmola às portas da igreja e pelas ruas. O Racionalismo Cristão, esclarecendo as criaturas, ensina-as a pensar e raciocinar para saberem agir com valor e independência espiritual em toda a trajetória da vida terrena.
Publicado em 8 de dezembro de 1953.