O que há com a juventude? A juventude está perdida? É triste fazer especulações nesse sentido, quando, na verdade, o sentido contrário é o que deveria ser ressaltado: a juventude está evoluindo espiritualmente de maneira extraordinária. Dizer isso, de modo geral, está relacionado a uma pessoa que tem percepções vivendo em dada condição social: o fato de viver em um país em desenvolvimento como o Brasil. Apesar disso, mesmo em países desenvolvidos os dados mostram um caminho similar, embora não sejam tão assustadores quanto os observados na atual condição social do Brasil.
Não há, porém, como escapar dessas afirmações assustadoras: os dados chocam. Estudos revelam que os jovens cada vez mais usam drogas: álcool, maconha, cocaína e crack. O IBGE informou, com base em pesquisa feita em 2019, que cerca de 55% dos jovens que estão concluindo o 9° ano do ensino fundamental já experimentaram drogas. Após levantamento de dados, um instituto de pesquisa dos Estados Unidos chamado Centers for Disease Control and Prevention concluiu que mais de 20% dos estudantes do Ensino Médio usaram a droga chamada maconha, e no Brasil as informações coincidem.
A verdade é que a maioria dos jovens sente-se perdida na era dita pós-moderna. Simbolicamente, esse nome significa a descrença nos antigos padrões de vidas passados, como a ciência, a vida familiar, a vida amorosa, e, como não houve a implementação de um novo sistema de crenças ou verdades que atendam efetivamente às indagações efêmeras ou complexas da juventude, muitos deles perdem-se na materialidade.
Equilíbrio psíquico. A maioria dos jovens na atualidade tem bastante conhecimento, porém é incauta quando o assunto trata de equilíbrio psíquico e espiritualidade. Tal fato ocorre na proporção exata de saberem lidar com suas emoções, sentimentos e indagações em um mundo que se apresenta para os jovens em quadros de quebras de paradigmas cujos respectivos “fins” não possibilitaram o surgimento de “novas” fórmulas existenciais que realmente causam satisfação e ânsia de viver ao espírito em um mundo-escola como é a Terra. Muitos jovens perdidos e confusos se questionam: a religião é verdade? o casamento é ainda algo importante? os sentimentos familiares devem ser fortalecidos?
Muitos deles estão frustrados. Os modelos filosóficos e religiosos tradicionais não respondem aos seus anseios. A maioria desses jovens que se enquadram nesse tipo é levada pela influência das mídias sociais e pelo mundo, imaginando que se criam nas megaproduções cinematográficas e caem nas ciladas da vida, como ostentação e luxos.
Esses jovens tornam-se pessoas que obtiveram a vida como única e se enveredam para usar seus esforços para obter reconhecimento profissional em áreas para que têm ou não vocação para enriquecer financeiramente ou ter posições de mando, para obter ilusórios status sociais, a fim de causar impacto em outras pessoas.
Infelizmente, esses jovens acabam por atrair espíritos de mesmos teores vibratórios e, iludidos, angariam muito dinheiro, mas como esse tipo de vida não atende aos socorros da consciência, mais dia menos dia entram em estado de abalo psíquico gravíssimo ocasionado pelas vibrações negativas que buscaram através da lei de atração, seja entrando em correntes de mesma intensidade que permeiam a Terra ou dos próprios obssesores que entram em contato pela lei de afinidade.
Por consequência, entrando em tal estado mental pernicioso, não demoram para ter pensamentos radicais e mentais que ocasionam todo tipo de doenças mentais e psíquicas graves, entre elas a depressão, que não tardam a gerar estado tão negativo que muitas dessas pessoas pensam diariamente que a vida é ruim e condenam o mundo, e acabam criando ideias de suicídio, fato esse que atenta contra a lei universal da vida e só aumentará os débitos dos espíritos, que as deverão saudar à custa de situações mais difíceis e em tempos mais longos do que se se concentrassem no objetivo principal de estarem aqui: evoluir.
Fanatismo. Outra leva de jovens, pelo cabedal acumulado em outras existências ou mesmo por influência do meio, se fixa nas fundamentações filosóficas, que, se por um lado ajudam parcialmente alguns a saírem dos vícios, tornam outras criaturas cegas, de olhos vendados à verdadeira vida, a espiritual, e se tornam fanáticos e impossíveis de efetivar diálogos construtivos e salutares.
Outros, ainda, vivem a vida no eterno hoje. São seres esclarecidos, céticos e amantes da matéria. A vida é compreendida em nível mais elevado e tem muitos seres esclarecidos e com bastante conhecimentos que se enquadram nesse círculo social, muitos dos quais ocupam cargos de importância e são muito éticos, mas, ao acreditarem apenas na realidade visível a olho nu e rejeitar a qualquer custo especulações de ordem metafísica, se fingem de surdo e mudos e passam a negligenciar os ensinamentos espirituais. Por falta de aprofundamento em estudos, associam o termo espiritualidade a religiosidade, e desprezam completamente tudo relacionado à vida fora da matéria.
Muitos desses jovens são demasiadamente sensíveis e afetados, como todos que vivem no mundo, pelas vibrações desse mundo, e como muitos não sabem lidar com situações conflituosas, deixam-se levar por maus exemplos. O Racionalismo Cristão afirma que os olhos dos adultos devem estar atentos aos jovens, pois esses são o futuro. Os adultos, porém, diante da situação que se observa mundo a fora, estão incrédulos. Eles, de certo modo, estão corretos, pois acreditar que essa atual juventude pode ser realmente entendida como o progresso de que este mundo precisa só nos faria acreditar que os próprios adultos estão caducos.
A juventude deve, sim, ser valorizada, porém quando ela é capaz de dar exemplos de respeito ao próximo, amor ao trabalho e ao estudo, e não aquela que passa a vida toda voltada para o enriquecimento e desfrute dos gozos materiais. O essencial para se viver uma vida voltada para o bem foi a rota traçada pela maioria dos grandes espíritos que vieram a este mundo fazer evolução mais ampla do que a grande massa de seres humanos estava fazendo em seus tempos.