Tantas e tão grandes besteiras vêm sendo perpetradas a propósito da pandemia de covid-19 e as consequentes medidas de prevenção – principalmente a sensata obrigatoriedade ou autoimposição da quarentena –, que dá para imaginar que somente cérebros regados a farofa são capazes de engendrá-las. E os autores não se dão conta dos absurdos, do ridículo e dos desastrosos danos que podem decorrer de seus inoportunos comentários. O agravante desses mal pensados ou impensados ditos é que eles brotam e florescem de cabeças coroadas da sociedade.
Uma dessas sandices foi a do presidente da República aconselhando seus seguidores e simpatizantes a visitarem hospitais para verificar quantos leitos estão vazios. Oh céus! E terras! O risco de contaminação para os ingênuos que foram ou ainda pretendem passear nos hospitais é potencializado. Além disso, os leitos vazios que possivelmente encontrem continuarão vazios até que eles próprios, prioritariamente, os ocupem.
Destaque-se, com pesar, em meio a tanta tristeza e revolta que vem causando o coronavírus, tristeza pelas famílias enlutadas e revolta pela ação de gatunos que aproveitaram a oportunidade para ganhar um dinheirinho extra, ainda que à custa da vida de seus irmãos, que correm inquéritos, mas ainda não se sabe quanto foi desviado e quantos participaram das irregularidades nas compras de material hospitalar que beneficiaria infectados pelo vírus.
O coronavírus sacudiu a estrutura governamental. Tantas têm sido as demissões no setor da Saúde, no Rio de Janeiro, que em breve não haverá mais quadro habilitado e capacitado disponível para ocupar os cargos de ministro, secretário estadual e secretário municipal.
Mudando a rima e esfacelando a métrica, prossegue nossa ode ao descalabro. Quando não sofre a Saúde sofre a Educação.
O presidente do Senado livrou os brasileiros de um golpe que o ministro da Educação pretendia dar com a supressão da autonomia universitária. Nossa Educação não anda mesmo bem. Vejam o forçado exame do Enem discriminando os pobres, pois estes não dispõem de computador, tablet ou smartphone para acompanhar as aulas on line e ficarão de fora na hora dos exames. No Brasil, alguns iluminados caem para cima. Vejam o caso do “deposto” ministro da Educação.