Tenho me questionado muito sobre o sentido da minha vida. Sou gay, terminei um relacionamento faz pouco tempo, agora moro com minha mãe e irmão. A questão não é sobre minha sexualidade. Estou desempregado, não me sinto angustiado sobre isso, mas quando olho pra mim e vejo os vários aspectos de minha vida profissional me pergunto ‘o que eu quero realmente’, ‘o que me faz sorrir’, ‘o que me faz encontrar meu lugar no mundo’. Não tenho profissão, não conquistei minha casa ainda e não sei realmente qual caminho seguir. Queria ter dinheiro suficiente para poder ajudar outras pessoas, talvez isso me desse um motivo na vida. Às vezes tento me alegrar, mas vêm os momentos em que fico pensativo, não quero socializar, nem fazer nada, e isso também me deixa pra baixo. Tenho 31 anos. Sei que ainda tenho muito chão para trilhar. Só desejo encontrar algo que faça sentido pra mim, pelo que eu possa lutar. Acho esse mundo muito preconceituoso, hostil e vejo que a maioria das pessoas só te quer por interesses. Não fico totalmente isolado, mas tenho muitos questionamentos e não sei se têm respostas. Sei que vocês são pessoas esclarecidas, acolhedoras.
Reposta: Prezado, aprendemos no Racionalismo Cristão que a vida do ser humano será boa ou ruim, dependendo dos seus pensamentos, da sua força de vontade em resolver os seus problemas, do seu otimismo em olhar para todos os acontecimentos à sua volta sempre pelo lado positivo, do seu entusiasmo pela vida, sempre um sorriso nos lábios, conformando-se com as suas dificuldades, mas tentando sempre resolvê-las com valor e coragem, encarando esses desafios como oportunidades para melhor desenvolver as suas virtudes espirituais, e assim ter sempre a consciência tranquila do dever cumprido.
Você tem um ponto de partida muito positivo. Está buscando encontrar seu caminho nesta vida e sabe o quão importante é fazer o que lhe traz felicidade.
Outro ponto muito positivo em seu modo de pensar é sentir que está fazendo algo em prol de outras pessoas. Isso é muito forte, honrado e valioso. Não desista desses princípios, pois são eles que darão a você a sensação de ter um sentido em sua vida.
Continue a procurar o que quer realmente, o que o faz sorrir, o que faz você encontrar seu lugar no mundo, mas essa busca não pode ser pessimista, achando que tudo o que fez ou faz não teve nem tem sentido. Esteja certo de que seu lugar no mundo está assegurado dentro de você mesmo.
Pense um pouco sobre o que é fazer algo que dê sentido a sua vida. Será algo que lhe dê retorno social, retorno financeiro, reconhecimento de outras pessoas, ou algo que lhe traga o que você realmente busca: a certeza de que faz algo importante?
Pense se ser importante é salvar vidas, ensinar outras pessoas, plantar para a subsistência de outros ou construir algo para a humanidade: por exemplo, o trabalho de um artista. Este, a História nos mostra, não trará retorno financeiro, nem reconhecimento social, mas terá igualmente muito valor.
Ainda que traga sofrimentos, todo trabalho tem valor inestimável e deve ser considerado digno da nossa vida. Talvez sua insatisfação nasça de não estar dando valor a tudo que tem feito na vida. Pense nisso, mas nunca desista de seus ideais, não os considere difíceis e impossíveis. Ao contrário, confie em si mesmo e tenha muita persistência e paciência. Tudo nos chega no tempo devido. Mesmo que demore.
Não abandone a ideia de que qualquer coisa que faça deve dar-lhe satisfação íntima. Esse é o caminho para ser feliz no que faz. Preservar o equilíbrio interior é imprescindível. A paz de espírito virá daí.