Processos psíquicos inconscientes influenciam nossas decisões e ações

Pesquisas científicas recentes estimam que aproximadamente 90% de nossas decisões e ações passam por processos psíquicos inconscientes, e somente 10% são processos psíquicos conscientes. Essas pesquisas chegam a apontar que quase tudo o que fazemos tem influência de nosso inconsciente; e, também, que o inconsciente é 200 mil vezes mais rápido que o consciente. Essas investigações mostram que a maioria de tomadas de decisão que acontecem em nosso “universo psíquico” ocorre antes que tome forma consciente. Isso significa que uma parte muito pequena da atividade mental pode dizer-se totalmente consciente. Além disso, algumas ações consideradas “automáticas” como dirigir, sequer passam pelo consciente.

Experimentos indicam partes do cérebro que são acionadas sem nos darmos conta, ou seja, sem o consciente perceber. Trata-se dos avanços em estudos e investigações da ciência experimental, objetivando responder à questão intrigante que aguça os nossos sentidos: “quanto e como o inconsciente interfere, domina ou comanda nossas decisões, ações e comportamentos?”.

Este artigo objetiva aclarar o que são “o consciente” e “o inconsciente”, alguns de seus mecanismos e funcionalidades, na ótica da ciência experimental e da filosofia espiritualista racionalista cristã; e, também, contribuir e responder a esta instigante questão fundamentado no consistente e vasto arcabouço teórico-prático da filosofia espiritualista racionalista cristã.

Inconsciente na ótica da ciência experimental. Nosso universo psíquico é dividido em duas camadas (Consciente e Inconsciente). Apenas uma pequena parte do nosso universo psíquico representa a camada consciente (10%), na maior parte deste universo está submersa a camada inconsciente (90%). Isto quer dizer que pouca parcela de nossas decisões e ações passa por processos conscientes, a maior parte é realizada através de processos inconscientes. Juntamente o consciente e o inconsciente dividem suas responsabilidades e atividades em administrar todos os mecanismos da mente.

Originada da palavra em latim “Inconscius”, essa parte enigmática da mente é fundamental para nossa vivência, pois pode interferir em praticamente todas as nossas atitudes. Automatismos, sonhos, preconceitos, opiniões, crenças, padrões de comportamento, inclinações (positivas e negativas), fatos, habilidades, experiências, conhecimentos, impulsos, memórias e muito mais têm um “dedo de inconsciência”, ainda que não nos demos conta (justamente o que mais intriga cientistas e interessados sobre o tema). Existem outras expressões ou termos utilizados para o inconsciente: Corpo Fluídico (filosofia espiritualista racionalista cristã); Processos implícitos (neurociência da memória); Subliminares (psicologia social) e automáticos (psicologia cognitiva).

O inconsciente, em termos gerais, guarda tudo aquilo que criamos e, também, recebemos por meio dos sentidos físicos e metafísicos, mas que no momento não temos consciência deles. Inconsciente é tudo o que se faz, mas não está pensando naquele instante. Uma ação de que a mente se recorda e realizamos involuntariamente. 

Inconsciente é um tema muito estudado em diversas áreas do conhecimento, como na filosofia, neurociência, psicologia, psiquiatria, sociologia, neurologia, antropologia e outras. Observa-se que essa temática não é nova, pois segundo registros desde a antiga Grécia já se tratava desse assunto. A palavra memória provém do grego e tem o sentido de vir à tona, emergir, aflorar o que está submerso e armazenado. Representa mecanismos psíquicos de guardar (registrar, acumular) em algum repositório, para posterior ação de recuperar (acessar, releitura, lembrar) o que está armazenado.

O inconsciente está presente e atuante na maioria de nossas ações, mesmo que não nos demos conta. De ações práticas como ler e escrever, até opiniões e decisões, algo nas profundezas da mente pode nos influenciar ou estar no comando. Basicamente, o inconsciente é uma parcela da mente responsável pelo conjunto de processos mentais que ocorrem sem que haja intervenção do consciente. Além de influenciar o pensamento e os sentimentos, o inconsciente se reflete também em ações repetitivas, atividades automáticas, tais como andar de bicicleta, dirigir um automóvel, tocar instrumentos, praticar esportes, jogos, funcionamento de órgãos como o batimento cardíaco e a respiração, todo o complexo metabolismo celular e outras atividades que sequer passam pelo consciente, assim este pode ocupar-se com outras atividades.

Primeiramente o consciente toma conhecimento do aprendizado, mas este somente é fixado e processado passando por processos inconscientes. Há uma enorme capacidade cognitiva de aprendizagem e armazenamento de informações que é atribuída ao inconsciente. Todo o processo de aprendizado é complexo demais, o que torna o consciente incapaz de dar conta de tudo sozinho, afinal, já é tarefa do consciente estar o tempo todo atento ao que fazemos.

Inconsciente na ótica racionalista cristã. O espírito, expressando-se na forma humana ou não, é a mais pura expressão de seu inconsciente; e o inconsciente é a mais pura expressão das diversas experiências vivenciadas por ele (boas e ruins) em todos os seus ciclos de existências em planos físicos e metafísicos (astrais). É um agregado de matéria fluídica (corpo fluídico) que funciona como um acumulador de vibrações do espírito (positivas e negativas), servindo de repositório (memória) onde são registrados (de forma ativa, magnetizada) o seu planejamento astral (feito em campo de estágio) e as experiências vivenciadas em planos físico e metafísico (astral), ao longo de toda sua infinita trajetória evolutiva.

Nele são indelevelmente registrados fatos, informações, imagens, ideias, conhecimentos, hábitos e padrões de comportamento (superiores e inferiores) que pertencem ao domínio da memória e que influenciam fortemente na modelagem do caráter e da (s) personalidade (s), influenciando de forma determinante nossa conduta e formas de pensar, sentir e agir.

O inconsciente reside em nosso corpo fluídico (memória de essência ou constituição fluídica) onde memória e processos (mecanismos) psíquicos específicos operam entre si formando suas funcionalidades. Sendo a matéria elemento inerte, independentemente de sua densidade, na proporção que o espírito vai progredindo, evoluindo, através de sua ação vibratória diafaniza o seu próprio corpo fluídico (inconsciente), através da substituição da matéria de que é formado por outra mais diáfana (menos densa), e mais de acordo com o seu progresso e suas necessidades evolutivas, pois a matéria de diversas densidades é que fornece os meios e recursos para o espírito se expressar e realizar, mas os registros da memória armazenados em forma de vibrações jamais são apagados, podem ser reeditados e desenergizados através de boas ações do espírito.

Reeditar o inconsciente. Significa mais do que simplesmente lembrar. Na maior parte das vezes, lembrar não é apenas reviver e, sim, coletar, repensar, reconstruir e atualizar com informações, conhecimentos, imagens e ideias de hoje as experiências do passado que estão gravadas em nossa memória, em nosso inconsciente.

Podemos não perceber, mas o tempo todo, enquanto raciocinamos, nosso consciente interage, simultaneamente, em via de mão dupla com nosso inconsciente; e, também, com o ambiente externo (físico e metafísico) em que interagimos, recebendo de ambas as fontes mensagens que são sinais, dados, informações, imagens, ideias e conhecimentos que são interpretados e processados em nosso consciente e depois armazenados em nossa memória inconsciente e/ou transmitidos ao ambiente externo de forma trabalhada.

O papel do nosso consciente quando solicitado a trabalhar e deliberar é sobretudo o de captar, comparar, analisar, deduzir, induzir, escolher, concluir, julgar, deliberar e reeditar (atualizar) através do registro de novas versões de ideias, imagens, dados, informações e conhecimentos em nossa memória, que é uma das funcionalidades do inconsciente.

Resposta à questão intrigante. Na ótica da filosofia espiritualista racionalista cristã a resposta à questão “Quanto e como o inconsciente interfere, domina ou comanda nossas decisões, ações e comportamentos?”, pode-se afirmar que dominar não é o termo mais adequado e, sim, nos influenciar fortemente, pois toda bagagem acumulada da atual e anteriores existências está armazenada no inconsciente (corpo fluídico). Por isto, é natural o entendimento do quanto o inconsciente interfere e influencia nossas tomadas de decisão, ações, sentimentos e comportamentos.

No entanto, a maneira como o inconsciente influencia e interfere em cada espírito (expressando-se ou não na forma humana) é relativo, pois depende do grau de desenvolvimento de seus atributos e faculdades e, também, do histórico de vivências de cada um, isto é, bagagem de experiências individuais e coletivas. Sendo o inconsciente tão atuante no nosso modo de pensar, sentir e agir, ele também interfere no processamento de lembranças.

A forma como as memórias serão arquivadas, isto é, se positiva ou negativa, irá depender de diversos aspectos individuais, como a visão de mundo, convicções e grau de maturidade intelectual, moral e espiritual, a forma como encaramos a própria vida, nossas relações com pessoas, ambiente, atividades, nossas reações e atitudes frente a estas relações, consciência de nós mesmos e de nossa constituição como Força e Matéria, o entendimento do que está em nosso entorno, da mecânica e dos fenômenos do Universo (físico e metafísico ), e da compreensão do significado das leis evolutivas.

Consciente sobrepuja o inconsciente. É possível, com esforço e prática diária, treinarmos com disciplina e determinação nosso consciente, continuamente, para que aconteça em nosso universo psíquico (consciente e inconsciente) o predomínio e a fixação de padrões comportamentais positivos (superiores) que nos estimulam, vitalizam e fazem crescer; e, detectarmos os padrões negativos (inferiores) que nos atrapalham, embotam, depreciam e acarretam declínio intelectual, moral e espiritual. Treinar nosso consciente para aprender a exercer ação determinante e sobrepujar o inconsciente naquilo que ele aflorar de negativo, interferir e influenciar de forma ilógica e irracional nossas decisões, ações e sentimentos; e, também, potencializar tudo aquilo que ele aflorar de positivo (superior) alimentando-o e dando força para que se desenvolva, aperfeiçoe-se. Isto é evolução!