Um famoso neurologista britânico, ganhador do Premio Nobel, Sir John Eccles, fez uma afirmativa que até hoje tem sido motivo de diversas interpretações: As pessoas precisam entender que não existe cor no mundo natural, nem som, nada. Nenhuma textura, nenhum padrão, nenhuma beleza, nem odor. Podemos, como simples estudantes da espiritualidade, também fazer nossas interpretações? Sim, podemos. E o faremos.
Por que ele afirma que as cores não existem? Porque somos seres espirituais que as vivenciamos de acordo com a nossa necessidade de aprendizagem evolutiva. Pormenorizando: quando olhamos para uma rosa, as cores que percebemos em suas pétalas não são as mesmas que uma borboleta percebe; e também não são as mesmas vistas por uma abelha. O que é verde para nós, seres humanos, pode não ser verde para as borboletas ou para as abelhas. Ou seja, cada ser psíquico em evolução enxerga o mundo em que vive de acordo com sua necessidade. Essa é uma das afirmações de John Eccles; as cores não existem, somos nós que as criamos de acordo com essa necessidade de aprendizagem de cada ser vivo (psiquismo em evolução).
Da mesma forma, os odores; o que é odor desagradável para nós, humanos, deve ser delicioso para as aves que chamamos carniceiras, como os urubus. Igualmente os sons: o que para os humanos pode ser um chiado, para os morcegos é uma visão. Será que as abelhas sentem o mesmo sabor que os humanos quando absorvem o mel?
São várias as interpretações dessa natureza; textura, sabor, beleza, som, cor, cada qual criada pelo ser vivo que a vivencia. Nosso erro maior nessas interpretações é humanizarmos os outros seres vivos como se eles fossem idênticos a nós.
Assim, podemos, através da espiritualidade, entender melhor o processo evolutivo: dentro da natureza nada existe e tudo existe, somos nós que tudo criamos de acordo com o grau psíquico que tenhamos atingido nessa escola terrena.
Podemos com essas novas perspectivas dar mais um passo à frente. Quando os cientistas quânticos dizem que o Universo não existe, que somos nós que o criamos, nos levam a uma nova reflexão: quem são esses nós? Somos crianças ainda para tentar entender o Universo, mas não custa darmos um primeiro passo. Não seria esse o nosso futuro já como seres espirituais conscientes? Não estaria aí um primeiro passo para as respostas de: o que é a vida? e por que vivemos? Não seriamos nós, já como integrantes conscientes da Inteligência Universal, que estaríamos criando esse Universo?
E dando um passo mais à frente: porque as leis evolutivas precisam ser naturais e imutáveis? Um dos diversos motivos é não seria para que mesmo dentro de uma forma inconsciente, agindo de maneiras diferentes, pensando de formas diferentes, ou seja, aprendendo a usar nosso livre-arbítrio, sejamos unidos? Pois, sendo as cores diferentes para espécies diferentes de seres vivos, elas são sempre iguais para os seres individuais que formam essa mesma espécie. Assim os sons, os sabores, as texturas, os odores etc., etc., etc….
As ideias colocadas neste artigo não são para ser aceitas simplesmente, mas sim, se necessário, ser contestadas, pois é assim que seguiremos nosso caminho evolutivo. Embora venhamos a discordar em ideias individuais, ainda dentro das leis naturais e imutáveis somos parte de aprendizagem de um Todo.