Realizaremos o sonho; a semente está lançada

Como racionalistas cristãos alimentamos um sonho, como o fizeram Mahatma Gandhi, Martin Luther King Jr., Nelson Mandela e, depois, Malala Yousafzai: que a humanidade em geral, mesmo ainda sem se libertar de dogmas e misticismos, possa refletir sobre o que é estar num mesmo barco: a nave-mãe Terra, que abriga tanta diversidade própria de um planeta de escolaridade.

A maioria dos seres humanos sente, intuitivamente, que é importante a vida, e quer, dentro da constituição de sua célula-mãe, a família, crescer material e espiritualmente, respeitando-se mutuamente em diferentes países, etnias, costumes, crenças, religiões, sempre visando ao bem-estar dos seus e de seus semelhantes, na paz, na prosperidade e na fraternidade; enfim, evoluírem.

Aproveitadores. Uns poucos, extasiados pelo uso transitório do poder, beneficiam-se da religião e da política como meio de fabricar fanáticos capazes de levar suas crenças a extremos no ímpeto de impor suas ideias a todos aqueles que pensam diferente, mesmo que através da violência, da corrupção e da destruição de lares e famílias. Desconhecem a ação das leis de causa e efeito e da atração. Sabemos que nada do que é imposto pelo ódio, ou seja, pela força bruta, frutifica.

A evolução da humanidade está encaminhada para a construção de um sistema sólido de aceitação das diferenças, da fraternidade, da cooperação mútua, da solidariedade e do respeito às leis humanas e evolutivas; isso podemos observar pelo grande progresso da tecnologia nos meios de comunicação e a boa vontade de líderes religiosos nessa confraternização voltada para unificação em torno de uma mesma Inteligência Universal.

É preciso pensar. O Racionalismo Cristão, por ser uma filosofia isenta de dogmas e misticismos, ensina a pensar, a raciocinar, estimulando o autoconhecimento de todos como emanações de uma Inteligência Universal; e, através desses ensinamentos, aprender a respeitar as diferenças e a liberdade de escolha de cada ser. E assim mesmo com certa dificuldade, pois estamos em um planeta de escolaridade e dependemos das avaliações que fazemos para distinguir entre o bem e o mal, vamos aprendendo a não emitir julgamentos precipitados, a raciocinar sobre a nossa conduta e não sobre a dos nossos semelhantes, nos tornando seres conscientes da nossa natureza e do que estamos fazendo neste planeta, e prosseguimos mais tranquilos, mais serenos, mais confiantes, ao procurar exercer em nós o próprio domínio.

E por falar em sonhadores deixamos aqui registrados os versos de um grande sonhador que foi o músico e poeta John Lenon:

Imagina que não há um paraíso./ É fácil se tentares. / Nenhum inferno debaixo de nós./ E por cima, apenas céu./Imagina todas as pessoas / A viverem para o dia de hoje. / Imagina que não existem países. / Não é difícil de o fazer. / Nada por que viver ou morrer. / E também nenhuma religião. / Imagina todas as pessoas / a viverem a vida em paz. / Podes dizer que sou um sonhador. / Mas não sou o único / Espero que um dia te juntes a nós. / E o mundo será apenas um.

Humanidade melhor. Unidos a Luiz de Mattos, Antonio Cottas e Humberto Rodrigues, grandes humanistas, idealizadores e continuadores desta Filosofia e que em vida física puseram em marcha a possibilidade de se concretizarem essas aspirações, elevamos todos os dias os pensamentos voltados para o ideal de uma humanidade mais fraterna, sem ódios, sem fanatismos, sem destruição e em um clima de paz e prosperidade para todos os povos.

Talvez transcorram 100 ou 1000 anos, até que todos os seres humanos se conscientizem de que estamos num mesmo barco, tendo como bússola a lei evolutiva de causa e efeito e com muitas viagens de idas e vindas, não importa; a semente está lançada e frutificará.

Mario Marinho, militante na Sede Mundial.