Há duas maneiras de evoluir: conscientemente e inconscientemente. A evolução consciente significa ordenar a existência para praticar no mundo o planejado astralmente. Assim, o silêncio é uma atitude indispensável para alcançar esse fim. Primeiro, através dessa atitude se desenvolve a prudência e o raciocínio. Ambos são importantes para deliberar corretamente sobre o comportamento e através da autorreflexão extirpar da personalidade falhas contraídas em existências pregressas.
A evolução inconsciente é desordenada e inconsequente. Compreende falhas e faltas no caráter, mas não se impõe com rigor a correção delas, vivendo uma vida instintiva e errante quase sempre por influência do meio e encontrando no gozo mundano o lenitivo da felicidade fugaz que esse mundo proporciona.
O silêncio favorece a constância no trabalho por concentrar o espírito no labor o fundamento que esse ofício exige. Quem silencia não maldiz ou critica o semelhante, por entender que erros são comuns às parcelas da Inteligência Universal, tolera e depois esquece atos incorretos observados e não mimetiza tais atitudes incoerentes, para se concentrar em prol de uma vida pautada em princípios elevados e superiores, entre os quais se tem nas obras literárias da filosofia racionalista cristã um manancial de ensinamentos exemplares.
Não se deve entender que silenciar signifique ser indolente e irresponsável perante as exigências que as circunstâncias da vida moderna apresentam. Ao contrário, baseia-se em autorreflexão constante para expurgar os maus hábitos praticados na presente e pregressas existências para alterar o comportamento por mérito próprio tendo o intuito de evoluir mais rápido.