Tapas. Numa vergonhosa troca de acusações e desaforos, na preparação da festa (ou farra) da democracia um candidato a presidente disse que a família do outro adquiriu vários imóveis por R$ 23 milhões, pagando em dinheiro vivo; em revide ouviu que era um quadrilheiro. Um terceiro aproveitou a chance e mandou seu veredito contra o primeiro: ele quer voltar ao local do crime.
Imbrochável. Mais de 20 anos depois do imexível do então ministro do Trabalho de Collor Antonio Rogério Magri, aquele que disse que cachorra é ser humano, eis que o presidente da República brinda o vocabulário da língua portuguesa com o acréscimo de imbrochável (Que lindinho!), prova de que o idioma é dinâmico, maleável e generoso. Na visão dele, trata-se de neologismo instrutivo, educativo e imprescindível.
Castração. Uma candidata ao Senado prometeu a castração química de estupradores e pedófilos. Se conseguir a vaga poderá acrescentar ao seu projeto a castração física e incluir corruptos. O risco é transformar as casas legislativas em recintos privativos de eunucos.
Besteirol. Nem todas as centrais de abastecimento do país juntas conseguiriam despejar em nossas casas tantas abobrinhas quantas ouvimos na apresentação dos candidatos a deputado e senador. Pretendentes à governança não ficaram para trás.
Horror. Figuras bizarras, visuais terríveis, imagens fantasmagóricas, mas também moças bonitas, rapazes simpáticos, vozes macias, olhos ternos, escondendo intenções maldosas, lá estavam eles na telinha, cuspindo sandices e atrasando a programação das emissoras e consequentemente do divertimento popular.
Cassações. Pretensiosos e espertalhões deram muito trabalho ao Tribunal Superior Eleitoral. Corrupto confesso, candidatos que não provaram ser o que se anunciavam e outros por motivos vários mereceram a cassação da candidatura.
Soluções. Foram tantas propostas para eliminar os problemas do país quantos foram os candidatos. Cada um com várias mangas na cartola para de cada uma puxar, na maior cara de pau, a solução pronta e acabada para a fome, para a falta de emprego, para a falida saúde pública, para os transportes públicos, para o esgoto a céu aberto… Só faltaram propor a revogação da lei da gravidade e a supressão do movimento das marés.