Vibração, atração e afinidade

Vibração, atração e afinidade são conceitos com que sempre lidamos na  Doutrina. Na verdade são distintos, mas impossíveis de existência sem o outro, isso em se tratando de aspectos espirituais. Sabemos que a lei da atração ocorre entre afins e que, obviamente, os afins se atraem. Encontramo-nos, todos nós, de uma certa forma enclausurados neste planeta, ainda escola, para podermos melhorar nossa consciência e nos tornarmos seres capazes de ser desejados nos planos mais superiores da existência que vicejam nos mundos de maior evolução.

Interessante é que, como essência ou espírito, ou mesmo parcela da Força, habitamos mundos de ordem superior. Mas só a eles vamos, só neles conseguimos penetrar quando inconscientes, pois só os alcançamos quando cá na Terra estamos a dormir. E essa condição de “inconsciência”, podemos observar, se de um lado nos permite refazer-nos de nossos desgastes anímicos, de outro lado nos impede de interagir, com maior grau de intensidade, com a atmosfera fluídica daqueles planetas a que estamos atidos por estreita ligação de afinidade e atração. Todos sabemos a propensão ao erro que existe em alguém que não traz, desenvolvida em si, a devida capacidade de uma interação correta com um ambiente com o qual pretenda relacionar-se.

Ascensão

Então, já podemos observar que, mesmo pertencente a um determinado nível evolutivo, deste ficamos alijados de maior convivência. Se atentarmos para o fato de como os planetas evoluem, vamos entender o que realmente se passa. Quando por exemplo um estagiário ou profissional trainee ascende ao posto desejado, ou seja, avança mais um degrau na empresa, deixa de executar determinadas funções que irão ser desenvolvidas por outro profissional em início de carreira. Se repararmos bem os mundos assim também o são, e ao evoluírem expurgam de si as categorias espirituais de menor desenvolvimento e concomitantemente atraem para si categorias espirituais de maior evolução, deixando de executar tarefas simples e agregando o desenvolvimento de tarefas complexas. Por isso, poder-se-ia afirmar que aqueles espíritos que estagiam nos mundos densos, por exemplo, reencarnam com projetos de vida, na Terra ou em qualquer outro planeta-escola, estipulados para desenvolverem ações de suma importância no Universo e em suas trajetórias evolutivas, mas que, por força da necessária evolução, já não podem ser levadas a efeito naquele mundo denso, que passa então a servir de mundo de estágio àqueles espíritos que reencarnam nos mundos-escolas.

Escala

Devemos lembrar que o primeiro mundo hierarquicamente acima do tipo escola é o denso, de onde partem para reencarnar espíritos das classes inicias da evolução. E os mundos densos nada mais são do que planetas-escola que evoluíram e que, portanto, já não mais comportam seres de tal ordem devido ao progresso intelectual e tecnológico. Então, podemos dizer também que os espíritos dessas classes inicias são “banidos” dos mundos densos e passam a ter que desenvolver suas atividades nos mundos-escolas preparando o terreno para a chegada dos espíritos mais evoluídos, numa nova fase da história do planeta em que irão reencarnar. Ou seja, não existe “afinidade consciente” entre o mundo de estágio denso e os espíritos das primeiras classes que ali vão retemperar-se durante o seu sono. Mas o corpo astral desses espíritos é feito com a matéria fluídica do mundo denso e, portanto, sua densidade corresponde à da atmosfera deste planeta e é o tipo de matéria fluídica de que esses espíritos necessitam, pois com suas vibrações densas somente um fluido denso conseguem manejar.

Como vemos, a atmosfera psíquica dos mundos densos consegue fornecer um fluido adequado aos reencarnantes das primeiras classes. E, de acordo com o Racionalismo Cristão, cada espírito tem em seu mundo de estágio sua esteira fluídica. E esta esteira tem a mesma vibração do espírito e constitui-se do mesmo fluido presente na atmosfera psíquica do mundo de estágio. Então poder-se-ia afirmar que essa esteira fluídica, que tem vibração afim com o espírito que está reencarnado, é em suma a bússola, ou um emissor de sinal, para que o espírito, através da sincronização deste com sua vibração, possa viajar a enorme distância entre seu mundo de reencarnação e seu mundo de estágio durante a atividade exercida pelo espírito na ausência da vigília. Ou seja, despido de atenções voltadas para o campo material, o espírito reencontra sua vibração natural, que é condizente com a de sua esteira fluídica e corresponde na sua base vibracional à atmosfera fluídica ou psíquica do planeta ao qual o espírito está ligado.

Identidade

Vimos que o espírito se torna capaz de viajar longinquamente, mas existe uma condição para isso, e esta é a de que sua vibração esteja normal ou a mais tranquila possível, pois qualquer alteração faz com que não haja identidade entre a vibração da sua esteira e o espírito, e, por conseguinte, não ocorrerá então o desejado efeito da lei de atração. Por isso se diz que um dia vivido em ambientes que conseguem perturbar a alma faz seu mal, deixa seus vestígios, e um deles é o de não permitirem, através da mutilação da vibração normal e particular, o não deslocamento tão necessário do espírito ao seu mundo de estágio.

Outra observação é que, existindo essa afinidade e consequente atração, a parte atraída é sempre o espírito, pois a esteira fluídica é fixa no mundo de estágio.

Claro fica que as condições descritas aqui para a relação do espírito com seu mundo denso são similares às de qualquer espírito com seu mundo de estágio enquanto encarnado estiver. Ou seja, podemos dizer então que a vibração do espírito encarnado sempre será, ou deverá ser, diferente da vibração que vivifique a atmosfera do planeta em que vive, pois isso irá permitir que, durante o sono, se evole com facilidade ao seu originário plano astral. E outra coisa é que, realmente, cada espírito tem sua vibração particular, o que, portanto, torna inconfundível também o caminho que ele toma para deslocar-se do mundo em que vive para o seu mundo de estágio, mostrando-nos que as vibrações se interseccionam, mas não se confundem quando não se relacionam.

Se fizermos analogia com o desencarne veremos que também cabem as observações desenvolvidas acima, pois, livre do corpo físico, o espírito deveria recobrar sua natural vibração, pertencente ao mundo de estágio que for, e naturalmente sair da atmosfera da Terra. Se isso não ocorre é por culpa do espírito que, perturbado pelo desenlace carnal, não consegue recuperar o equilíbrio, havendo necessidade da interferência do Astral Superior para que o seu espírito, ao recuperar a nitidez mental, equacione o retorno à sua natural vibração e consiga libertar-se do fugaz e perturbador entrelace com o astral inferior.