O que estamos fazendo com os anos de vida a mais que temos ganhado? O que você planeja fazer para chegar bem aos seus 60, 70-80 anos?
A expectativa de vida do brasileiro ao nascer aumentou, conforme indica o relatório Tábua Completa de Mortalidade para o Brasil – 2018 – divulgado pelo IBGE em 28 de novembro de 2019.
Só de 2017 a 2018 ganhamos a média de três meses e quatro dias a mais para viver. Devemos celebrar? Sem dúvida! Envelhecer é um grande ganho para a humanidade. Ainda mais se observarmos que, na década de 40, poucas pessoas tornavam-se octogenárias. Que diria nonagenários ou centenários? A proporção era que de cada mil pessoas que atingiam os 65 anos de idade em 1940, apenas 259 chegariam aos 80 anos ou mais. Esse indicador dobra em 2018. Agora, de cada mil idosos com 65 anos, 637 completarão 80 anos, conforme indica o IBGE.
E tem mais: em 2060, a projeção é de que nossa expectativa de vida alcançará os 81,2 anos.
Detecção de doenças. A questão é: como estamos envelhecendo? Será que estamos tornando-nos idosos saudáveis ou adoecidos? Esta é a grande reflexão.
A medicina evoluiu. Detemos conhecimentos que antes não tínhamos, o que ampliou as ferramentas de prevenção das quais podemos lançar mão em prol da boa saúde, tais como a importância da vacinação como medida combativa de doenças infectocontagiosas. Dispomos de novas tecnologias, que incluem equipamentos de medicina diagnóstica que permitem detecção precoce de doenças, e temos acesso a um arsenal medicamentoso que permitiu transformar doenças, antes fatais, em condições crônicas.
Talvez você já saiba de tudo isso, mas o quanto você tem incorporado isso à sua realidade?
Mais do que um número na Tábua da expectativa de vida, é como você quer chegar lá? Acredito que a chave está em pouparmos hoje para gastarmos amanhã. Sim, isso mesmo! Falo sobre construir o que chamo de “poupança Chegue Bem”. Funciona assim. Você começa a investir em atitudes que lhe possibilitem guardar “ativos” para ter saúde, qualidade de vida, autonomia, independência e, também, reduzir o risco de desenvolver doenças comuns ao processo de envelhecimento.
Quais são esses “ativos”? Eles estão ligados ao nosso comportamento social, ambiental, emocional, financeiro e educacional. Incluem desde nossos hábitos alimentares, à movimentação de nosso corpo e mente por meio da prática de atividades que estimulem nosso corpo e nosso cérebro, para que mantenhamos nossa saúde óssea e muscular em dia, bem como nossa capacidade cognitiva (memória, aprendizagem, raciocínio etc.) ativa. Outro aspecto que poucos levam em conta é a saúde financeira. Guardar dinheiro para que seja possível constituir uma reserva para suprir necessidades quando idoso.
Isso sem falar no despertar que temos quanto à importância da gestão do estresse e emoções, do fortalecimento da fé/espiritualidade, de se encontrar um propósito e da resiliência. O planejamento do envelhecimento deve ser programado e iniciar de forma precoce.
Não podemos evitar que nosso organismo envelheça. Até porque esse processo começa próximo dos 28 anos de idade, conforme nos mostram estudos. O que está ao nosso alcance é dar ao nosso corpo os subsídios que ele precisa para envelhecer bem! O tipo de idoso que você será no futuro está no ser humano que você é hoje!