Apreciamos as pessoas simples, humildes e discretas, que não gostam de exibições nem demostram o que sabem. As que cultivam no âmago a simplicidade, a humildade e a discrição são bem recebidas em todos os lugares, porque não alardeiam seus conhecimentos, não esperam honrarias e sempre se embaraçam ao receberem os merecidos elogios. Essas qualidades morais demonstradas nas atitudes revelam também a bagagem espiritual de significativa dimensão que possuem e um ângulo marcante de personalidades que se destacam em qualquer ambiente.
Mário Quintana, poeta brasileiro, natural do estado do Rio Grande do Sul, é exemplo de simplicidade, humildade e discrição demonstrado em frases e poemas que marcaram sua vida e obra literária, como o poema Da discrição, in Espelho Mágico: “Não te abras com teu amigo, ‘Que ele um outro amigo tem, ‘E o amigo do teu amigo, ‘Possui amigos também.’, e, da mesma forma, as frases: ‘A amizade é um amor que nunca morre.’ e ‘A saudade é que faz as coisas pararem no tempo.”
A simplicidade voluntária, a humildade que estampa as limitações humanas e a discrição no comportamento e nas ações que exigem confiabilidade devem fazer parte do cotidiano das pessoas. As qualidades morais são tesouros psíquicos que acompanham o espírito pela eternidade, enquanto os tesouros materiais são transitórios, como são as roupas de grife, as contas bancárias robustas, as residências e os automóveis de luxo ao ficarem na Terra e se extinguirem com o passar do tempo.
Arrogância, fanfarrice, ostentação e vaidade são demonstrações típicas de pessoas moralmente desajustadas, portanto descompromissadas com o senso de respeito aos semelhantes e os atos de renúncia, de solidariedade e de desprendimento, indicadores de uma superior compreensão da vida. São os procedimentos de valor que engrandecem a personalidade e, por isso, a simplicidade, a humildade e a discrição dignificam o caráter.