A função cognitiva da concentração

O que é concentração? De acordo com a psicologia, referendada pela neurociência cognitiva, concentração é uma função cognitiva mental que tem a capacidade de manter e sustentar em mente apenas um único pensamento, uma única imagem mental de cada vez focada pela atenção em um único alvo. A pessoa está concentrada quando sua mente foca apenas um único objetivo de seu interesse em cada momento. Em nossa mente está sempre passando uma sucessão de pensamentos, a menos que estejamos concentrados em algo. Por exemplo, em um jogo de xadrez, os competidores, além da inteligência e serem “experts”, para terem êxito, precisam se concentrar no jogo para aplicarem suas regras com raciocínio e concentração em suas jogadas, mesmo assim só um deles vencerá a competição e tornar-se-á campeão.

Todo e qualquer processo de atenção e concentração é algo bem complexo e envolve funções cognitivas, interpretação dos pensamentos, sentimentos e emoções que têm tudo a ver com os estímulos trazidos pelas sensações até ao cérebro. É o encontro da cognição com a realidade da própria pessoa. Além disso, a concentração depende das informações do meio ambiente, bem como, do significado que a pessoa que a exercita atribui a ela. Essas informações podem incluir diversos fatores como atenção, observação, consciência do que está sendo observado, etc. Assim, a percepção não depende somente dos estímulos recebidos (sensações) pelo cérebro, mas é, de fato, um resultado final integrado com os fatores, as expectativas e o conhecimento que a pessoa já tenha acumulado a respeito (habituação) do assunto ou dos fatos.

Um pouco de tecnicidade. A neurociência cognitiva é uma subárea da neurociência que tem por estudo os processos mentais do ser humano, tais como o pensamento, a atenção, a concentração, a aprendizagem, a inteligência, o raciocínio, a linguagem, a sensação e a percepção.

Toda e qualquer atenção, que é o principal gatilho que conduz à concentração, requer certa quantidade de esforço (energia) necessária para se perceber e focar um determinado estímulo. A isso damos o nome de limiar. Há dois tipos de limiares: o limiar absoluto, que é a estimulação mínima necessária para detectar-se um estímulo e o limiar relativo,  que é a diferença mínima entre dois estímulos para eles serem percebidos.

Cabe ainda explicar que existem fatores que afetam a nossa atenção e, portanto, os nossos limiares, como a fadiga, uma noite mal dormida, o cansaço, a ingestão de álcool, o uso de drogas etc. Daí, as pessoas sujeitas a essas condições necessitarem de um estímulo maior para ser percebido. Um exemplo clássico é a distração que precisa de um estímulo maior dos órgãos sensoriais envolvidos para ser detectado o seu efeito. Daí a importância da concentração. Há, também, a habituação que ocorre quando a pessoa acostuma-se com o estímulo, prestando menos atenção nele.

O papel da atenção na concentração. O ser humano tem o costume de fazer suas tarefas de forma automática, isto é, sob a ação inconsciente da mente, fazendo certos movimentos sem prestar atenção e pensando em outras coisas que não tem relação alguma com o que está fazendo no momento, no “aqui e agora”. Torna-se, assim, muito fácil de captar distrações, prejudicando a prática da concentração. O segredo inicial para aprender a concentrar-se é evitar as distrações e ter bem claro que só podemos fazer com sucesso uma coisa de cada vez, com a atenção voltada somente para isso. Estaremos, assim, aplicando um filtro às ideias espúrias e pensamentos intrusos que nos atingem a cada instante.

Para desenvolver a concentração precisamos praticar a autodisciplina e ter a atenção focada, bem como, o interesse e a perseverança como estímulos fundamentais. Estaremos, assim, adotando os hábitos necessários para treinar a faculdade da concentração. Se, de fato, adotarmos esse ritual para cada coisa que pensarmos e em tudo que fizermos, estaremos praticando hábitos construtivos. Em resumo, ter o hábito de fazer tudo com atenção nos ajudará na concentração. Se a tarefa for muito grande, divida-a em várias partes ou passos menores para concluí-la com êxito, reservando tempo suficiente para não interrompê-la. Nada mais danoso do que a procrastinação. Finalmente, vença a luta da concentração contra as distrações, esforçando-se para isso.

Na Internet o leitor vai encontrar sites e blogs que oferecem treinamentos e cursos que ensinam a fazer exercícios de concentração, como ioga, meditação, etc.

Quebra de concentração ou distrações. Não é nenhuma novidade que as distrações constituem uma das maiores dificuldades que ocorrem no processo de concentração. Por isso, temos que evitar captar estímulos desse tipo que desviem nossa atenção quando estivermos estudando, como estar conectado à Internet ou ter qualquer aparelho sonoro ligado no recinto onde precisamos nos concentrar e aprender novos conhecimentos ou mesmo trabalhar.

Recomendamos ficar longe das mídias sociais durante o expediente ou de estudo, a menos que precise pesquisar algo nelas. Também, não responda às mensagens de seu celular na hora errada. Caso você não consiga controlar a sua impulsividade, desligue tanto o celular como o computador.

Adote um bom controle de tempo, organizando a sequência de suas prioridades.  Se for necessário, divida as tarefas em partes menores para não ultrapassar duas horas entre os intervalos, para evitar o cansaço, ou até mesmo o estresse persistente.

Eis algumas dicas para melhorar a concentração: a) ter motivação e autodisciplina são condições essenciais; b) esforce-se para estender o seu limiar de atenção; c) se puder, experimente ouvir música relaxante durante o trabalho intelectual; d) evite tudo que distraia sua mente; e e) seja seletivo e distensione-se o mais que puder.

Conclusão. No Racionalismo Cristão temos que lidar com a concentração durante as irradiações e prestar muita atenção nas atividades mediúnicas, nas orientações do presidente da reunião e, no final delas, nas orientações de um espírito do Astral Superior. Assim procedendo, a pessoa estará absorvendo o máximo de conhecimentos sobre a alta espiritualidade, promovendo o seu crescimento espiritual e dando passos seguros para a sua evolução espiritual. O objetivo é estabelecer contato com as Forças Superiores do Universo. Para finalizar, o corpo humano é uma máquina maravilhosa estruturada para servir ao espírito que o comanda e o controla durante toda a sua vida terrena!