A humildade e a simplicidade

Como o ser humano pode alcançar a humildade e a simplicidade sem que tenha experimentado as tolas ilusões da vaidade?

A vaidade, esse sentimento que tanto atrasa a evolução espiritual, manifesta-se ainda nos primeiros anos de vida física, quando a criança exibe seus novos trajes e brinquedos diante dos coleguinhas. São manifestações pueris consideradas até então normais entre os pequenos. Porém os pais devem estar atentos a esse comportamento para que não haja excessos que vão transferir à personalidade da criança um ar de ostentação, convencimento e arrogância, tornando-o um adulto prepotente querendo prevalecer-se sobre os demais. A vaidade enquanto seja de essência material é vista pela lente da superficialidade e pela aparência ilusória aos olhos da matéria, enquanto a simplicidade tem expressão e essência fundamentada na visão do espírito, iluminada pelo raciocínio claro.

A vaidade é um estado de alma próprio do ser que vive o terra a terra, apoiando-se na materialidade, buscando completar o vazio existencial nas efêmeras posições sociais, honrarias que só têm notoriedade no plano físico e nas riquezas terrenas que se apartam do ser quando este deixa seu corpo físico, porque nada se leva a não ser as boas ações e os bons sentimentos que compartilhamos com nossos irmãos em essência.

 Os bons modos, os hábitos salutares e fortalecedores da boa conduta devem ser cultivados e enaltecidos na educação dos filhos. Essa base de discrição, sobriedade e respeito engloba os requisitos essenciais para que o ser alcance a humildade e a simplicidade.

 A simplicidade e a humildade são atributos de grande valor espiritual. A humildade e a simplicidade não podem ser avaliadas pela visão materializada, visto que essas qualidades são etéreas, impalpáveis e de essência espiritualista, conquistadas no trabalho de aprimoramento do caráter e no combate às imperfeições travadas pelo espírito em inúmeras jornadas em plano físico.

 O ser possuidor de humildade e de simplicidade é antes de tudo tolerante, moderado, respeitoso e cortês, mas nem por isso submete-se à prática de atitudes que reneguem suas convicções ou envolve-se em situações humilhantes, pois está consciente de que todos têm a mesma essência e que todos são alunos frequentando a mesma escola, cada qual cumprindo seu processo evolutivo.

O espírito que depois de apresentar-se neste plano terreno na posse de um corpo matéria através de múltiplas existências e atestar ter aprendido e assimilado as lições oferecidas por este planeta-escola, encontra-se em condições de abandonar a vaidade, podendo então agregar ao seu acervo espiritual, com justiça e por seu próprio mérito, o nobre e elevado sentimento da simplicidade e da humildade.

Portanto a vaidade é uma das últimas imperfeições humanas a deixar o espírito.