As falácias da mente

Análise e comentários sobre algumas conclusões materialistas da mente

 

Existem numerosas formas peculiares de comportamento da mente face aos episódios de nosso cotidiano. Este artigo é baseado no conhecimento psicológico reconhecido como verdadeiro e aplicado por muitos psicólogos. É inegável que a mente humana comporta-se inteligentemente, mas também engana-se com muita frequência, cometendo erros a torto e a direito, isto é, faz alguma coisa à toa, às cegas, em excesso, demais, indiscriminadamente. Vamos examinar algumas e procurar o sentido e comentar a explicação que os psicólogos dão a elas, face à nossa teoria da mente.

A primeira delas é “para ter sucesso no cumprimento de suas metas você não deve falar sobre elas com ninguém”. Este foi o resultado de uma pesquisa feita pelo Departamento de Psicologia da Universidade de Nova York. Dizem eles que as pessoas que anunciam suas metas aos outros têm menos probabilidade de cumpri-las realmente por perderem a motivação. Para nós, racionalistas cristãos, isso é apenas meia-verdade, pois damos muita importância às amizades verdadeiras, depositando em nossos amigos confiança e nos apoiando, muitas vezes, em seus conselhos. Antonio Cottas, em vida física e em muitas de suas orientações, dizia e afirmava que “devemos confiar, desconfiando sempre”, ou seja, devemos ser cuidadosos com aqueles em quem confiarmos.

Outra pesquisa, esta feita pelo Instituto de Neurociência e Psicologia da Universidade de Glasgow, revela que “temos o hábito de melhorar as histórias chatas” que nos contam. E completam dizendo que as pessoas tendem a melhorá-las para torná-las mais interessantes, revelando que as pessoas são mais criativas do que imaginam. Para nós, racionalistas cristãos, isso não é um procedimento recomendável e, para o caso, preferimos adotar uma atitude de rejeição, apagando-as o mais rápido possível.

O que vem a seguir nessas pesquisas, embora nos pareça exagerado, a menos que incluamos centenas de tipos de medo, tem muita probabilidade de ser verdadeiro. Sabemos que as fobias são os medos exagerados, levados ao extremo, às vezes sem causas aparentes. E que assertiva é essa? É a seguinte: “você tem mais fobias do que imagina.” A pesquisa assegura que existem mais de 400 tipos de fobias. Nossos comentários são que muitas dessas fobias decorrem do medo da morte. Ora, nós racionalistas cristãos, sabemos que o espírito não morre jamais, ele tem vida eterna cumprida, na sua passagem pela Terra, através das reencarnações.

 

Música. A próxima conclusão dessas pesquisas resulta da seguinte pergunta: “por que temos uma música favorita?” Os psicólogos afirmam que a preferência por uma música está relacionada com nossas experiências passadas, devido a alguma situação que mexeu com nossa mente emocional de tal forma que ficou registrada em nosso subconsciente. Devido aos sentimentos de saudade ou de nostalgia, ao nos lembrarmos ou, melhor ainda, ao a escutarmos ela nos traz a alegria ou a tristeza do momento em que a ouvimos pela primeira vez. Nós pensamos que nada há de errado nessa conclusão, mas aqui se trata mais de reativação da memória do que algo envolvendo a mente. É claro que, lembrando-nos dos detalhes e das circunstâncias daquele momento passado, sabemos por que certa música nos marcou tanto.

Outra conclusão que o estudo revela: “seu estilo de música favorito está relacionado à maneira com que você vê o mundo”. Esta afirmação nos parece verdadeira, pois não podemos negar que o tipo de música de que gostamos está diretamente relacionado à nossa personalidade e à forma de entender como as coisas acontecem ao nosso entorno. Então, o estilo de vida afeta e é afetado pelas nossas preferências musicais.

O próximo item decorre de uma afirmação sobre o dinheiro contida no livro Happy Money, de Elizabeth Duncan e Michael Norton: “gastar dinheiro com os outros nos deixa mais felizes”. Segundo eles, as pessoas que assim procedem obtêm maior sentimento de felicidade e gratidão ao beneficiarem o próximo. Estamos de acordo com essa atitude desde que quem doa tenha dinheiro suficiente ou viva com muita simplicidade para não lhe faltar o que não lhe sobra e, por isso, o seu dinheiro deve ser administrado com parcimônia.

As pesquisas apresentadas no livro citado no parágrafo anterior mostraram que: “investir seu dinheiro em uma viagem o faz mais satisfação que comprar um carro”, indicando a opção preferida pelos pesquisados. O que isso indica? Significa que a verdadeira chave para a felicidade não está na posse, mas nas vivências que o dinheiro nos proporciona na posse de um carro, por exemplo. O comentário óbvio que cabe aqui é que quem já tem o carro vai preferir viajar ou mesmo guardar a economia para dias mais difíceis.

Outro estudo, apresentado por Donatella Marazziti, que ganhou um prêmio Ig Nobel pelo seu trabalho, afirma que “o amor verdadeiro pode ser comparado a um transtorno obsessivo compulsivo”. Seu trabalho mostrou que, bioquimicamente, o amor e o transtorno compulsivo obsessivo (TOC) não apresentam diferença. Esta conclusão, puramente materialista, não pode ser aceita por aqueles que têm o conhecimento espiritualista. O amor verdadeiro é algo sublime, verdadeira virtude que o ser humano procura alcançar e o assim chamado TOC é pura obsessão espiritual.

Pode parecer estranho, mas estudos realizados pela Escola Universitária de Medicina de Emory, nos Estados Unidos, mostraram que as “fobias podem ser transmitidas geneticamente”. Qual a justificativa? Afirmaram que uma fobia pode ser a lembrança de uma experiência negativa registrada no DNA e transmitida de geração em geração. Nós, espiritualistas, não podemos concordar com essa afirmação bem bizarra.

Outro detalhe exposto pelos psicólogos é que “os desejos das grávidas não são meros caprichos”. Sem dúvida, as grávidas têm desejos. Cerca de 30% delas, segundo o estudo, têm ou tiveram pelo menos um episódio dessa natureza durante a gravidez, os quais as levaram a desejar comer coisas diferentes. Mas para nós, espiritualistas, essa é uma conclusão puramente materialista e nada tem a ver com a mente, mas sim com o desequilíbrio hormonal que sabidamente ocorre durante a gravidez.

Finalmente, as pesquisas realizadas pela University of British Columbia mostraram que “existe o gene da negatividade” presente no DNA de certas pessoas predispostas à negatividade. Isso decorre da variação do gene designado por ADRA2b que atua nos indivíduos de tal forma que eles percebem os acontecimentos emocionais negativos com mais intensidade que as demais pessoas. Essa é outra conclusão materialista, já que, como expusemos nos dois artigos anteriores, a mente é um processo não material, de ordem espiritual, que segue os ditames dos nossos pensamentos como transmissores de ideias imediatamente decodificadas pelo cérebro, mas não geradas por ele.