Caquinhas verbais do presidente estão repercutindo mundo afora

Bobagens, doideiras, sandices, agressões verbais, xingamentos, palavrões, tudo mais que ofenda e desgoste lançado pela mais elevada autoridade do Brasil, ora contra seus concidadãos, ora a esmo, vem transformando o Brasil, frente aos organismos internacionais e dirigentes mais bem educados de outros países, num lixo moral. Que dizer das impropriedades pronunciadas por Sua Excelência ao referir-se, por exemplo, ao governador de São Paulo? E ficam os dois trocando farpas pelas redes sociais, como se fossem dois moleques de rua. Terão sido?

Metralhadora giratória, mira laser, municiada pela covid não nega fogo quando se trata de provocar, quer por um quase nada, quer por motivo irrelevante. Aparentemente nosso presidente, que deveria liderar seu povo por caminhos retos e seguros – para isso foi eleito –, somente se compraz em maldizer, em tentar mostrar que ele pode o que outros não podem. E avança em várias frentes, dentro e fora do território nacional: ataca o Legislativo, pelos presidentes das duas Casas e seus pares; ataca o Supremo Tribunal Federal, se toma decisões que lhe desagradam; ataca a Organização Mundial de saúde (OMS), ataca governos de países próximos e distantes. Se prostrar-se diante de um espelho há de atacar a própria imagem, porque esta prática é da sua natureza. Nasceu assim, em casa cresceu assim, na caserna fortaleceu sua personalidade assim, e pensa que na Presidência da República pode ser assim. Até quando?

Que pena! O Brasil e os brasileiros não merecem o que está acontecendo: o descrédito internacional, o escárnio consequente da exposição negativa do governo. Mal saída de  uma administração marcada pela prática da corrupção,  a nação passa a confrontar-se com a repercussão negativa mundial de atitudes do presidente da República e por causa dela envergonhar-se.  Não se envergonhar significa ser conivente com as barbaridades proferidas e praticadas pelo governante que deveria prover o povo de medidas e recursos para proteger-se do agente da morte que infestou o país, mas ele, na medida do possível, as tem evitado. Será louco?

Desde quando se começou a falar na pandemia e o mundo se encolheu na defesa do mal, Sua Excelência levou na flauta a realidade, brincou até, tem desrespeitado publicamente normas recomendadas pelas autoridades sanitárias, desprezando o uso da máscara e provocando aglomeração em torno de si aonde vai. Faz sentido?

Não era isso que o brasileiro esperava ao selecioná-lo entre as opções oferecidas e elegê-lo presidente, quando ainda não se havia apresentado o coronavírus. Esperava, sim, um governo que lhes garantisse oportunidades, emprego e salário, segurança, saúde, educação, estabilidade política, mas o homem falhou no básico e ainda teve – e tem – que esgueirar-se por entre acusações pessoais e a parentes próximos, acusações muito graves cuja apuração está excessivamente lenta. Por que?

São lamentos de um povo arrependido da escolha que fez, mas esperançoso de que nem tudo esteja perdido, de que esse mau comportamento ainda possa ser corrigido, de que o mundo venha a reconhecer o personagem em questão como democrata convicto, administrador eficiente, respeitador dos direitos alheios. Com isso serão respondidas muitas perguntas que estão no ar.