Como reconhecer os próprios limites?

O reconhecimento e o respeito dos próprios limites – tema importantíssimo e que deve ocupar posição de destaque na relação de preocupações daqueles que buscam conquistar o equilíbrio emocional e a saúde integral – tem chamado a atenção de um número cada vez maior de pessoas e tem sido um dos motivos para estudarem os ensinamentos divulgados pelo Racionalismo Cristão. 

Entende-se que não há melhor e mais útil esforço a ser empreendido pelo ser humano que o de buscar conhecer a si próprio mediante o reconhecimento de sua natureza espiritual. Da mesma forma, não há melhor projeto de vida que o de empenhar-se na tarefa de vencer as inclinações inadequadas e dar expansão às qualidades que se alinham à retidão moral e à integridade de caráter. 

Ter-se por pessoa que se encontra em constante processo de aprendizado, pensar positivamente sem prejulgar os semelhantes, auxiliá-los sempre que as ocasiões o permitam, abster-se de situações conflituosas, estabelecer prioridades e, acima de tudo, respeitar os próprios limites é demonstrar inteligência e maturidade emocional, além de servir de indicador de que está trilhando o caminho do verdadeiro conhecimento, que permite que a mente se serene e se harmonize com os demais elementos que constituem a pluridimensional estrutura humana. 

Efetivamente, não basta o ser humano olhar para dentro de si mesmo com sinceridade e honestidade. Impõe-se que se comprometa a extirpar de sua personalidade as más inclinações e a estimular diuturnamente os elementos positivos e benfazejos que nela se encontram inatos. 

No tocante aos semelhantes, tampouco basta alimentarem uma visão subjetivamente empática. É preciso um passo a mais. Devem estender a mão a quem necessita de apoio, isto é, ter atitudes que se traduzam objetivamente na conduta em consonância com padrões éticos, que se revelem na disposição da pessoa em pôr-se no lugar do outro a fim de compreendê-lo e auxiliá-lo, sem jamais o julgar ou constranger. 

Ninguém será capaz de reconhecer os próprios limites e, na medida do possível, superá-los se não cultivar a mais preciosa de todas as virtudes: a humildade. É a adesão a ela que costuma substituir o aprofundamento em estudos que exigem um maior nível de abstração intelectual. É sua prática que estimula vigorosamente o encontro do ser humano consigo mesmo, pondo-o em condições de acolher e ajudar o próximo. É o amor que dela flui que permite o despir-se de vaidades e preconceitos ancorados no imediatismo e na fugacidade. 

No campo do reconhecimento e do respeito aos próprios limites, há que reiterar que aqueles que adotam a solidariedade como um dos princípios norteadores da vida dão ao mundo uma poderosa demonstração de respeito à humanidade, inspirando outras pessoas a agir da mesma forma, ao mesmo tempo que bloqueiam em si os impulsos egoísticos que impedem a construção de sua própria felicidade. 

Convém ressaltar que, para que possam prestar um auxílio efetivo aos semelhantes, é necessário primeiramente que respeitem seus próprios limites e se fortaleçam espiritualmente. Discernimento, equilíbrio, razão e, sobretudo, benquerer são valores indissociáveis de uma experiência de vida autêntica e benfazeja. A retidão de caráter e a dignidade da atitude são virtudes primordiais a serem alcançadas pelo ser humano, que muito avança nesse sentido quando busca fortalecer-se para auxiliar. 

Sem dúvida, amigos, tanto mais se compreende quem tanto mais se esclarece a respeito de sua própria essência e dos mecanismos que integram a vida. Alimentem a mente com pensamentos elevados e aspirações sublimes; assim se tornarão mais esclarecidos acerca de suas limitações e de seu potencial, que é imenso e fecundo. A reflexão acurada, intensa e contínua sobre a importância dos pensamentos e sentimentos, o empenho em acertar e a vontade de praticar o bem promanam da mente esclarecida, que se esforça diuturnamente em responder com coerência e ética às mais diversas demandas da atualidade, sempre reconhecendo e respeitando os próprios limites. 

Muito Obrigado!