Não temos a pretensão de discorrer sobre todos os aspectos e causas do desequilíbrio psíquico dos seres humanos e tampouco como superá-los, embora o Racionalismo Cristão tenha sido fundado e codificado, através de Luiz Thomaz e Luiz de Mattos, essencialmente para normalizar pessoas que sofriam desse mal e desconheciam suas causas e como curá-lo. Logo, vamos procurar nos ater somente em como resistir aos reveses da vida e reencontrar a positividade.
Mas, primeiramente, nos cumpre falar sobre o significado de desequilíbrio psíquico na ótica do Racionalismo Cristão: trata-se de uma perturbação mental que pode ser sutil, amena, periódica, permanente, branda ou violenta. Nas formas sutis e amenas, manifesta-se por manias, pavores, esquisitices, fobias, cacoetes, exotismos, paixões, fanatismos, covardia, indolência e por todos os excessos, como os sexuais, os de comer, os de rir ou de chorar, e muitos outros. Já nas formas periódica, permanente, branda ou violente, há sempre o concurso de forças espirituais externas. O que não as impede de ser atraídas nos desequilíbrios sutis e amenos, como esclarece o capítulo 11 do livro Racionalismo Cristão, 45ª edição.
Assim, à medida que os seres humanos se esclarecem, passam a compreender melhor as causas dos desequilíbrios psíquicos e mais preparados estarão para enfrentá-los, sejam quais foram suas causas, inclusive nos casos dos reveses da vida, pois saberão buscar dentro de si mesmos a força necessária para reencontrar a positividade e a alegria de viver.
Uma boa parte dos reveses pelos quais passam os indivíduos estão relacionados às decepções pelas frustrações face ao imediatismo nas expectativas de resultados pelo esforço empreendido na conquista do chamado sucesso e outros tantos a questões de saúde, própria ou de entes queridos, inclusive falecimentos.
Os bens materiais, em qualquer perspectiva considerada, pertencem ao planeta Terra e devem ser utilizados pelo ser humano de maneira consciente e responsável, visando ao progresso coletivo. Proceder egoisticamente, reduzindo a amplitude dos recursos planetários ao benefício próprio, é fraqueza moral, que escraviza o indivíduo aos valores puramente materiais. Os únicos bens que a pessoa leva consigo, ante o impositivo natural da morte, são os legítimos e imperecíveis valores morais conquistados ao longo da existência, precisamente pela boa aplicação que fez dos recursos materiais.
Quanto ao falecimento de um ente querido, o sentimento de saudade é normal ao ser humano que experimenta uma separação física. A expressão de sentimentos é própria da vida humana, e até certo ponto a ela necessária, razão pela qual são criados os vínculos afetivos, notadamente nos ambientes familiares. No entanto, há imperiosa necessidade de o indivíduo convalescer da dor moral prolongada e mortificadora, de modo a evitar a ocorrência dos perniciosos males causados por desequilíbrios psíquicos.
Outro fator que predispõe grandemente ao desequilíbrio psíquico e suas consequências são as questões sociais, ou seja, quando o indivíduo subjuga a inteligência às convenções sociais, distorce os valores autênticos do espírito, entorpece a consciência perante seus deveres e se torna alheio às intuições que revelam o verdadeiro sentido da existência.
Sobre reveses, Humberto Rodrigues, Presidente Astral do Racionalismo Cristão, recentemente, deu uma valiosa orientação sobre o tema: “Muitos dos reveses por que passam os seres humanos são consequências da lei evolutiva de causa e efeito. Sendo assim, nada adianta a pessoa se desesperar, cometer alguma loucura ou se deprimir diante das adversidades, mas olhar para dentro de si mesma, verificar as causas dos problemas e refletir sobre como os enfrentar com valor e coragem.”
A positividade está relacionada à forma como direcionamos nossos pensamentos, pois sabemos que quem bem pensa bem atrai. Assim, devemos direcionar toda a nossa força mental para o bem, pensando com otimismo e trabalhando firmemente para obtermos os resultados necessários. A positividade está relacionada também com a nossa maneira de encarar os reveses e as adversidades.
Se olharmos para os fatos da vida como oportunidades de desenvolvimento dos nossos atributos espirituais, como a inteligência, que é o atributo mestre do espírito, o raciocínio para analisarmos os fatos à luz da razão, a vontade para subjugar o desânimo, a timidez e as fraquezas, a consciência do que somos para não dispersarmos nossas energias querendo ultrapassar nossos limites naturais, o domínio próprio para evitarmos atos impulsivos, a nossa capacidade de concepção para fazermos uso de nossa capacidade criativa, dentre outros, estaremos tirando o melhor proveito de nossas vidas e, consequentemente, iremos alimentar pensamentos e sentimentos positivos diante das adversidades.
A realidade da vida também nos faz refletir muito mais diante dos reveses, que podem identificar algo que tenhamos negligenciado ou esquecido diante da pressa em solucionar problemas. Pode também mostrar-nos algum aspecto desconhecido no processo, criando uma experiência que jamais será esquecida, fato que, muitas vezes, no sucesso, poderá passar despercebida.
Assim, podemos afirmar que, quanto mais estivermos cientes do que somos como parcelas do Princípio Inteligente e corpo físico, laborando mais uma etapa do longo processo evolutivo em nossa atual estada nesse planeta-escola, tanto mais teremos condições de superar nossas adversidades, mantendo o nosso equilíbrio psíquico que provém da apuração dos nossos sentidos, do temperamento bem ajustado às realidades da vida, da compreensão exata das possibilidades e da justa apreciação dos fatos. Portanto, calma, serenidade, moderação, atitudes ponderadas, reflexão, critério e bom senso revelam o nosso equilíbrio psíquico, que nos permitem enfrentar os reveses da vida e nos mantermos positivos diante dos acontecimentos.
Boa leitura!