Criogenia

Criogenia e encarnação do espírito
Este artigo procurou investigar pelo método indutivo e analítico a possibilidade de haver vínculo de espíritos com embriões conservados através da técnica científica de criogenia, erroneamente conhecido como congelamento. Os resultados deste estudo contribuem para a aproximação entre a ciência oficial e a filosofia espiritualista e serve de base para a avaliação crítica sobre questões de bioética em estudo de células tronco totipotentes. Este trabalho está fundamentado em produções científicas da engenharia de tecidos e das variadas técnicas de reprodução utilizadas em laboratório, como a inseminação artificial, a criogenia de tecidos vivos, e também, no arcabouço teórico e prático da doutrina racionalista cristã.
Cientificamente, nenhum tecido, célula, órgão ou organismo é congelado. O congelamento forma cristais de gelo entre as interações célula-célula e/ou célula-tecido que comprometeriam a estrutura tissular – 3D – no tecido ou órgão. Esses cristais de gelo perfurariam o tecido acarretando sua falência. O que ocorre é a imersão em criogenia, onde as temperaturas são tão baixas a ponto de cessar qualquer atividade metabólica do tecido, órgão ou célula, diferenciação e proliferação celular. O cumprimento das necessidades fisiológicas individuais de cada agregado de matéria, como condições de nutrição e hidratação ideais para cada tecido, é o que mantém um corpo em plena capacidade de manifestar vida – que é o espírito.
Nutrição Imaginemos que uma pessoa resolva hoje não mais comer e nem se hidratar. Por mais que o espírito esteja ligado por cordões fluídicos ao seu corpo físico – agregado de matéria física (estruturada), infalivelmente, caso ocorra persistência na não nutrição, esse indivíduo chegará à desencarnação devido à carência de nutrientes no organismo. Quando é feita em laboratório uma cultura de células, o meio é hidratado e imerso em fluidos que vão fornecer nutrientes para esta célula ancorar-se e proliferar sob a óbvia ação de forças, visto que a matéria é inerte.
No caso dos óvulos, espermatozóides e embriões em criogenia, se não há existência de atividade metabólica, como explicado anteriormente, não necessitam estar em meio nutritivo, porém a temperatura em que estão imersos conserva suas condições biológicas, mantendo seu potencial celular de diferenciação e proliferação. Em meio nutritivo ou no útero materno, um óvulo tem cerca de 12 horas de vida, imerso em criogenia, conserva seu potencial celular por mais de cinco anos. Cada conjunto de células, cada tecido, cada órgão e cada organismo vivo tem o que a ciência chama de individualidade biológica, ou seja, peculiaridades e particularidades que, se atendidas, lhe sustentam sobrevivência e funcionalidade.
O embrião é um agregado de matéria física (estruturada) que tem uma contraparte etérica – matéria fluídica densa da atmosfera fluídica da Terra – que o envolve e o interpenetra, mas esta contraparte etérica não se caracteriza como corpo fluídico, como muitas pessoas imaginam, pois quem possui corpo fluídico é a parcela da Força na condição (Staff) de espírito que está habilitado a organizar, incitar e movimentar seu corpo fluídico – agregado de matéria fluídica diáfana, sutil, do mundo de estágio ao qual o espírito fizer jus.
Em criogenia, o embrião, não estando em desenvolvimento no útero materno, não possui vinculado a ele um espírito com seu respectivo corpo fluídico, apenas envoltório de matéria etérica, mas mesmo assim, partindo do princípio de que nem toda força é espírito, mas todo espírito é Força, há forças atuando para manter a coesão de seus agregados de matéria física e etérica. O espírito fica atento quanto à implantação do embrião no útero materno; se acontecer de fato, ele analisa suas chances de êxito encarnatório e faz a tomada de decisão se vai ou não vibrar ao embrião em desenvolvimento e levar em frente sua encarnação alinhada ao seu planejamento astral.
Após realizar seu planejamento astral, o espírito, em seu mundo de estágio, não toma sua decisão de encarnar baseado no livre-arbítrio de terceiros. O fato de inicialmente acontecer a fertilização não quer dizer que um espírito, obrigatoriamente, passa a estar atrelado ao embrião em estado de criogenia. O espírito lúcido como Força e Matéria em seu mundo de estágio e com suporte astral superior enxerga com maior clarividência a situação que se apresenta em plano físico, e não vacila, jamais, quanto ao momento exato de passar a irradiar ao embrião. Imaginem um banco de embriões com um grande número de espíritos irradiando aos embriões em estado de criogenia, à espera de oportunidades e na total dependência do livre-arbítrio de humanos para implantá-los em úteros maternos. Isto é totalmente incoerente à dinâmica evolutiva.
Aborto A encarnação a partir do momento em que o embrião é implantado no útero materno se processa em conformidade às leis naturais. Durante os três primeiros meses, o espírito fará uma tomada de decisão entre duas situações que se oferecem: A primeira opção é levar em frente e continuar irradiando para a formação do corpo físico de que ele irá tomar posse após o nascimento; a segunda é para retornar ao seu mundo de estágio, fenômeno que se caracteriza como um aborto espontâneo, e que não se enquadra em infração às leis naturais por parte do espírito, devido às circunstâncias desfavoráveis a que ele está submetido, como rejeição ao feto por parte da mãe e familiares, agressões físicas à mãe e biológicas ao feto em formação, agressões de ordem psíquica ocasionadas pela ambiência fluídica de baixas vibrações em que o espírito está mergulhado. Portanto, é possível um espírito desistir de uma encarnação, mas somente quando houver um motivo plenamente justificável. Se até o terceiro mês o espírito não retornar, por determinação própria, para seu mundo de estágio, ele começa a se ligar, paulatinamente, ao feto por cordões fluídicos, transmitindo a ele, em conformidade com seu planejamento encarnatório, através de sua contraparte etérica, as características necessárias à composição e modelagem de seu corpo físico que melhor vão atender-lhe as necessidades evolutivas.
O papel da genitora – mãe – é apenas formar, lúcida e espontânea, ambiência biológica, física e psíquica favorável ao desenvolvimento seguro de todo o processo de gestação. A escolha quanto à vinculação ao embrião é de responsabilidade única do espírito, que tudo observa, analisa e delibera de seu mundo de estágio, com total clarividência circunscrita em seu raio de ação, visto que a noção de espaço e tempo são próprias do planeta terra. Em planos astrais mais diáfanos, estes conceitos não têm sentido.
Referência bibliográfica: “Racionalismo Cristão”, 45ª edição (2015); “A vida fora da matéria”, 24ª edição (2015); “Ciência espirita”, 8ª edição (1992); Doutrinações publicadas pela Casa-Chefe do Racionalismo Cristão (2011-2016); “Materialstoday”, Irlanda, (2011); “Revista Science” (1944-2016); Centro de Criogenia Brasil (2016).
Dhiordan Lovenstain (1)
Marcelo Fonseca Pinto (2)
Marclei Barbosa Santiago (3)
(1) Pesquisador em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Ouro Preto (MG)
(2) frequentador da Filial Patrocínio, Belo Horizonte-MG
(3) Professor universitário, militante da Filial Patrocínio