Crise – causa ou consequência?
O mundo está passando por um momento crítico, basta acompanhar o noticiário. Muitos fatos chocam, estão vindo à tona mentiras, maus procedimentos, falta de moral e ética de pessoas às quais foi concedida pelo povo e pela lei talvez a maior oportunidade que um espírito pode ter para concluir sua missão no plano físico. E essas pessoas traem, manipulam, corrompem-se e corrompem outras. E assim vão tecendo uma teia que, com o passar do tempo, não conseguem ver o marco zero, o ponto em que a começaram. E quando se dão conta ela está gigantesca.
No Brasil se vive uma crise que, para a maioria das pessoas, é de ordem financeira e econômica. Outros países sofrem radicalismo religioso, que promove guerras fratricidas. Há ainda aqueles cujos dirigentes se julgam tão superiores, que são capazes de invadir espaços que não podem por falta de um tratado internacional.
Vejamos, por exemplo, a África: quantas armas foram distribuídas a quem alimentam ódio e se matam. Crianças são induzidas a ser soldados, com total permissão para matar. E se lhes põem nas mãos armas pesadas, armas de guerra.
No Oriente Médio, as guerras, a bem da verdade, nunca cessaram. Apenas foram sendo modificados os meio de combate, com tecnologia de países desenvolvidos, que fabricam e vendem aos povos armas de última geração. Quem puder pagar leva.
Países da Europa estão em polvorosa com os ataques terroristas, que a cada hora atingem um país.
No Brasil, país rico em recursos hídricos e minerais, fauna e flora, se revela agora tudo que esteve debaixo dos tapetes vermelhos, toda a sujeira está vindo à tona. A cada dia, o povo brasileiro sabe mais sobre as mentiras que estiveram ocultas; a verdade tarda, mas não falha. Isto além do que se vê: mais 13milhões de desempregados, alto índice de violência, agressões de toda ordem contra crianças e mulheres, meninos, jovens e homens adultos.
O tráfico de drogas, de órgãos, de mulheres aumenta assustadoramente. E nós, pais e avós, como podemos viver em paz, sabendo que nossos filhos e netos estão fora de casa, trabalhando e estudando? Como reagimos quando sabemos que um dos nossos foi assaltado? Quantas pessoas se afligem por seus filhos passarem da hora de chegar à casa, e quando não chegam já entram em desespero? Temem que em poucas horas chegue a notícia de que um filho ou um neto teve a vida interrompida por pessoas sem nenhum escrúpulo, sem nenhuma noção de moral e respeito. Há ainda os sequestros, nos quais muitas pessoas perdem entes queridos.
Perguntamos, então: a crise é causa ou consequência? E dizemos: não existe consequência sem causa. E a maior das causas da crise não é a financeira nem a econômica, mas a de caráter, que falta   a inúmeras pessoas que lideram, comandam, aceitam e concordam com a corrupção, de uma forma tão simplista, que tais atos se tornam comuns na falsa realidade em que vivem.
E assim vão surgindo mercenários de toda ordem, os “laranjas”, os “costas quentes”, que aceitam qualquer valor monetário em troca de crimes cometidos por pessoas que estão nos altos escalões. E vão surgindo a cada dia outras formas de lesar a pátria e o povo.
O caráter poluído de maus dirigentes pode levar à decadência um país e seu povo, porque os líderes abrem espaço para que muitos lucrem com o dinheiro público, arrecadado através de impostos. A crise de caráter está em todas as pessoas que não têm conduta reta, sentimento nobre, só admite sua verdade, só pensam no ter e nunca no ser. O que esperar dessas pessoas? Já estamos esperando há tanto tempo e nada muda, tudo se complica a cada dia, trazendo mais inquietude, angústia e desespero para muitos, em nível de mundo.
Sabemos que não é fácil lutar contra todo este mal que se encontra instalado no mundo físico, mas também é certo que a totalidade das pessoas não é assim, pois se fosse prevaleceria o mal, e a grei humana já haveria sido extinta. Se os povos sofrem agruras, é por não saber escolher as pessoas que governarão ou estarão no poder público.
O grande mal das pessoas é fazer suas más escolhas, em vez de olhar para o que é certo e claro preferem acreditar em demagogia. O povo, ao invés de enfrentar a crise do desemprego, buscar novas oportunidades de trabalho, prefere sentar-se à beira da estrada e choramingar o tempo todo que perdeu o emprego, e com ele a cesta básica, o vale-transporte e outras garantias, que são apenas ilusórias. O verdadeiro ganho vem do suor que vem do trabalho e não do emprego, até porque há pessoas que não sabem diferenciar um do outro.
Quando conhecemos e aprendemos a viver com espiritualidade, vamos encontrando as devidas respostas para cada problema que surge, por mais intrincado que seja. De posse do conhecimento do que somos, de onde viemos, para que viemos e para onde iremos, após deixarmos o corpo físico, entendemos que traçamos várias missões em planos espirituais, as quais devem ser postas em prática, aqui no mundo físico.
Através da limpeza psíquica e dos trabalhos de limpeza da atmosfera terrena, são alcançados muitos espíritos desencarnados, fomentadores da discórdia, das dissenções, das guerras, da corrupção de tudo que atrasa o progresso dos seres humanos e que são atraídos pelas pessoas que possuem sentimentos e emoções afins.
É árduo o trabalho do Racionalismo Cristão, e sem as bases do plano físico é bem mais difícil trabalhar-se nos planos superiores, que querem o bem da humanidade, dos seres que habitam a Terra, em todos os sentidos da vida. Portanto, é preciso que cada qual compreenda a imperiosa contribuição, para que a doutrina racionalista cristão possa prosperar, pois nela está um futuro mais ameno para toda a humanidade.
Lília Rodrigues da Silva Paiva
Presidente da Filial Belo Horizonte (MG)