Conheço a filosofia racionalista cristã há 25 anos e hoje, preciso encarecidamente de um conselho, para poder ajudar meu filho, que está passando por um momento difícil. Ele tem 20 anos, parou de estudar, e se engajou num projeto de vendas, porém, não consegue seguir adiante. Não tem disciplina, fica a maior parte do tempo trancado em seu quarto, dorme praticamente o tempo todo. Ele também conhece o RC, sabe o que precisa ser feito, mas não tem atitude prática para sair da depressão. Somos só eu e ele. Não temos presença masculina para me ajudar no seu encaminhamento. Temo pelo seu futuro. Agradeço imensamente, se puder contar com sua orientação.

Resposta. Prezada, conhecendo o Racionalismo Cristão, sabe que não podemos interferir no livre-arbítrio das pessoas, mas podemos irradiar de forma a tornar o ambiente ao seu redor propício para que recebamos boas intuições sobre como agir para enfrentar os problemas que a vida terrena nos oferece. Sempre é útil uma conversa amena e sincera quando desejamos orientar nossos filhos.

A conversa não deve referir-se a tudo o que você já fez por ele. Deve, sim, mostrar solidariedade em relação a problemas que ele esteja enfrentando e deixar clara sua disposição para ajudá-lo, ouvindo suas dúvidas, seus problemas. Se ele se dispuser a conversar, basta ouvi-lo. Sem interrupções, sem comentário, sem opinião que tenha sobre o assunto ou sobre alguma solução que você acha adequada.

Depois que ele expuser o que o está perturbando, você pode perguntar que caminhos ele já experimentou para vencer o problema e qual a forma como ele pretende resolvê-lo. Apenas consulte-o e ouça o que ele tem a dizer, sem fazer qualquer avaliação (sobre o porquê de não ter dado certo, por exemplo) ou dar sugestão de formas de agir. Pode apenas lembrar a importância de não ficar deprimido, pois isso abate o ânimo da pessoa, que não consegue mais ver qualquer solução a curto prazo.

Se ele conseguir ser mais otimista, pensando que tudo passa na vida, sejam os bons, sejam os maus momentos, estará dispondo-se a receber boas intuições para vencer as dificuldades. Alerte-o a respeito do fato de que as mudanças não ocorrem em curto espaço de tempo. É preciso perseverança e nunca desanimar e que você estará sempre ao lado dele para quando quiser falar sobre o assunto, mas que você também não tem soluções prontas para as dificuldades que a vida nos apresenta. Lembre que tais dificuldades já foram previstas por nós antes de chegarmos a este planeta-escola, mas para cá viemos com a firme disposição de tudo enfrentar e vencer, pois só assim evoluiremos e evitaremos novas vindas a esta escola para aprender o que não aprendemos na atual vida.

Enfim, seu papel será estimulá-lo a refletir bastante sobre a vida e decidir-se a usar o livre-arbítrio para fazer escolhas que lhe tragam paz de espírito e a felicidade relativa que aqui podemos alcançar.

Como pode perceber, estamos orientando você a ajudar seu filho a despertar para a realidade da vida espiritual que é a verdadeira vida. A atual é apenas uma passagem rápida que teremos de repetir tantas vezes quantas forem necessárias para aprendermos todas as lições que esta escola nos oferece.

Entretanto, não transforme a conversa em um longo sermão. Você deve falar o mínimo possível e, de preferência, faça perguntas que o levem a chegar às próprias respostas.  A conversa não pode transformar-se em um longo discurso sobre a vida. Ou ele ficará mais desanimado ainda. Todas essas orientações devem ser aproveitadas aos poucos, de acordo com cada oportunidade que surgir.