Avança a Operação Lava Jato, ora sobre tênues filetes de suspeitas ou fragmentos de dados, ora sustentada por flagrantes e robustos indícios de tretas entre bem sucedidos executivos e empresários e descarados políticos, circunstâncias que tornam fácil provar o alvo principal das investigações. O mote é a corrupção (cabe aí a lavagem de dinheiro e a associação para o crime), o alvo são os corruptos – grandes, pequenos, médios, candidatos a gatunos do dinheiro público e ladrões aposentados, os que pularam do bonde quando a chapa começou a esquentar e meteram o pé estrada afora. Estes acreditavam que poderiam ser esquecidos; aqueles se julgavam acima da lei e dos homens, capazes de enganar todo o mundo o tempo todo. Um a um, porém, está sendo enquadrado e responde pelos delitos. Alguns são condenados a tirar férias em presídio; outros aguardam em liberdade na fila rumo ao cadafalso, ao matadouro ou lá o que seja. Mais cedo ou mais tarde serão alcançados pela mão da Justiça.
A Lava Jato já ultrapassou 250 etapas, enviou centenas para o corredor dos apartamentos gradeados e possibilitou que alguns fossem trancafiados. Tem o apoio e o aplauso da sociedade, mas ainda lhe deve algumas cabeças coroadas que estão sendo protegidas por intensa e espessa blindagem. A operação, com suas nomeadas etapas, espalha o que é de espalhar, aglutina o que é de aglutinar, e põe na mesa do homem da capa preta (hoje uma mulher e atuando sem toga) o processo pronto e acabado, sem falhas ou lacunas, para apreciação.
É inegável a eficiência da Policia Federal e do Ministério Público com suas participações e intervenções para a que a Lava Jato, como uma locomotiva, mantenha a velocidade e só dê meia-trava para abastecer-se de provas e volte a movimentar-se, para um ou outro lado, para frente ou de ré, quando necessário.