Tenho um filho que acabou de completar três anos. Sempre foi uma boa criança, não dava muito trabalho. Há mais ou menos 15 dias o pusemos na escola, pois tinha pouco contato com outras crianças e achamos que estava isso fazendo falta para ir se socializando. No primeiro dia foi bem, no segundo e terceiro chorou bastante. No quarto dia já foi sem chorar. À noite nunca queria me contar como era a escola e ficava repetindo: “mamãe na escola”, porque queria que eu ficasse com ele lá, porém por causa do meu trabalho não pude fazer essa adaptação. Na segunda semana ficou doente, acredito que por ter contato com outras crianças e por ser um lugar novo.

Teve uma infecção na garganta que o deixou sem voz e isso pareceu deixá-lo muito irritado, e a partir daí meu filho mudou.

Ele tem feito muita pirraça, tornou-se desobediente, recusando-se a fazer o que pedimos, muito desafiador e fica mandando a gente embora. Ele tem tido ataques de não querer tirar roupas sujas ou trocar fralda. Tenho tentado manter a calma, mas nem sempre consigo, pois parece ser outra criança. Chega a machucar a gente com insistências quando quer algo. Não sei se a mudança é por causa da escola, ou há algo mais.

Eu e o pai dele não temos um relacionamento muito harmonioso no momento, pois ele parece importar-se pouco com a família. Não conversa muito comigo, brinca pouco com o filho, não tem muita paciência. Quando estamos em casa passa a maior parte do tempo jogando videogame. Nos outros dias vai à academia ou jogar bola. Não há divisão de tarefas. Ele só faz algo quando tem vontade ou está bem comigo e eu pedir. É como se a responsabilidade fosse só minha. Mas ele não gosta que fale nada pois não aceita, e eu não sei como iniciar uma conversa. Tenho medo desse nosso desentendimento estar prejudicando nosso filho. Ainda mais porque ele usa uma droga ilícita.

Penso que quando fuma dentro de casa possa estar fazendo mal ao pequeno, peço que não faça, mas não suporta nem que eu toque no assunto. Muitos dias acabo ficando na casa de meus pais, que me ajudam com meu filho. Mas não acho correto. Acho que não sou boa esposa.

Não entendo como uma criança tão boa pode mudar tanto assim seu comportamento. Sempre faço a irradiação na hora de dormir, mas não sei como agir. Sou contra bater, mas não sei se sou muito permissiva com ele e por isso a mudança. Quero ajudar meu filho, sempre procuro ler sobre os assuntos, mas ando tão esgotada que não consigo assimilar o que deve ser feito e acabo errando. Gostaria que meu marido parasse de fumar, mas ele já disse que não vai parar, e nao sei até que ponto podemos prejudicar nosso filho com isso. Se eu apenas ignorar e nao falar sobre isso, estaria sendo uma mãe displicente por deixar o menino nesse ambiente.

Tenho muita dificuldade com meus pensamentos, sou muito pessimista e me sinto muito inferior às outras pessoas, não tenho boa autoestima, não sei me defender e não consigo mudar, mas preciso mudar pelo meu filho, pois não quero que seja assim. Preciso de um conselho.

Resposta: Prezada, lendo seu relato-desabafo, pudemos observar algumas coisas:

1. Conhecendo o Racionalismo Cristão, você já percebeu quanto mal o ambiente em que se encontra seu filho o está prejudicando. Sem dúvida, ele está reagindo às más influências das vibrações negativas em que está mergulhado.

2. Você também já percebeu que cabe a você mudar essa situação. Como agir?

Nossas orientações:

a. Você não deve ficar procurando mudar seu marido; já percebeu que isso é inútil e vai gastar energia na direção incorreta. Portanto, não adianta ficar insistindo nessa mudança. Pode, é claro, conversar com ele, buscando maior entendimento entre o casal. Mas essa mudança não ocorrerá de imediato.

b. Também já percebeu que deve fazer a limpeza psíquica em seu lar. Siga com atenção as orientações que o Racionalismo Cristão nos oferece. Se estiver confusa, não hesite em pedir-nos esclarecimentos. Sabe que, se não agir corretamente, as irradiações não terão efeito.

c. Para que suas ações sejam efetivas, procure compreender por que está tão pouco confiante em si mesma. Com essa disposição de espírito, não alcançará seus objetivos: criar para seu filho um ambiente propício ao crescimento sadio, tanto mental quanto físico.

d. Tenha certeza de que é capaz de realizar bem sua função de mãe e de esposa, desde que não se desvalorize tanto.

e. Para se fortalecer, procure ampliar seus conhecimentos sobre a vida espiritual. Conhecendo-se como uma Força habitando um corpo físico, Força essa que veio a este mundo-escola determinada a evoluir, você saberá quais são seus atributos espirituais, recursos que já tem dentro de si para resolver os problemas que surgem nesta vida terrena exatamente para aprendermos com eles e não para sucumbirmos num destrutivo poço de desânimo.

f. Para que esse conhecimento se aprofunde, leia e releia as obras editadas pelo Racionalismo Cristão, principalmente as essenciais – Racionalismo Cristão, A vida fora da matéria e Prática do Racionalismo Cristão, (em suas últimas edições). Leia, também, atentamente, as obras escritas por Maria Cottas e Olga Brandão, ambas educadoras que nos deixaram preciosas lições sobre como educar crianças.

Assim preparada, você perceberá que pode e deve assumir o controle do que se passa em seu lar, sem ficar olhando ao seu redor, procurando problemas que escapam ao seu controle. Não precisa contar com a ajuda de ninguém para se tornar uma mulher forte e capaz que orientará essa criança que confiou em você para ser preparada para conduzir a própria vida de forma equilibrada, sabendo usar bem seu livre-arbítrio de forma a fazer escolhas acertadas na vida. Confie em si mesma e aja com determinação.

Esperamos ter passado a você orientações que o Racionalismo Cristão nos oferece e que, temos certeza, abrirão sua mente para o caminho que deve seguir. Basta você desejar isso (o que você mesma já notou que é necessário) e determinar-se a utilizar seus atributos espirituais para construir um lar onde reinem harmonia e equilíbrio, características que compete a você criar.