Você sabe quantas palavras profere por dia? Não sabe e nem é numericamente importante. São muitas. Contudo, em suas falas, quantas delas vêm precedidas de reflexão sobre seus efeitos? Poucas, em geral. Por que? Porque não temos ideia do poder das palavras. Pensamos que são levadas pelo vento, que se esvaem, o que é verdade. Os sons que as acompanham têm pouca duração e não vão longe, porém, seus efeitos, não. Estes podem permanecer e ter longo alcance. Como isto acontece? Somente podemos avaliar o poder das palavras e seus efeitos sob as luzes da espiritualidade. Vamos tentar explicar.
Antes de serem articuladas, as palavras são precedidas de uma vibração do espírito – um pensamento –, e toda vibração produz uma forma fluídica que fica registrada no subconsciente de quem as proferiu e é transmitida pela atmosfera fluídica da Terra.
Articular uma palavra significa, portanto, emitir uma vibração e esta sempre tem uma qualidade: pode ser positiva ou negativa. Assim, ao falarmos vibramos, e ao vibrar, pela lei da atração, nos associamos a correntes afins com a qualidade da vibração. Essas correntes foram produzidas tanto por encarnados como desencarnados.
Vamos considerar alguns exemplos.
Palavras injuriosas são precedidas de vibrações de má qualidade que podem produzir danos. Muitas vezes esses danos não podem ser reparados. Os atingidos por elas, ao ouvi-las, absorvem-nas registrando-as no subconsciente. Lembrando-se delas, passam a revigorá-las com tanta intensidade que podem até sucumbir por autodestruição.
Como este desastre pode acontecer? O mecanismo é muito simples. Como dissemos, os atingidos pelas injúrias registram no subconsciente as negatividades e passam a vibrar em sintonia com elas, e isto cria oportunidades para se tornarem vítimas do astral inferior. Em um balanço das consequências, todos saem perdendo: quem proferiu as palavras injuriosas, quem as absorveu e nutriu, e até os espíritos do astral inferior, que se alimentam dessa imprudência espiritual dos encarnados. Todos, sem exceção, mais cedo ou mais tarde sofrerão consequências pela lei de causa e efeito.
Uma área bastante sensível às palavras é a dos sentimentos e emoções. É importante nos perguntarmos se gostaríamos de ouvir de alguém o que estamos dizendo, colocando-nos no lugar da outra pessoa. A esta capacidade espiritual de se colocar no lugar da outra pessoa e que devemos aperfeiçoar se dá o nome de empatia.
Sabendo do seu poder, como podemos cuidar das palavras que vamos proferir? Uma forma é começarmos a não levar adiante o que ouvimos, pois às vezes nem sabemos se o que foi dito é verdadeiro ou falso. Elas, as palavras, podem causar mal-estar psíquico naqueles envolvidos no assunto.
Outro cuidado que devemos tomar está associado à seguinte situação. Quantos de nós já constatamos que pessoas não refletem sobre o que dizem quando estão irritadas ou nervosas? Então, se por um motivo ou outro ficarmos em um desses estados psíquicos é melhor nos calarmos. Assim, podemos evitar melindres e ressentimentos.
Não falar demais, não nos envolvermos em assuntos que não nos dizem respeito é outra prática saudável.
Se por alguma razão tivermos de criticar alguém, que seja em sua presença, nunca pelas costas, e usar palavras certas. O que são palavras certas? São aquelas fundadas na honestidade, e cheias de bondade e de carinho. Se assim fizermos, nossa crítica será ouvida, apreciada e bem-vinda, estejamos certos disso.
Lembremo-nos de que o motivo principal, se não o único, para estarmos por aqui é trabalhar pelo nosso aperfeiçoamento. E parte dessa tarefa é evitar proferir palavras desnecessárias e, muito menos, palavras de forte carga negativa. Cuidar delas, portanto, é uma tarefa de especial importância, uma obrigação de que não devemos descuidar-nos e deixar de cumprir.