Não é raro ouvir-se dizer que a vida se resume a nascer, procriar e morrer. Esta é uma imagem demasiadamente simplista, fruto da falta de um conhecimento mais amplo do Universo.
Somente podemos entender o que seja viver se entendermos melhor o Universo. Não estamos nos referindo ao Universo físico do qual já temos, ou pensamos ter, um razoável conhecimento. Então, a qual Universo estamos a nos referir?
O espaço que contém galáxias, estrelas, planetas etc. é um dos planos, ou dimensões, do Universo, o plano físico. Há outros, os planos astrais. No plano físico, a matéria se apresenta nas formas visível – atômica por exemplo – e invisível, na forma de matéria escura da qual temos limitado conhecimento. Nos planos astrais a matéria se encontra em estado fluídico, aparentemente não organizada e estruturada como no plano físico. Poderíamos conjecturar que a matéria escura seja matéria fluídica. Contudo, não nos importa, agora, enveredarmos por este caminho espinhoso.
A afirmação basilar, central, para desenvolver nosso tema é a seguinte: o Universo está em constante evolução (transformação). Tudo nele contido, sem exceção, também está transformando-se. Essas transformações não acontecem por acaso, são regidas por leis, algumas já conhecidas no plano físico.
Voltando, então, à nossa necessidade de conhecer o Universo para poder entender a vida em seu propósito, começamos por constatar que os elementos básicos de que o Universo é constituído se resumem essencialmente a dois: Força e Matéria. (Notemos que energia não é um elemento básico, primário, pois é um efeito de forças operando sobre matéria.) Para maior clareza, em algumas circunstâncias pontuais designaremos a Força como Força Universal.
Se tudo está evoluindo, o espírito (você, eu e todos os seres humanos) não foge à regra. Mas o que é um espírito? Para poder responder, façamos as seguintes considerações: sendo Força e Matéria os elementos básicos do Universo, o espírito deve ser um desses dois elementos. Matéria certamente não é, nem há nele nada que o seja. O espírito é, portanto, imaterial. É Força.
Como tudo no Universo, o espírito também está em evolução. Em que consiste sua evolução? Continuemos com nossa exposição.
A Matéria tem um único atributo, a inércia. Por si mesma não é capaz de produzir qualquer fenômeno. A Força é rica em atributos e se manifesta na natureza produzindo inúmeros fenômenos, como as forças que a ciência já identificou e estuda. O espírito é uma parcela individualizada da Força Universal e se diferencia de outros espíritos pelo conjunto de atributos e faculdades que adquiriu e desenvolveu em várias etapas do processo evolutivo global. Esses atributos e faculdades estavam em estado potencial, adormecidas, desde que ele se individualizou. Eram qualidades inatas à espera de manifestarem-se.
Isto posto, nos vemos em condições de entender o propósito da vida. A menos que neguemos que o Universo está em constante transformação, somos levados à conclusão lógica de que estamos vivendo com o objetivo único de nos transformar, desenvolvendo e aprimorando nossos atributos e faculdades. Para que isto aconteça, nascemos e morremos. Muitas vezes. Por que muitas vezes e não uma só?
No panorama que pintamos, o espírito necessita de um ambiente que ofereça oportunidades para se aprimorar. Um deles é o planeta Terra, onde lhe são oferecidas as necessárias oportunidades. Como acontece com um estudante que tem de se matricular muitos anos seguidos – cada ano escolar com seu começo e fim – para poder absorver o conteúdo das matérias escolares, também o espírito deve aqui se manifestar várias vezes para ter condições de expor suas qualidades adormecidas.
Agora, sim, estamos em condições de entender o propósito da vida e tomar consciência de que ela não se esgota, não se resume a uma única. Cada um de nós já teve inúmeras delas, pois são necessárias e disponíveis ao espírito para cumprir a soberana lei da evolução. Este é o propósito da vida, de cada vida.
À moda de “moral da história”, procuremos aproveitar ao máximo nossa presente estada neste mundo-escola, aprimorando-nos e, assim, minimizando o número de “matrículas” em nosso curso.