Ao ler o título deste artigo, alguém poderia perguntar se não seria melhor “Quem é o Grande Foco” acrescentando, com razão: “O que” pode dar a ideia errônea de que Grande Foco é uma coisa. Contudo, se o título fosse “Quem é o Grande Foco” outro poderia objetar argumentando que “quem” se refere a “alguém”. Deixemos esta questão à ponderação do leitor e passemos sem mais demora ao motivo que nos levou a escrever este artigo. O propósito é tentar aclarar um conceito que tem causado alguma confusão e desentendimento entre muitas pessoas.

O primeiro passo para aclarar o assunto é desassociar Grande Foco de um conceito corrente entre muitas pessoas, principalmente religiosas – de várias inclinações e preferências. Referimo-nos à noção de Deus. No entender de quase todas elas, Deus, entre outras coisas, criou a humanidade. O mais razoável seria afirmar que foi a humanidade que o criou, com todas as suas virtudes e defeitos, com os mesmos sentimentos humanos, negativos e positivos.  Além disso esse Deus, considerado onisciente, é muito distraído, pois é necessário implorar a sua ajuda para que ele se aperceba de que alguém está em dificuldade. Definitivamente, esse Deus é uma invenção dos seres humanos. Como disse Arthur C. Clarke “Pode ser que nosso destino neste planeta não seja adorar a Deus, mas sim criá-lo”.

Contudo, uma ideia compartilhada pela maioria das religiões, e verdadeira, é que esse Deus religioso é o criador de tudo que existe. Para que essa verdade seja propriamente compreendida, difundida e os mitos eliminados, o Racionalismo Cristão abandonou o termo Deus e introduziu o conceito de Grande Foco.

Na terminologia dessa filosofia espiritualista são sinônimos Grande Foco, Força Criadora e Inteligência Universal (ou Princípio Inteligente).

Grande Foco para indicar a origem da luz astral que penetra todos os corpos, materiais ou fluídicos, que existem no Universo, e dos fenômenos que nele ocorrem, inclusive a vida.

Força Criadora para enfatizar o poder com que criou tudo que no Universo existe e mantê-lo sob o império de leis que o regem e transformam.

Inteligência Universal para deixar claro que as leis que regem os fenômenos que ocorrem no Universo são sábias, infalíveis e definitivas. Não precisam ser mudadas, pois foram emanadas com perfeição.

Isto posto fácil é entender que Grande Foco é simultaneamente a origem, o criador e legislador do Universo, com U maiúsculo. Dele viemos e a Ele retornaremos em consequência de leis evolutivas às quais tudo está eternamente subordinado.

Desta última afirmação não devemos nos confundir e imaginar que por vir Dele estamos fora, desligando-nos do Grande Foco. Nada está fora do Grande Foco, pois ele é o próprio Universo. Não tem sentido a ideia de “fora” do Universo. Onde seria esse “fora”?

Se assim é, o que devemos entender por “vir Dele”? Certamente, como foi dito, não tem sentido pensar-se em separação. O que devemos entender é que houve uma individualização da Força que Dele emanou. A Força torna-se, por assim dizer, diferente de todas as demais e segue um longo caminho para, mais adiante, voltar a se confundir com a própria fonte.

Para concluir, e com base no que foi exposto, pode-se concluir que o Grande Foco é o Universo.