O sentido da amizade aflora na lealdade, sinceridade e confiança entre os seres, aproximados em afinidades mútuas, com ausência de qualquer interesse ou vantagem material. Verdadeiros amigos se unem pela nobreza de sentimentos, doando-se altruisticamente, nas horas incertas que a vida reserva – próprias do viver terreno. Unem pela nobreza de sentimentos. Como afirmou Cícero, o grande tribuno romano da época do imperador Júlio César: “Espera-se de um verdadeiro amigo honestidade em seus atos e transparência da verdade em suas atitudes.”
Podemos distinguir uma amizade cristalina e desinteressada de uma falsa e destrutiva ao percebermos em convívio apenas interesse em levar vantagens, sem qualquer envolvimento afetivo. O cultivo da amizade sincera se reflete na empatia de momentos difíceis a que estamos sujeitos, sem virar as costas ao amigo em dificuldade, com risco de desmoronar todo o alicerce de amor e confiança depositado.
Fazer amizades instantâneas sem primeiro avaliar onde está pisando e com quem poderia relacionar-se torna-se improducente, pela diversidade de evoluções encontradas no plano físico. O ingresso na intimidade de alguém ocorre em níveis e valores mais ou menos aproximados, sem julgamentos e cobranças, com confiança e honestidade para um possível entendimento.
A percepção apurada reconhece se realmente a amizade se tornará sólida e verdadeira, em análise à essência da criatura, com registro de elo afetivo e duradouro. Se assim não for, será mais um conhecido da grande família humana a que pertencemos. Invariavelmente, a primeira impressão é que fica, e não devemos perder tempo com o que nada acrescente ao cotidiano da existência física. A natureza não dá saltos, e frustar-se com atitudes contrárias à nossa essência e princípios cristãos só trará relevantes decepções, desnecessárias à evolução espiritual.