Origem e formação do corpo fluídico

Marclei Barbosa Santiago, militante da Filial Patrocínio (BH-MG), professor universitário.

Este artigo busca aclarar a origem e como é formado o corpo fluídico pela ação da parcela-Força durante a sua eterna trajetória evolutiva. A partir do momento em que a parcela-Força emana da Fonte de Origem já inicia o seu percurso de forma individualizada e integrada a ela regida, impulsionada e direcionada por leis evolutivas. Durante todo o seu percurso, a parcela-Força, para evoluir, estará sempre atuando em campos de manifestação que são os agregados de matéria física (atômica, estruturada) que formam os corpos físicos e/ou os agregados de matéria fluídica que formam as estruturas ou corpos fluídicos.

A finalidade dos campos de manifestação formados por matéria de diversas densidades, durante a eterna trajetória evolutiva da parcela-Força, antes e depois de se tornar espírito, em planos físico e metafísico (astral), é fornecer os meios, os recursos, para a parcela-Força nele poder atuar, capacitar-se, desenvolver-se e expressar-se de diferentes formas, buscando cumprir e alcançar suas necessidades evolutivas.

Na primeira parte deste artigo, abordam-se conhecimentos do vasto arcabouço teórico-prático da filosofia espiritualista racionalista cristã; e na segunda parte são feitas inferências (conseguir chegar a deduções, conclusões, afirmações) sobre a origem e formação do corpo fluídico, sustentadas nos conhecimentos desse arcabouço.

Início da evolução no átomo. O mestre Luiz de Mattos nos legou valiosos e esclarecedores conhecimentos, como o que afirma que a parcela-Força inicia sua trajetória evolutiva atuando na estrutura do átomo. O que este nosso mestre quer dizer com isso? Desdobrando esta verdade, a parcela-Força inicia a sua capacitação (aprendizado) atuando em microcampos de manifestação, que são as estruturas dos átomos, aprendendo a utilizar a força de coesão na montagem do núcleo atômico (unindo prótons e nêutrons) e, também, a utilizar a força eletromagnética na montagem de sua eletrosfera (prendendo elétrons no entorno do núcleo). Aprendizado ainda incipiente, mas significativo, um marco que significa o início de toda a construção do conhecimento por parte da parcela-Força, regida por leis evolutivas, em toda a sua eterna trajetória evolutiva. Depois que aprende a atuar nos átomos como um todo, em ação contínua, a parcela-Força passa a atuar nas moléculas que são agregados de átomos.

 De campo em campo de manifestação, perfazendo os domínios da natureza (mineral, vegetal, animal inferior e hominal) ela vai incitando, modelando e diafanizando seus corpos físicos, cada vez mais complexos, envolvendo-os e interpenetrando-os sempre com sua única e individualizada estrutura fluídica, que também incita, modela e diafaniza continuamente ao percorrer por esses domínios da natureza. Vamos detalhar o que são os fenômenos da substituição e transformação da matéria pela ação da parcela-Força.

Substituição da Matéria. O fenômeno da “substituição da matéria” se processa quando a parcela-Força, independentemente de seu grau de evolução e em qualquer ponto de sua trajetória evolutiva, necessita atuar em matéria de densidade diferente daquela em que vinha normalmente atuando para a realização de fenômenos, poder desenvolver-se, expressar-se e evoluir.

Transformação da Matéria. Este fenômeno ocorre quando a parcela-Força deseja dar alguma forma à matéria em que atua. Então, ela apenas transforma a matéria, mas não a substitui. Transformar a matéria tem o sentido de modelar, plasmar, amoldar, afeiçoar, dar outra forma à matéria. Tanto no fenômeno da transformação como no da substituição não é alterada a natureza da matéria, a sua essência e o seu propósito no processo evolutivo, pois a matéria se encontra sempre em sua forma elementar. A matéria de qualquer densidade pertence sempre a um repositório (campo) natural de origem. O que acontece são os fenômenos da substituição ou transformação da matéria pela ação da parcela-Força, que é o agente causador e inteligente. Embora minerais, vegetais e animais inferiores não tenham espírito e corpo fluídico, as parcelas-Força que neles atuam possuem estrutura fluídica de densidade apropriada para intermediar sua ação sobre a matéria física em cada etapa que percorre nesses domínios da natureza. Vamos passar a explicar como se faz a diafanização dessa estrutura fluídica através do fenômeno da substituição da matéria de diversas densidades pela ação da parcela-Força.

Diafanização da estrutura fluídica. Ato ou efeito de diafanizar, tornar menos denso o agregado de matéria fluídica. À medida que a parcela-Força evolui, paulatinamente, passa a vibrar em modos variados de frequência mais elevada e como efeito disso acontece o contínuo fenômeno da diafanização de sua estrutura fluídica através do processo de substituição de sua matéria densa por outra menos densa (mais diáfana), para possibilitar à parcela-Força desenvolver-se, realizar fenômenos e expressar-se de diferentes formas de acordo com o seu progresso e suas necessidades evolutivas.

Dúvida recorrente é: “a estrutura fluídica e o corpo fluídico evoluem?”. A resposta é não. A estrutura fluídica e o corpo fluídico não evoluem por serem constituídos de matéria, e matéria não evolui por não possuir atributos e nem faculdades. O que os possui é a Força, por isto esta evolui. A matéria de qualquer densidade, por iniciativa própria, não pode mover-se, substituir-se, transformar-se, diafanizar-se, nada pode fazer sem a ação da parcela-Força. Esta, sim, é rica em atributos e faculdades intrínsecos. A matéria existe com maior ou menor densidade. De modo similar, a matéria fluídica diáfana de campos superiores não é mais evoluída do que aquela densa de campos inferiores.

Evolução não é feita em sobressaltos. Esta é uma verdade que nos ensina a filosofia espiritualista racionalista cristã. Sabemos que a evolução segue um caminho natural, lógico, racional e seguro e se faz, paulatinamente, através do contínuo aprendizado e o acúmulo de conhecimentos, habilidades e experiências, e não em sobressaltos.

Para alcançar a condição de espírito e poder passar a organizar, incitar, movimentar e diafanizar seus corpos fluídico e físico (humano), e saber operar nesses seus complexos mecanismos psíquicos, suas funcionalidades e memórias, a parcela-Força precisará capacitar-se, habilitar-se, passo a passo, em etapas anteriores de sua trajetória evolutiva, percorrendo os domínios mineral, vegetal e animal inferior, através de experiências sediadas na prática e, a partir de processos e conhecimentos incipientes, passar a organizar, incitar, movimentar e diafanizar seus corpos físicos e sua estrutura fluídica (única e individualizada) com seus mecanismos, funcionalidades e memórias até reunir condições suficientes (atributos e faculdades desenvolvidos) para se tornar espírito, todo esse processo regido por leis evolutivas.

Inferências sobre origem e formação do corpo fluídico. O Leitor deve estar se perguntando: “Onde a parcela-Força armazena todo o seu conhecimento e experiência individualizados conquistados ao longo de toda a sua trajetória evolutiva desde a sua emanação da fonte de origem, iniciando sua atuação na estrutura dos átomos e percorrendo os domínios da natureza (mineral, vegetal, animal inferior) até chegar à condição de espírito? Com lógica, raciocínio aguçado e com base nos conhecimentos da filosofia espiritualista racionalista cristã podemos inferir, com segurança, que a estrutura fluídica funciona como um acumulador de vibrações da parcela-Força, servindo de repositório (memória) onde são registrados indelevelmente (de forma ativa, magnetizada) todo o aprendizado e experiências conquistados pela parcela-Força ao longo de toda a trajetória evolutiva nesses domínios da natureza.

Somos induzidos a compreender também que o corpo fluídico tem sua origem e formação na própria estrutura fluídica, esta que por ação da parcela-Força encontra-se continuamente em processo de diafanização (substituição) da matéria fluídica que a compõe e de desenvolvimento e aperfeiçoamento de suas funcionalidades, mecanismos e memórias. Fenômenos que acontecem desde o início da trajetória evolutiva na estrutura do átomo.

Portanto, avançando mais um pouco em nossas deduções, podemos afirmar que nunca há o descarte da estrutura fluídica por outra, nos domínios da natureza (mineral, vegetal e animal inferior) como, também, não há o descarte do corpo fluídico por outro estando a parcela-Força na condição de espírito. Acontece é o contínuo processo de diafanização (substituição) da matéria que compõe a estrutura fluídica e o corpo fluídico pela ação vibratória da parcela-Força durante toda a sua eterna trajetória evolutiva.

Impressões gravadas na estrutura fluídica. Outras deduções lógicas a que podemos fazer, são: mesmo com o fenômeno da renovação (substituição da matéria fluídica), as impressões (conhecimentos, habilidades e experiências) gravadas na estrutura fluídica não são perdidas, permanecem nela indelevelmente por toda sua trajetória evolutiva; a outra dedução é que quando a parcela-Força deixa o corpo físico que anima, no termino de mais um ciclo de existência física nos domínios da natureza (mineral, vegetal e animal inferior), ela incitando sua estrutura fluídica única e individualizada, pois jamais se aparta desta, imediatamente retorna ao seu campo de manifestação próprio, localizado na atmosfera fluídica da Terra, onde aguarda um novo ciclo para poder novamente incitar um corpo físico, pois durante todo o percurso da parcela-Força nesses domínios da natureza todos os eventos que acontecem com ela ficam circunscritos à atmosfera fluídica da Terra.

Primeiro translado para o campo de estágio. Novamente o leitor deve estar se perguntando: “Como acontece “pela primeira vez” o translado da parcela-Força (que se torna espírito) do mundo-escola Terra para o campo de estágio que lhe é próprio?  A parcela-Força à medida que vai conquistando um conjunto suficiente de atributos e faculdades para se tornar espírito, através de sua ação vibratória passa a diafanizar sua estrutura fluídica através da substituição de sua matéria densa da atmosfera fluídica da Terra pela matéria fluídica diáfana do campo de estágio a que a parcela-Força passará a pertencer pela primeira vez desta etapa em diante. Tudo acontece de forma natural, lógica e racional impulsionado pela lei de atração e repulsão, pois as diversas densidades da matéria fluídica são interpenetráveis entre si e, também, interpenetráveis nos corpos físicos (atômicos); e, não há distância que impeça a extensão, o deslocamento e a atração de matéria fluídica de um campo a outro pela ação vibratória da parcela-Força.

Desagregação de matéria densa. A última inferência a que conseguimos chegar é que a parcela-Força (já na condição de espírito), impulsionada pela lei de atração e repulsão, vibra em sintonia com o campo de estágio que lhe é próprio e em algum momento, automaticamente, ela é atraída para este seu campo pela primeira vez. O translado se processa de forma progressiva ao seu campo de estágio. Após o fenômeno de rompimento total do entrelaçamento fluídico entre a sua estrutura fluídica e seu corpo físico de animal inferior (última vez que se expressa nessa forma), a parcela-Força faz desagregar de sua estrutura fluídica a matéria fluídica remanescente da atmosfera fluídica da Terra, de diversas densidades, associada à suas necessidades evolutivas enquanto se expressava na forma de animal inferior.

Ao chegar a seu campo de estágio, pela primeira vez, a parcela-Força na condição de espírito passa a estruturar e consolidar o seu corpo fluídico, com todas as suas funcionalidades e mecanismos psíquicos necessários, para poder passar a elaborar o seu primeiro planejamento astral, com suporte de Forças Superiores, e a se preparar para poder se expressar, pela primeira vez, na forma humana. Este momento é mais um marco (salto qualitativo) na trajetória evolutiva da parcela-Força que passará a perfazer ciclos de existências físicas, em mundo de escolaridade Terra e a organizar, incitar, movimentar seu eterno corpo fluídico.