Se ache!

Tem gente que nasce sabendo o que quer. Basta ler entrevistas de pessoas públicas, famosas, e muitas delas dirão que nunca pensaram em fazer outra coisa. Basta conversar com pessoas anônimas, e elas dirão que nasceram para fazer aquilo que estão fazendo. Não se imaginam em outra atividade. Bom para elas.

Mas há também quem sinta dúvidas, quem não saiba o que seguir ao terminar o ensino médio e até mesmo dúvidas de como direcionar a carreira durante ou após o ensino superior. Para estas, o coaching Allan Lopes, especialista em gestão de performance, dá três dicas.

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De cara, orienta que cada um de nós (se) faça as seguintes perguntas: No que você é bom? Quais pontos precisa melhorar? Como tende a se comportar em momentos de desafio? Como tende a tomar decisão? Você funciona melhor trabalhando em grupo ou individualmente? Quais as suas características de liderança? Você prefere ambientes profissionais com regras ou com liberdade para atuar?

“Ao definirmos uma carreira, é fundamental conhecer todos esses pontos.” Alguém que se forme em Comunicação Social pode atuar como repórter ou editor de TV, jornal, rádio ou sites, como assessor de imprensa em órgão público, em empresa privada, ou sendo freelancer, professor, pesquisador ou escritor. Quem se forma em Administração de Empresas pode atuar na área administrativa, financeira e RH em organizações de pequeno porte ou multinacionais, além de ter a possibilidade de abrir o próprio negócio – opção, aliás, válida em muitas carreiras profissionais.

“Conhecer as suas características facilita muito a análise, pois será capaz de descartar uma série de opções, que, para você, são muito desgastantes ou que não te dão prazer”, explica Allan. Portanto, autoconhecimento é uma palavra fundamental nessa caminhada.

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A segunda dica é entender quais tipos de atividade prefere executar. Para isso, as perguntas são:

Você prefere trabalhar diretamente com pessoas, servindo ou oferecendo algum apoio individual, resolvendo problemas de relacionamento ou ensinando e motivando grupos constantemente? Você se sente melhor trabalhando com informações e dados, controlando e organizando números, redigindo textos ou atuando com análises complexas com grande quantidade de informações? Gostaria de trabalhar colocando a mão na massa e utilizando equipamentos, seja na operação, manutenção ou desenvolvimento de máquinas, ferramentas ou peças?

“Entender o nível de interação que prefere ter com pessoas, dados ou coisas pode te ajudar a encontrar a carreira perfeita, evitando grandes desgastes profissionais e aproveitando o que faz com mais engajamento”, orienta o coaching.

Carreiras perfeitas existem? “O trabalho perfeito só vai existir quando você estiver preparado para aceitar os pontos negativos que a oportunidade irá lhe oferecer [em vez de pular de empresa em empresa]. Assim, como em qualquer relacionamento, é necessário aprender a curtir as coisas boas e aceitar as diferenças do outro, obviamente escolhendo uma empresa ou parceiro que tenha alinhamento com o que é importante para a sua vida”, ensina Allan Lopes.

Desse modo, é totalmente possível encontrar o que se gosta de fazer e, no meio do caminho, ir especializando-se e ajustando a vela. É preciso lembrar ainda que “a vida é flexível e adaptável e que deve ser sentida, vivida e expressa com sabedoria através da experiência acumulada e que serve, muitas vezes, mais do que o dinheiro”, como escreve Caruso Samel, autor de Pensamentos para bem viver, do Racionalismo Cristão.

Então, outra palavra fundamental nessa caminhada é: leitura.

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A terceira e última dica é aprender sobre o dia a dia da profissão, entre aquelas que mais se adequaram às perguntas anteriores, e visualizar-se nesse cenário. “Converse com pessoas que trabalham nessa área. Entenda qual o plano de carreira, ou seja, quais serão os cargos que ocupará ao avançar nessa trajetória. Com a ajuda da internet, será fácil fazer essa tarefa”, diz Allan. Nessa etapa ainda há as seguintes perguntas:

Você consegue se ver trabalhando feliz por 20, 30 anos nessa opção? Qual das opções lhe traz sensação mais agradável? De novo, como afirma Allan, “sempre é tempo de se conhecer e conseguir aprender a tomar decisões mais assertivas para a sua vida”. Se preciso, procure ajuda.

A gente já viu uma cena parecida com essa. No parque, no restaurante, no cinema e, com certeza, até em casa. Casais de todo tipo, juntos, mas separados pelo celular ou outra tecnologia qualquer. Aí é que mora o perigo. Recursos feitos para aproximar acabam afastando. Culpa do vício, da falta de controle, da falta de noção e de cuidado com o outro. Não quer mais? Separa. Porque ninguém neste mundo é obrigado a estar juntinho como o casal velhinho ao lado. Vive-se o século XXI. É necessário respeito, e não amarras. Controle suas atitudes sem noção e será mais feliz. De quebra, fará o outro mais feliz. O desenho é do cartunista cubano Angel Boligán Corbo, que vive no México desde 1992 e trabalha em diversos veículos – de lá e internacionais.

Viver… “Como se fosse uma gota d’água descobrindo que é o mar azul”.

Felicidade, U. Tozzi / R. Riefoli / Claudio Rabelo / G.Bigazzi

Sei que, para resolver inteligentemente os meus problemas, o segredo é enfrentá-los um a um, passo a passo, para o que dedicarei tempo e talento suficientes a cada um.

Caruso Samel

Abram os olhos para a espiritualidade e aprendam a caminhar com firmeza, sem tropeços, não querendo dar passos maiores que as pernas.

Antonio Cottas